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Por:   •  7/4/2013  •  3.437 Palavras (14 Páginas)  •  549 Visualizações

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Orientação Profissional na escola: uma pesquisa com intervenção

Vocational guidance at school: a research with intervention

Karen Cristina Alves Lamas* Sabrina Maura Pereira* Altemir José Gonçalves Barbosa*

Resumo A escolha profissional é um processo evolutivo que, se realizada de forma consciente e planejada, interfere positivamente na qualidade de vida. O objetivo do presente trabalho é apresentar uma orientação profissional dentro da escola, utilizando como base teórica a abordagem sócio-histórica e como método de avaliação dos resultados uma escala de atitudes. Verificou-se a importância de um instrumento para avaliar processos de orientação profissional, que possibilite mensurar quanto os alunos se beneficiaram com a intervenção. Entretanto, o indicado seria a prática durante as aulas, com a participação dos professores, de modo que o tema seja trabalhado de forma transversal ao currículo escolar.

Palavras-chave: orientação profissional; adolescentes; abordagem sócio-histórica.

Abstract The professional choice is a process of evolution that, if carried out in a planned and conscious way, affects positively the quality of life. The aim of this research is to present a professional guidance inside the school, using as a theoretical basis the socio-historical approach and a scale of attitudes as method of evaluating the results. There was verified the importance of an instrument to measure the processes of vocational guidance, which allows to measure if the students have been benefited with the involvement. However, the most suitable is that the practice should be done during the classes, with the participation of the teachers, in order that the theme should be worked through out a cross-school curriculum.

Key-Words: vocational guidance; teenagers; socio-historical approach.

________________________________ * Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora.

Introdução

A escolha da profissão é um processo evolutivo (Super, 1957, citado por Sparta, Bardagi & Teixiera, 2006) que, se realizada de forma consciente e planejada, interfere positivamente na qualidade de vida. A maioria das pessoas, entretanto, faz escolhas profissionais conhecendo muito pouco sobre a totalidade das atividades de trabalho, o que pode ser reflexo da ausência de uma preocupação sistemática da escola ou da família em ensinar a filhos ou alunos habilidades

de tomada de decisão (Bardagi, Lassance & Paradiso, 2003). Segundo Lehman (2005), 44,5% da evasão escolar nos cursos superiores são causadas pela escolha mal realizada. Para a autora, o fenômeno ocorre, ainda, por falta de informação, 30,7% abandonam a faculdade por não gostar da estrutura do curso que ingressaram e 13,4% desistem por insatisfação com a profissão e com o mercado de trabalho. Em um estudo realizado por Bardagi et al (2003), com estudantes em meio de curso, foi constatado que 42,7% dos participantes já pensaram em desistir ou

Psicologia em Pesquisa | UFJF | 2(01) | 60-68 | janeiro-junho de 2008

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mudar de profissão; e 15,9% ainda pensavam nisso; e 59,3% dos alunos acreditavam que poderiam se beneficiar de processos de orientação profissional. Desse modo, a Orientação Profissional no contexto escolar, além de poder ter uma perspectiva preventiva, pode ser uma intervenção para a promoção de saúde, visto que pretende trabalhar, a partir das relações sociais do indivíduo, a compreensão e transformação delas, além de capacitá- lo a agir de modo a transformar a realidade que o cerca e superar os obstáculos que dela advêm (Bock & Aguiar, 1995). O Ministério da Educação do Brasil coloca a Orientação Profissional como um dos objetivos da escola e como pessoas responsáveis por esse trabalho: Orientador Educacional, Psicólogo Escolar e Professor (Uvaldo, 1995). Este serviço, porém, é geralmente realizado com mais frequência em escolas particulares. Na rede pública, acredita-se que um dos impedimentos para a implantação desses serviços seja a falta de profissional especializado. Ademais, diante de tantos problemas emergenciais, como dificuldades de aprendizagem, problemas comportamentais e socioeconômicos, a Orientação Profissional, embora relevante, fica em segundo plano. (Melo-Silva, Lassance & Soares, 2004). Segundo Ribeiro (2003), os modelos de Orientação Profissional utilizados no Brasil são embasados na realidade dos adolescentes de classe média e alta. Com isso, há uma necessidade de mais pesquisas, teorias e modelos que correspondam à realidade da população socioeconomicamente desfavorecida concentrada principalmente nas escolas públicas. Lassance e Sparta (2003) afirmam que a Orientação Profissional tem suas origens na sociedade industrial, na qual suas práticas, inicialmente, estavam voltadas para o

incremento da produção. Com o declínio da sociedade industrial, nasce um novo paradigma de Orientação Profissional, cujo foco deixou de ser a produção e passou a ser o indivíduo, e um de seus objetivos é promover uma reflexão crítica e ética sobre o compromisso social implicando escolhas profissionais dos indivíduos para que possam assumir um papel de agente de mudança social. A Orientação Profissional envolve atividades que dispõem de conhecimentos teóricos e práticos destinados, sobretudo, aos adolescentes, à escolha profissional e à elaboração de projetos futuros (Melo-Silva, Noce & Andrade, 2003). Atualmente, entende-se por Orientação Profissional o processo de facilitação da decisão, por meio do reconhecimento, pelo orientando, das relações entre os elementos sociais, familiares e psicológicos que a influenciam (Noronha, Freitas e Ottati, 2003; Sparta, et al. 2006). Isso ocorre a partir do aprendizado do processo de escolha que implica: auto- conhecimento, informação sobre as profissões e a integração desses aspectos em uma síntese, de modo que se construa uma identificação profissional e um projeto de vida, enfatizando a responsabilidade do orientando sobre sua decisão (Sparta et al., 2006). Quanto ao referencial teórico, existem várias concepções sobre o tema. Utilizando a classificação de Bock (2002), pode-se organizá-las em: teorias tradicionais (abordagem liberal); teorias críticas; e teorias para além da crítica. Dentre as propostas que podem ser agrupadas na última classificação, tem- se a abordagem Sócio-Histórica. Nessa perspectiva, pretende-se que os orientandos tenham maior consciência de si como

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