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Indicadores de sustentabilidade como subsidio de avaliação de resiliência dos quintais agroflorestais

Por:   •  30/4/2018  •  Artigo  •  3.147 Palavras (13 Páginas)  •  244 Visualizações

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Indicadores de sustentabilidade como subsidio de avaliação de resiliência dos quintais agroflorestais

Adriano Maltezo da Rocha[1]; Dennis Rodrigues da Silva¹, Luziane de Abreu Nachbar¹; Sandra Cristina Gallo¹; Wagner Gervázio[2]; Delmonte Roboredo[3]; Oscar Mitsuo Yamashita3

RESUMO

Os “Quintais Agroflorestais” são agroecossitemas que constituem aspectos essenciais para sustentabilidade como a prática da pluriatividade, estando interligado por uma série de características importantes, dentre eles a de assegurar a melhoria dos aspectos sociais para quem o conduz e bioecofísico daquele determinado ambiente. O presente trabalho objetivou-se analisar os indicadores de sustentabilidade em dois quintais agroflorestais no município de Alta Floresta – MT. Os quintais foram escolhido deliberadamente para início das atividades, cujo quintal agroflorestal 1 localizava-se Avenida Leste Nossa Senhora Aparecida e o quintal 2 na Perimetral Deputado Rogério Silva ambos localizados no perímetro periurbano do município de Alta Floresta. As avaliações se deram através de entrevistas e observações diretas das características da paisagem e medição de resiliência por meio de 13 indicadores de sustentabilidade pré-estabelecidos. Os resultados mostram que ocorreu diferença entre os dois quintais agroflorestais estudados, sendo que no quintal 1 havia uma maior diversidade de cultivo de espécies frutíferas e olerícolas, e no quintal 2 o predomínio de espécies florestais. O quintal 2 apresentava uma maior junção de espécies arbóreas nativas com espécies cultivadas sendo considerada o quintal mais resiliente por possuir maiores quantidades indicadores de sustentabilidade. Cada um dos quintais possuem sua parcela de importância principalmente em relação ao sustento da famílias, seja ele no cultivo de espécies para o consumo da família (quintal 1) ou para comercialização (quintal 2), essa pratica de cultivo baseado em princípios agroecológicos visando a sustentabilidade é de suma importância para uma melhor qualidade de vida da família e respeitando o meio ambiente.

Palavras-chave: Diversidade; meio ambiente; princípios agroecológicos.

INTRODUÇÃO

Quintal é uma área ao redor da casa que apresenta o cultivo de plantas para fins medicinais, alimentares, ornamentais, condimentares, com espécies florestais e a criação de pequenos animais domésticos (BRITO; COELHO, 2000; AMOROZO, 2002).

Muitos quintais urbanos podem ser considerados quintais agroflorestais por ocorrer o cultivo de várias espécies vegetais e animais. Estes espaços podem complementar a alimentação e outros recursos necessários para a subsistência do agricultor. Para Carvalho et al., (2002) os QAF (Quintais Agroflorestais) podem garantir a segurança alimentar da família fornecendo uma gama de características nutricionais em virtude da sua diversificação de cultivos. E proporcionando oferta de produtos o ano todo. (SEMEDO; BARBOSA, 2007).

Estes terrenos agroflorestais apresentam várias funções ecológicas, Amaral e Guarim Neto (2008) asseguram sobre a variabilidade genética, conservando alta diversidade de plantas na sua estrutura, auxiliando com bancos de germoplasma e apresentando maior resistência a pragas e doenças.

Podem modificar o microclima, conservando o solo e principalmente a água. Nasser et al. (1993) relatam que árvores presentes nestes sistemas podem modificar o ambiente, funcionando como quebra vento, facilitando na infiltração de água no solo, produzindo biomassa que protege o solo contra a erosão, pois suas raízes reduz a velocidade das enxurradas.

Cabell e Oelofse (2012) denomina esta capacidade de um sistema social ou ecológico de absorver perturbações mantendo sua estrutura organizacional, produtividade, auto-organização a estresses de resiliência. Entretanto, Sevilla – Guzmán (1995), considera a condição de um agroecossistema de manter-se produtivo através do tempo, superando as tensões ecológicas e socioeconômicas de sustentabilidade.

A sustentabilidade dos agroecossistemas necessita de observações detalhada da dinâmica e das interações bióticas que acontecem no sistema, levando em conta as dimensões social, ambiental e econômica (FERREIRA, 2011).

A avaliação dos indicadores de sustentabilidade são ferramentas de suma importância para todo e quaisquer agroecossistema, podendo ser feita de maneira individual ou em conjunto oriundo de um processo participativo. O presente trabalho objetivou-se analisar os indicadores de sustentabilidade em dois quintais agroflorestais no município de Alta Floresta – MT.

        

MATERIAIS E METODOS

O presente estudo foi realizado em dois quintais agroflorestais na região urbana do município de Alta Floresta-MT (Figura 1), escolhidos deliberadamente, sendo um na Avenida Leste Nossa Senhora Aparecida (denominado como quintal 1) e outro na Perimetral Deputado Rogério Silva (denominado como quintal 2).

[pic 1]

Figura 1. Quintais florestais estudados no perímetro urbano de Alta Floresta – MT, 2016. Fonte: Google Earth.

O quintal 1 está localizado nas coordenadas 9°52’31”S e 56°04’19”W, ocupando ¾ (7.500 m2) de uma área de 1 ha. Nesse quintal vivem o senhor N., a esposa e três enteados e, tem como principal força de trabalho o senhor N, já que os demais obtêm renda externa. A família está na propriedade por meio do sistema de comodato com a Colonizadora Indeco S/A.

O quintal 2 está localizado nas coordenadas 9°52’26”S e 56°04’29”W, ocupando uma área de 70x150 (10.500m2), totalizando 1,05 ha. Nesse quintal vivem o senhor V, a esposa, uma filha e o genro, sendo o senhor V a única força de trabalho da propriedade, pois os demais obtêm renda de fonte externa. Atualmente o senhor V é o proprietário da área, que também havia sido ocupada por meio do sistema de comodato com a Colonizadora Indeco S/A.

A pesquisa foi dividida em três etapas: i- reunião no Instituto Ouro Verde (IOV) para discutir as ações a serem tomadas no campo, familiarização dos indicadores de sustentabilidade e divisão dos mestrandos em seis grupos; ii- visita aos quintais para realização de entrevistas e; iii- incursão aos quintais para observação das características da paisagem dos quintais. Participaram ativamente dos questionamentos no quintal 1 o senhor N e o seu enteado mais novo e no quintal 2 o senhor V.

A metodologia utilizada baseou-se na medição de resiliência agroecológica em sistemas sócio-ecológicos de acordo com Salazar (2013) para comparação e qualificação dos dois quintais, através de 13 indicadores de sustentabilidade previamente estabelecidos que norteassem os questionamentos dos mestrandos aos informantes. A partir das respostas e das observações nas propriedades, foram atribuídos valores com variação de 1 a 5 para cada indicador, onde 5 representa o valor ótimo para cada indicador.

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