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Por:   •  28/10/2013  •  3.831 Palavras (16 Páginas)  •  754 Visualizações

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A Prática Pedagógica do Professor Crítico-Reflexivo: idealização ou uma realidade?

Por: Graziela Araujo da Costa

RESUMO

O presente trabalho teve como principal objetivo conhecer a prática pedagógica dos professores da Rede Pública de Ensino da cidade de Parnaíba-PI, constatando se a prática crítico-reflexiva, é uma idealização ou uma realidade. A realização deste trabalho foi impulsionada pelo interesse em compreender como ocorre a prática pedagógica destes professores, bem como conhecer os norteadores de uma prática crítico-reflexiva. Para fundamentação e suporte teórico da pesquisa, foram utilizadas as contribuições de Perrenoud (2002), Alarcão (2003), Shön (2000), Contreras (2001), Vásquez (2007), dentre outros.

PALAVRAS-CHAVE: Prática pedagógica; Professor crítico-reflexivo.

ABSTRACT

The main objective of this work is to know the pedagogical practice of teachers in the Public Education System of the city of Parnaíba ? PI examining if the reflexive-critical practice is an idealization or a reality. The accomplishment of this work was stimulated by interest in understanding the way teachers use this pedagogical practice, as well as learn about the guiding of a critical and reflexive practice. Contributions from Perrenoud (2002), Alarcão (2003), Shön (2000), Contreras (2001), Vásquez (2007), among others, were used as fundament and theoretical support.

Key-words: Pedagogical practice, Critic-reflexive teacher.

1 INTRODUÇÃO

Ao longo de muitos anos o professor foi visto como um difusor de idéias incontestadas, como um profissional passivo, que apenas deveria repassar conhecimentos aos seus alunos, sem preocupar-se com a prática desenvolvida, nem com a contribuição da mesma para o avanço ou retrocesso da aprendizagem dos discentes.

Ressalta-se, porém, que concepções como estas vêm sendo cada vez mais contestadas e reelaboradas por pesquisadores e pelos próprios educadores, que percebem cada vez mais, a dificuldade enfrentada em sala de aula bem como a possibilidade de melhoria da mesma, sobretudo através da reflexão e do conhecimento voltado para a sua prática, que possibilitaria um novo olhar e despertaria novas perspectivas para a melhoria do seu trabalho como profissional da educação.

Como afirma Schön (2000),

[...] é possível através da observação e da reflexão sobre nossas ações, fazermos uma descrição do saber tácito que está implícito nelas. Nossas descrições serão de diferentes tipos, dependendo de nossos propósitos e das linguagens disponíveis para essas descrições. Podemos fazer referência, por exemplo, às seqüências de operações e procedimentos que executamos; aos indícios que observamos e às regras que seguimos; ou os valores, às estratégias e aos pressupostos que formam nossas "teorias da ação". (SCHÖN, 2000, p. 31)

Assim, a concepção voltada para a reflexão sobre a prática e na prática, promove uma série de mudanças no perfil do profissional da educação inserido em sala de aula que poderia através da reflexão e do pensamento crítico, identificar a atual situação de sua prática como docente, identificando o saber que está sendo construído verificando assim, sua legitimidade, sua validez enquanto ato que proporciona conhecimentos significativos para os educandos envolvidos.

Destaca-se então, a importância da construção de uma prática reflexiva que possibilite a reformulação de conceitos, a contestação de conhecimentos e que favoreça a participação crítica do educador, bem como uma posição ativa do educando, desmistificando a concepção de que o professor é um mero transmissor, renovando sua identidade enquanto profissional. E estas mudanças de fato só serão possíveis, se houver explícito neste ato a reflexão crítica da própria prática.

Para uma melhor compreensão, optou-se por inicialmente salientar conceitos de prática pedagógica, visando um esclarecimento amplo do presente trabalho que, trata da prática pedagógica do professor crítico-reflexivo. É pertinente então conhecer de fato o que seria a prática pedagógica, para mais adiante se discutir acerca da concepção de prática crítico-reflexiva do professor.

Essa discussão inicial será fundamentada nas contribuições de Vásquez (2007), que cita o conceito de práxis, e nas contribuições de Veiga (2008), que se refere à prática pedagógica citando as contribuições da teoria e da própria prática.

É certo que a prática pedagógica do professor dependerá em suma da concepção que o mesmo tem do próprio trabalho. O professor poderá desenvolver uma prática que seja transformadora, significativa, pertinente ao contexto social dos alunos contemplados, ou poderá apropriar-se de uma prática mecânica, que tem como principal finalidade repassar conteúdos, e realizar atividades meramente repetitivas.

Ao se tratar de prática, reporta-se a idéia de algo que é praticado, um exercício. A prática pedagógica vai além deste conceito, pois deve ser uma atividade desenvolvida constantemente, porém com um fim e objetivo a serem atingidos. A práxis é uma atividade que deve ser direcionada. Por isso "[...] toda práxis é atividade, mas nem toda atividade é práxis" (VÁSQUEZ, 2007, p. 219), seja essa atividade impulsionada por uma realidade presente, ou seja, por algo que se pretende conhecer, alcançar, é o que é chamado de atividade cognoscitiva e atividade teleológica, sobre isto Vásquez diz que,

[...] Entre a atividade cognoscitiva e a teleológica há diferenças importantes, pois enquanto a primeira se refere a uma realidade presente que pretende conhecer, a segunda refere-se a uma realidade futura e, portanto inexistente ainda. Por outro lado, enquanto a atividade cognoscitiva em si não implica uma exigência de ação efetiva, a atividade teleológica traz implícita uma exigência de realização, em virtude da qual se tende a fazer do fim uma causa da ação real. (IDEM, 2007, p. 223)

Como Vásquez (2007) aponta existem diferenças entre a atividade cognoscitiva e teleológica, mas atentando-se bem, a atividade pedagógica do professor, envolve ambos, pois o professor tanto desenvolve ações impulsionado pelo que está vivendo em sua prática, quanto ações impulsionadas por algo que ainda é desconhecido, mas que a necessidade o leva a querer conhecer e quem sabe apropriar-se.

Salienta-se que, falar em prática é evidente as contribuições da atividade teórica, tendo em vista que como Vásquez afirma, a teoria vem fundamentar a prática, (VÁSQUEZ,

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