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Enxerto Gengival Livre

Por:   •  9/11/2020  •  Monografia  •  2.711 Palavras (11 Páginas)  •  289 Visualizações

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REVISÃO DE LITERATURA

     O termo cirurgia mucogengival surgiu na década de 50 e sofreu algumas modificações em sua descrição. Atualmente são definidos como ‘’procedimentos cirúrgicos designados para corrigir defeitos da morfologia, posição e quantidade de gengiva em volta dos dentes.’’

         Miller (1993) (1), propôs outro termo mais apropriado, ‘’cirurgia plástica periodontal’’, definidos como procedimentos realizados para prevenir ou corrigir defeitos de gengiva, mucosa, ou osso alveolar, causados por fatores anatômicos, de desenvolvimento, traumáticos ou produzidos por doença.

          As recessões gengivais podem ser definidas como a localização apical da margem gengival em direção à junção muco-gengival, ocasionando exposição da superfície radicular, sendo elas múltiplas ou isoladas (SILVA et al., 2004).

          Variados fatores podem estar relacionados com a causa das alterações mucogengivais. Considera-se a possível relevância de fatores anatômicos, patológicos, fisiológicos e traumáticos em sua etiologia. (SMITH, 1997).

           O progresso da recessão gengival não possui causa estabelecida, mas sabe-se que ele está relacionado a um processo inflamatório. Alguns autores concluíram que esses defeitos podem estar associados a fatores como escovação traumática, piercings intra-oral, condições anatômicas, como por exemplo, a espessura da tábua óssea alveolar vestibular, o alinhamento irregular dentes na arcada dentária e proeminências de raiz  (CHAMBRONE LA; CHAMBRONE L, 2006).  

          Walter J. Gorman (1967) relatou em um estudo, que dos 129 indivíduos, escolhidos para a pesquisa, 63 apresentavam boa higienização, 53 higienização mediana e 13  higienização ruim. Os principais fatores etiológicos para recessão encontrados foram má posição dental, trauma de escovação, cálculo, inflamação e trauma oclusal.

           De acordo com Khuller (2009) distúrbios oclusais e hábitos para-funcionais, abrasão na cervical dos dentes e inflamação incontrolada na margem gengival com acúmulo de placa bacteriana devido à técnica de  escovação inadequada podem ser considerados fatores etiológicos. Anteriormente Boysen (1992) constatou que a inserção alta da musculatura, freios e bridas podem ser  facilitadores para a recessão gengival.

             A escovação dos dentes tem sido associada ao desenvolvimento e a progressão da recessão gengival. Fatores como duração, frequência, técnica, força utilizada e dureza das cerdas podem estar relacionados ao aparecimento de alterações mucogengivais (RAJAPAKSE et al., 2007).

              Joss-Vassalli et al. (2012), constataram em uma revisão sistemática que dentes mais vestibularizados em comparação com os dentes menos vestibularizados ou dentes não tratados ortodonticamente, apresentam uma maior ocorrência ou gravidade de recessão gengival na maioria dos estudos.

             Raetzke (1985) constatou que entre pacientes da faixa etária de 46 a 86 anos a incidência de recessões chega a 100%, e na faixa etária de 16 a 25 anos, até 62%. Por sua vez, Khuller (2009) afirmou que as recessões gengivais afetam de 22,5% a 73,1% dos indivíduos, podendo ser localizadas ou generalizadas e afetar uma ou mais superfícies.

             De acordo com Susin et al. (2004) a prevalência de recessão gengival aumenta significativamente com a idade. Em estudo realizado a prevalência de recessão gengival com pelo menos 1 mm em jovens de 14 a 19 anos de idade, é de 29,5%, enquanto em pessoas acima de 40 anos esse numero aumentou para 99%.    

            Em 1968,  Sulivan e Atkins classificaram a recessão gengival em 4 categorias. Rasa e estreita; Rasa e ampla; Profunda e estreita; Profunda e ampla. Posteriormente LIU e Solt (1980) classificaram as recessões gengivais por meio visual na relação da recessão com a distância da junção cemento-esmalte.

            Miller em 1985 relatou que a recessão resulta de uma oclusão traumática, que é produzida por hiperfunção/hipofunção, escovação imprópria e fatores psicossomáticos associados principalmente com a depressão e propôs uma nova classificação.

             Para um melhor diagnóstico e planejamento das recessões utiliza-se a classificação sugerida por Miller, baseada na quantidade dos tecidos periodontais interproximais, osso e gengiva, e na previsibilidade de sucesso dos recobrimentos radiculares. A classificação compreende: Classe I – a recessão não ultrapassa a junção mucogengival e não há perda de tecido interproximal; Classe II – a recessão gengival vai até ou além da junção mucogengival e também não há perda de tecido interproximal; Classe III – a recessão genvival vai até ou além da junção mucogengival, porém neste caso há perda de tecido interproximal que é apical à junção cemento-esmalte e coronária à extensão apical da recessão do tecido marginal; Classe IV - a recessão gengival é além da junção mucogengival e a perda óssea interproximal estende-se apicalmente em relação à recessão do tecido marginal

               De acordo com Souza et al. (2010) a classificação de Miller deve ser associada aos fatores de risco que podem ser modificados ou não: restaurações, higiene oral inadequada e fumo, fatores que dificultam o bom funcionamento do tecido interproximal. Segundo Gray (2000) fatores de risco, quando não passíveis de mudança, são considerados contraindicação para recobrimento radicular.

              A principal função do periodonto é inserir o dente no tecido ósseo e assim manter a integridade da superfície da mucosa mastigatória da cavidade oral. O periodonto é formado pelos seguintes tecidos: gengiva, ligamento periodontal, cemento radicular e o osso alveolar (LINDHE,1997). As alterações no periodonto podem provocar um aspecto antiestético, hipersensibilidade radicular, impactação alimentar, predisposição a cáries radiculares, dor durante a mastigação ou escovação e dificuldade no controle da placa, fatores esses que podem colaborar na progressão da doença periodontal (RODRIGUES et al 2010).

          De acordo com Zuccheli (2000), são indicações para o recobrimento raduicular: hipersensibilidade, prevenção e controle de cáries de raiz, promoção da estabilidade da margem gengival, fatores estéticos, prevenção da progressão de periodontites em áreas de difícil higienização e prevenção e controle da evolução de recessões existentes.

          Segundo uma pesquisa realizada pela american Academy of Periodontology (1996) a principal indicação é por fatores estéticos. Anteriormente Miller (1988) já havia afirmado que o principal objetivo das cirurgias plásticas gengivais é recobrir a área em que a raiz dos dentes está exposta.

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