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Vírus Características Gerais e Classificação

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Por:   •  22/5/2013  •  Tese  •  3.179 Palavras (13 Páginas)  •  594 Visualizações

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Vírus

Características Gerais e Classificação

Introdução:

Se bem que doenças de animais e plantas, causadas por vírus, sejam tão velhas quanto a existência do homem sobre a face da terra, seu reconhecimento etilógico só começou a ser feito no último decênio do século passado, quando Iwanowski, trabalhando em Mosaico do Fumo, provou que suco de plantas doentes permanecia infectivo depois da passagem pelo filtro bacteriológico. Essa descoberta foi logo seguida por caraterização idêntica de várias doenças como a febre aftosa, a poliomielite e a varíola. Até por volta de 1920, entretanto, devido ao fato de sua diferenciação com microrganismos patogênicos residir tão somente em sua filtrabilidade através do filtro bacteriológico e sua invisibilidade ao microscópio composto, foi dado ênfase em estudos clínicos, patológicos e epidemiológicos dessas doenças que, apesar de serem, obviamente, ocasionadas por agentes infeciosos transmissíveis, não podiam ser atribuídas a microrganismos visíveis. A partir de então, estudos bioquímicos, sorológicos, eletromicroscópicos, etc., permitiram compreender melhor a natureza do vírus, um importante grupo de agentes produtores de doenças, responsável por grandes problemas patológicos no homem nos animais e nas plantas.

Características

Filtrabilidade:

Essa característica, que serviu de base para a descoberta do vírus, originou a denominação vulgar de "vírus filtrável", termo que teve de ser abandonado pelo fato de, posteriormente, se descobrir que existem bactérias filtráveis, como certos espiroquetas, e vírus não filtráveis, como o vírus do Mosaico Comum do feijoeiro e o do "Crinkle Mosaic" da batatinha. A filtrabilidade do vírus não é uma pura conseqüência de seu diminuto tamanho. Tipo de filtro, temperatura, ph, carga elétrica do vírus e do filtro, quantidade de pressão exercida sobre o filtro, natureza do fluído da suspensão e duração da filtração, são fatores que devem ser levados em consideração ao se determinar a filtrabilidade do vírus. Atualmente se dispõe de filtros de colódio, as Membranas de Gradocol, em que o tamanho dos poros é muito mais importante do que nos filtros bacteriológicos de porcelana.

Natureza Corpuscular

Desde 1898 se suspeita da natureza corpuscular do vírus, com a teoria do "contagium vivum fluidum", denominação que Beijerink emprestou de Fracastorius (1546) para caracterizar o filtrado infectivo do suco de fumo com mosaico. A guisa de esclarecimento, contagiam era uma substância derivada do corpo do doente e que, passando de um indivíduo para outro, transmitia a doença e a teoria do contagiam vivum foi criada por Fracastorius, quando postulou a idéia de que o contagiam fosse devido a agentes vivos (seminaria). Entretanto, por muitos anos, essa característica foi um ponto altamente controvertido pois a ciência ainda não estava preparada para comprová-la. Apesar disso, mesmo antes da descoberta de microscópio eletrônico, em 1938, Wendell Stanley (1935) já mostrava evidências irrefutáveis sobre a natureza corpuscular do vírus ao cristalizar o vírus do Mosaico do Fumo. Hoje, acostumamos com representações esquemáticas e eletromicrográficos dos vírus, dificilmente imaginamos que essa característica tivesse sido

um pomo de discórdia no passado.

Dimensões do vírus

As dimensões dos vírus, evidenciadas por estudos eletromicroscópicos, de ultrafiltração e ultracentrifugação, variam de 10 a 350 milimicra de diâmetro; o comprimento chega até 2.000 milindrica (vírus da Tristeza do Citrus). A guisa de comparação, os glóbulos vermelhos do sangue humano têm 7.500 milimicra de diâmetro e, dentro de uma célula bacteriana, podem caber mais de 1 milhão de partículas de vírus.

Morfologia, composição e estrutura

O microscópio eletrônico permite visualizar diretamente as características morfológicas dos vírus que podem ser: esféricos, como os vírus da influenza e da encefalite japonesa; cilíndricos, com a maioria dos vírus de plantas; cúbicas, como o vírus da vaccinia; e espermatozoidal, (imagem)como os bacteriófagos.

A organização estrutural das partículas de vírus, evidenciada pela técnica da difração de raio X e complementada por outros métodos físicos e químicos, mostra configurações estridimensionais que admitem os seguintes tipos de simetria: cúbica, helicoidal e binária.

Um vírus é composto de ácido nucleico ( DNA ou RNA) e uma parede de proteína. Os ácidos nucleicos se localizam no interior das proteínas. As envoltório protéico se dá o nome de capsídeo, o qual, por sua vez, é formado pelos capsômeros, unidades estruturais simétricas dispostas em ordem determinada. O capasídeo mais o ácido nucleico é o nucleocapsídeo. Virion é a partícula madura do vírus e pode ser sinônimo de nucleocapsídeo ou nucleocapsídeo dentro de um invólucro. Invólucro é uma membrana de origem celular que pode envolver o capsídeo. O termo vírus se aplica num sentido mais amplo, incluindo os diferentes estágios do seu desenvolvimento.

O material genético DNA ou RNA. nunca se encontram simultaneamente no mesmo vírus, o que constitui uma característica singular quando comparados com as células de outros organismos vivos. O DNA é o portador de informação genética em todos os organismos vivos. Em alguns vírus, o material genético é o DNA e, em outros, o RNA. Os vírus diferem no seu conteúdo de DNA ou RNA. Os vírus de plantas contêm RNA, exclusivamente; os vírus de animais, DNA ou RNA e os vírus de bactérias (bacteriófagos) DNA, comumente. Os vírus mais complexos contêm, além das nucleoproteínas, outros compostos como lipídeos, carboidratos, vitaminas e vestígios de metais.

Transmissibilidade

A transmissibilidade é uma característica fundamental dos vírus, como também o é para outros agentes causadores de doenças. É interessante citar que, já em 1901, nos primórdios da Virologia, se chegava à conclusão de que a Febre Amarela não era transmitida pelo contato físico de pessoas doentes e sadias havendo necessidade do concurso de um mosquito vetor na cadeia de transmissão de homem a homem. Por muitos anos, a transmissibilidade do vírus foi a única evidência experimental de sua existência como uma entidade independente. Os conhecimentos

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