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Alcalis Causticos E Hidrocarbonetos

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Por:   •  6/2/2014  •  1.236 Palavras (5 Páginas)  •  9.261 Visualizações

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ALCALIS CAUSTICOS

Cáustico é um termo genérico para qualquer substância corrosiva. Classicamente, um cáustico era uma substância alcalina; contudo, este termo refere-se agora tanto a produtos ácidos quanto alcalinos. De modo similar, alguns agentes não considerados tradicionalmente alcalinos ou ácidos são classificados agora como cáusticos. Os exemplos incluem detergentes e hidrocarbonetos, que podem causar queimaduras graves após exposição a membranas mucosas.

Os álcalis cáusticos são produtos usados geralmente em detergentes, contendo substâncias químicas como hidróxido de cálcio, soda cáustica, potassa cáustica e hidróxido de potássio.

Os principais exemplos de álcalis cáusticos são:

• hidróxido de cálcio

• carboneto de cálcio

• óxido de cálcio

• soda cáustica

• potassa cáustica

• dietilenotriamina

• isopropilamina

• isopropilaminetanol

• cal

• carbonato de potássio

• hidróxido de potássio

• óxido de potássio

• carbonato de sódio

• hidróxido de sódio

• metassilicato de sódio

• óxido de sódio

• silicato de sódio

• tripolifosfato de sódio

• fosfato trissódico

Toxicologia no Corpo Humano

Os agentes cáusticos produzem lesão tecidual alterando a estrutura da derme ou membrana mucosa, o que afeta o estado ionizado e rompe as ligações covalentes.

A lesão tecidual por necrose liquefativa (saponificação de gorduras e solubilização das proteínas) é patognomônica da exposição aos álcalis. A morte celular pode sobrevir pela emulsificação e ruptura das membranas celulares. Ocorre trombose dos vasos venosos e arteriais. Uma lesão grave com risco de morte pode ocorrer em menos de um minuto, dependendo da potência da exposição cáustica. Historicamente, o estômago é envolvido em apenas 20% dos casos após ingestões intencionais de substâncias alcalinas. Isso porque num passado não muito remoto esses produtos eram de apresentação sólida ou em escamas e por serem muito viscosos, lesavam primordialmente a orofaringe e o esôfago.

A lesão tecidual é determinada pela potência e concentração do agente, modo de contato, quantidade do agente, duração do contato, mecanismo de ação, extensão da penetração, estado de enchimento prévio do estômago e intuito da ingestão.

Manifestações Clínicas

Após uma exposição acidental da pele ou membranas mucosas a uma pequena quantidade de cáustico, alguns pacientes queixam-se de ardência grave e irritação.

A exposição da membrana mucosa resulta em lacrimejamento ou sialorréia, consistentes com a resposta inflamatória. Da mesma forma, pode haver queixas de dificuldade de respirar ou deglutir, dependendo da quantidade e da viscosidade da substância deglutida. Contudo, usualmente, os volumes são pequenos e frequentemente não causam problemas significativos. A exposição acidental dos olhos aos cáusticos pode causar dor intensa e cegueira se não tratada imediatamente.

A exposição intencional a cáusticos quase sempre envolve a ingestão de álcalis ou ácidos fortes. Esses pacientes tipicamente apresentam-se vários minutos ou horas após a ingestão, quando a dor e edema bucofaríngeos e esofágicos tornam-se intensos. Eles têm, freqüentemente, disfonia e sentam-se na posição clássica de sniffing (aspirando o ar com força), devido ao comprometimento das vias aéreas. Os pacientes queixam-se de dor intensa na garganta, dor retroesternal, epigástrica.

Inalação: intensa irritação respiratória, tosse, dispnéia, espasmo de glote, aumento de secreções, edema, broncoespasmo e cianose. Descamação do epitélio nasal, risco de infecções, facilitação das complicações pulmonares. Manifestações sistêmicas: cefaléia, tontura, fraqueza, hipotensão e taquicardia.

Ocular: dor intensa, fotofobia, lesão de córnea, conjuntivite, lacrimejamento e edema palpebral.

Cutânea: queimadura grave e dolorosa, com necrose tecidual.

Digestiva: dor na cavidade oral e retroesternal, sialorréia, vômito, desidratação, hipotensão e lesões esofágicas. Tardiamente, pode ocorrer estenose cicatricial do esôfago. A suspeita de perfuração se faz diante de peritonite, febre, dor torácica intensa (alargamento do mediastino, enfisema subcutâneo, pneumomediastino, ou pneumoperitônio).

Tratamento

As exposições da pele ou dos olhos devem ser tratadas imediatamente com irrigação com água. Se grandes quantidades de álcali sólido, como a cal, permanecerem na pele, devem ser escovadas, antes da irrigação com água, pois uma queimadura térmica significativa pode ser produzida pelo contato do álcali sólido com a água. Como os álcalis penetram na pele e olhos por um período prolongado, a irrigação deve continuar por pelo menos 15 minutos após a remoção inicial. A irrigação dos olhos deve ser mantida por ainda mais tempo se as lágrimas mostrarem um pH alcalino persistente. Após exposição a ácidos, a irrigação prolongada com água também é recomendada.

A ingestão de cáusticos é uma exposição com risco de morte, portanto deve ser abordada sistematicamente e o quanto antes:

a) imediatamente -: deve-se remover qualquer resíduo sólido e enxaguar exaustivamente a cavidade oral; se o paciente estiver com dados vitais estáveis e puder engolir, administrar pequenas quantidades de água ou leite (30ml para crianças, 150ml para adultos). Não provocar vômitos, não fazer lavagem gástrica, não administrar carvão ativado. Fazer uma anamnese cuidadosa, tentando identificar o tipo de substância, o vasilhame, a quantidade ingerida, a presença de vômitos e hematêmese, a presença de dor e sua localização, e a presença de disfonia, dispnéia ou estridor.

b) na admissão hospitalar - é necessário estabilizar

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