Mecânica do Movimento Dental

RESPOSTA TECIDUAL FRENTE ÀS FORÇAS ORTODÔNTICAS

PRIMEIRAS FRAÇÕES DE SEGUNDO

A força tenta deslocar a raiz dental, mas é impedido pelas fibras periodontais e pelo efeito hidráulico do fluido intersticial. Nesse momento a carga é transferida para o osso, gerando nele o chamado efeito piezoelétrico, que é um fluxo de elétrons que se desloca na grade espacial cristalina quando esta sofre uma deformação.

DOS PRIMEIROS SEGUNDOS ATÉ O 2° DIA

Devido à porosidade da cortical alveolar o fluido intersticial é drenado para os tecidos vizinhos, deixando assim de exercer o efeito hidráulico, dessa forma a raiz se aproxima ainda mais da parede do alvéolo, distendendo o ligamento periodontal do lado que a força foi aplicada e comprimindo aqueles do lado oposto. O sistema vascular é então comprimido, dificultando o trânsito sanguíneo tanto do lado de tensão como do lado de compressão. Inicia-se um processo inflamatório deflagrado pela histamina liberada pelos mastócitos da região agredida. A histamina tem ação imediata sobre os vasos sanguíneos promovendo vasodilatação e abrindo espaços entre as células endoteliais que formam suas paredes. Essa primeira reação local é conhecida como Resposta Imediata. Proteínas presentes na circulação são liberadas para o interior dos tecidos periodontais, estas atuam na produção de cininas ativas principalmente a BRADICININA, estas irão substituir a histamina na manutenção do processo inflamatório. A agressão das membranas celulares induz a formação das PROSTAGLANDINAS, estas em conjunto com as cininas atuarão na preservação da vasodilatação e do aumento da permeabilidade vascular, agora com maior intensidade. Esta segunda fase é denominada Resposta Tardia, cujo pico de atuação será 2 a 4 horas após a aplicação da força ortodôntica. As alterações locais estimulam a saída de monócitos do interior dos vasos sanguíneos, a fusão de monócitos resultará em células multinucleadas conhecidas como OSTEOCLASTOS responsáveis pela reabsorção da cortical alveolar, onde há compressão ligamentar. Já na face onde ocorre a distensão dos ligamentos (lado que a força foi aplicada) o estímulo ocorre no sentido que células mesenquimais indiferenciadas se transformem em osteoblastos e fibroblastos, formadoras respectivamente de tecido ósseo e fibras colágenas. Clinicamente este período é caracterizado por suave dor nos dentes submetidos à carga, porém estes não se movimentam.

APÓS O 2° DIA

Em torno de dois dias após a aplicação da força, as modificações locais permitem que os osteoclastos e osteoblastos iniciem os processos de remodelação óssea, com aposição no lado onde há tensão das fibras periodontais e reabsorção na face óssea comprimida pelos ligamentos. Lentamente o alvéolo desloca-se no sentido da aplicação da força, com consequente movimento ortodôntico.

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