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A IMPORTÂNCIA DA PLATAFORMA ETHEREUM NA DESCENTRALIZAÇÃO DE APLICAÇÕES E EXECUÇÃO DE CONTRATOS INTELIGENTES

Por:   •  20/2/2019  •  Tese  •  4.540 Palavras (19 Páginas)  •  112 Visualizações

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A IMPORTÂNCIA DA PLATAFORMA ETHEREUM NA DESCENTRALIZAÇÃO DE APLICAÇÕES E EXECUÇÃO DE CONTRATOS INTELIGENTES

FELIPE FERNANDES MEMOLI, Cauê

CICHACZEWSKI, Ederson

RESUMO

Estabelecer uma relação contratual com outras partes sem a intervenção de um órgão intermediário como uma instituição bancária ou financeira parece ser uma prática incomum, visto que os fatores de desconfiança e apreensão levam o indivíduo a buscar estes meios com a intenção de constatar a legitimidade de um acordo. Por conta desses fatos, questões começaram a ser levantadas com o intuito de se promover a utilização de protocolos digitais seguros e confiáveis, os quais substituiriam o papel das organizações que intermediavam contratos e acordos e ao mesmo tempo garantiriam a não ocorrência de fraudes e golpes. O presente artigo tem como proposta destacar as aplicações de uma nova plataforma presente no mercado denominada ethereum, a qual baseia-se na utilização de criptomoedas para executar aplicações descentralizadas (DAPPs) entre partes físicas ou jurídicas. Neste serão abordados importantes conceitos que envolvem a tecnologia, desde o surgimento das redes blockchain com a moeda virtual bitcoin, até a ingressão dessa plataforma em questão. Por meio de pesquisas a sites e e-books foram constatadas as características que a torna mais viável e completa em relação às demais.

Palavras-chave: Legitimidade. Criptomoedas. Blockchain. Ethereum.

1 INTRODUÇÃO

Foi no início do século vinte que os governos começaram a nacionalizar a própria moeda, com o intuito de designar a quais setores seria aplicado o dinheiro, o qual era regido por um cartel de bancos. Este cartel garantia aos governos proteção contra falência, sob às custas da população.

Ao decorrer de décadas, economistas elucidaram planos de reforma para a criação de um sistema universal monetário baseado no universalismo do mundo antigo, adotando assim um tipo único de moeda em escala mundial. Porém essas tentativas foram frustradas devido aos governos e carteis bancários se beneficiarem desse sistema ruim.

Surgiu então, no ano de 2008, a proposta de um sistema de e-cash (dinheiro eletrônico) online chamado bitcoin que utilizava uma rede peer to peer (ponto a ponto) para envio de pagamentos de forma segura e sem o envolvimento de instituições financeiras. Lançado como um tipo de white paper em um fórum aberto da internet, foi intitulado “Bitcoin: A Peer-to-Peer Electronic Cash System”, tendo em autoria um pseudônimo conhecido por Satoshi Nakamoto.

Redes peer to peer são sistemas distribuídos compostos de nós interconectados, aptos a se auto organizar em topologias de rede, com o intuito de compartilhar recursos, como conteúdo, ciclos de unidade central de processamento (CPU), largura de banda e armazenamento, com a capacidade de adaptação a faltas e acomodação a um número variável de nós, ao mesmo tempo que mantém a conectividade e o desempenho em níveis aceitáveis, sem a necessidade de suporte ou intermediação de um servidor centralizado (Adroutsellis et al, 2004).

Transcendendo o conceito do bitcoin em ser apenas uma moeda virtual descentralizada e internacional, é importante salientar que existe uma estrutura tecnológica responsável pela gravação de todas as informações geradas pelas transações comerciais, chamado blockchain. Essa cadeia de blocos criptografados é responsável por gerenciar as transações da rede bitcoin, ethereum e diversas outras do mercado atual.

Zheng et al (2016) esclarece que o blockchain é essencialmente um livro razão conhecido como ledger público no qual todas as transações realizadas são armazenadas em uma cadeia (ou uma lista). Essa cadeia cresce progressivamente quando as novas transações são confirmadas. Com o intuito de se proteger o blockchain de adulterações em sistemas distribuídos, foi criado um mecanismo complexo para criptografar os registros das transações baseado em criptografia assimétrica e consenso distribuído. A tecnologia de cadeias em blocos tem em sua essência características importantes como, a descentralização, a resistência, o anonimato, tolerância a falhas e a auditabilidade, o que permite que uma transação ocorra de forma descentralizada sem a necessidade de um intermediário central.         Todos os registros envolvendo operações com bitcoins são contabilizados pelos ledgers (registro individual de transações) dos usuários da rede blockchain. Essa “planilha gigantesca” armazena as informações em milhares de nós (computadores) pelo mundo todo, formando uma rede descentralizada. Sendo assim, quando um nó recebe os dados de outro, verifica-se a autenticidade desses por meio de seus ledgers a fim de validar a transação. Posteriormente, os dados validados são enviados novamente para outro nó conectado a este. A criptografia avançada desse sistema baseia-se justamente no “espalhamento” desses dados por toda a rede, tornando o processo versátil e ao mesmo tempo confiável.

Na Figura 1 ilustra-se o processo de validação das transações pela rede blockchain através da figura.

Figura 1 – Figura de processo de consenso no blockchain.[pic 1]

Fonte LYRA et al (2017).

Um outro conceito importante dessa temática é a “mineração”. Sabe-se que a rede blockchain verifica as transações e as autentica através de seus ledgers, mas se não há uma autoridade central responsável por criar unidades monetárias ou verificar essas transações, de que maneira são criadas as novos bitcoins na oferta monetária? A rede depende de uma força computacional provida por usuários ligados à ela chamados de mineradores, os quais executam registros e transações e recebem em troca bitcoins recém-criados. Milhares de computadores dispersos pela rede blockchain resolvem problemas matemáticos complexos representativos de transações.

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