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TRABALHO DE HISTORIA

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Por:   •  4/9/2014  •  7.004 Palavras (29 Páginas)  •  215 Visualizações

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O primeiro conflito mundial tem uma importância tão grande quanto o segundo, embora, muitas vezes não tenha sido objeto de tantos estudos. No entanto, a despeito de ter terminado há mais de oitenta anos, aquele foi um conflito que contribuiu decisivamente para destruir uma ordem mundial política, econômica e cultural que prevalecia desde 1789. Inovações tecnológicas - o tanque de guerra, o avião, as armas químicas, a metralhadora e o submarino - fizeram com que a visão romântica e heróica da guerra acabasse de modo brutal.

Também destruiu impérios seculares e gerou na Europa uma instabilidade política que permitira o surgimento de doutrinas radicais de esquerda e de direita, que seriam as principais forças vertentes do conflito seguinte. Mas, ao contrário da II Guerra Mundial, o conflito de 1914-1918 não possuí um "vilão" determinado e claro como foi o III Reich. Todas as nações estavam empenhadas em uma corrida armamentista e em uma disputa por colônias - alimentadas por um nacionalismo exacerbado - que, com certeza, levaria à guerra. Sem ter medo soar fatalista, o fato é que a guerra era inevitável. Mas ninguém tinha sequer uma vaga idéia de suas dimensões e de suas conseqüências.

A Primeira Guerra Mundial foi um conflito militar, iniciado por um confronto regional entre o Império Austro-Húngaro e a Sérvia, em 28 de julho de 1914. Confronto que se transformaria em luta armada, em escala européia, quando a declaração de guerra austro-húngara foi estendida à Rússia em 1º de agosto de 1914. E que finalmente passaria a ser uma guerra mundial da qual participaram 32 nações: 28 delas, denominadas ‘aliadas’ ou ‘potências coligadas’, entre as quais se encontravam a Grã-Bretanha, a França, a Rússia, a Itália, e os Estados Unidos, lutaram contra a coligação dos chamados impérios centrais, integrada pela Alemanha, pela Áustria-Hungria, pelo império otomano e pela Bulgária.

A Primeira Guerra Mundial decorreu, antes de tudo, das tensões advindas das disputas por áreas coloniais. Além disso, dos vários fatores que desencadearam o conflito destacaram-se o revanchismo francês, a questão da Alsácia-Lorena, a "Questão Balcânica" e a corrida armamentista anglo-germânica.

A Alemanha, após sua tardia unificação política (ocorrida somente em 1871), liderada pelo Chanceler Otto von Bismarck (1815-1898), passou a reivindicar áreas coloniais e a contestar a hegemonia internacional inglesa, favorecendo a formação de blocos antagônicos. Sua sede por novas colônias, garantiu-lhe algumas possessões na África, Extremo Oriente e Oceano Pacífico. O mesmo vale para a Itália (unificada entre 1860 e 1870), que avançou sobre a Líbia e a Eritréia.

Deste modo, as ambições imperialistas das grandes potências européias podem ser mencionadas entre os principais fatores responsáveis pelo clima internacional de tensão e de rivalidade que marcou o início do século XX. Essas ambições imperialistas manifestaram-se através dos seguintes fatores:

a) Concorrência econômica: as grandes potências industrializadas buscavam por todos os meios dificultar a expansão econômica do país concorrente. Essa concorrência econômica tornou-se particular mente intensa entre Inglaterra e Alemanha, que depois da unificação política entrou num período de rápido desenvolvimento industrial.

b) Disputa colonial: a concorrência econômica entre as nações industrializadas teve como importante conseqüência a disputa por colônias na África e na Ásia. O domínio de colônias era a solução do capitalismo monopolista para os problemas de excedentes de produção e de controle das fontes fornecedoras de matérias-primas.

Além desses problemas meramente econômicos, a Europa possuía focos de conflito que transpareciam no plano político. Em diversas regiões, surgiam movimentos nacionalistas que apresentavam o objetivo de agrupar sob um mesmo Estado povos considerados de mesmas raízes culturais. Entre os principais movimentos nacionalistas que se desenvolveram na Europa, podemos destacar:

a) O Pan-eslavismo: Liderado pelo Império Russo, pregava a união de todos os povos eslavos da Europa Oriental, principalmente aqueles que se encontravam dentro do Império Austro-Húngaro, notadamente na região dos Bálcãs.

b) O Pan-germanismo: Liderado pela Alemanha, pregava a união de todos os povos de cultura germânica da Europa Central, sob sua liderança.

c) Revanchismo francês: com a derrota da França na guerra contra a Alemanha, em 1870, os franceses foram obrigados a ceder aos alemães os territórios da Alsácia e da Lorena, regiões ricas em minérios de ferro e em carvão. A partir dessa guerra, desenvolveu-se na França um movimento de cunho nacionalista-revanchista, que visava desforrar a derrota sofrida contra a Alemanha e recuperar os territórios perdidos. Um de seus maiores instigadores foi o jornalista - e depois Primeiro-Ministro - Georges Clemenceau (1841-1929).

d) Corrida Armamentista: entre 1898 e 1914, a Alemanha, agora governada pelo Kaiser (Imperador) Wilhelm II (1859-1941), decidiu implementar uma política de agressivo rearmamento, principalmente de sua Marinha de Guerra. Esse conceito de uma força naval potente a fim de guarnecer os protetorados alemães de além-mar, teve como seu principal mentor, o Almirante Alfred Tirpitz (1849-1930) e se concentrou principalmente na construção de encouraçados (então chamados Dreadnoughts). A reação inglesa foi rápida mas, a despeito da Marinha alemã nunca ter se equiparado à Marinha Real em quantidade, sua tentativa desencadeou um frenesi que somente seria visto novamente na Guerra Fria: a força dos países era medida pelo número de seus encouraçados.

Nesse contexto de disputas entre as potências européias, podemos destacar duas grandes crises, que provocariam a guerra mundial:

A crise do Marrocos: Entre 1905 e 1911, França e Alemanha quase chegaram à guerra, por causa da disputa da região do Marrocos, no norte da África. Em 1906, foi convocada uma conferência internacional, na cidade espanhola de Algeciras, com o objetivo resolver as disputas entre franceses e alemães. Essa conferência deliberou que a França teria supremacia sobre o Marrocos, enquanto à Alemanha caberia uma pequena faixa de terras no sudoeste africano. A Alemanha não se conformou com a decisão desfavorável, e em 1911 surgira novos conflitos com a França pela disputa da África. Para evitar a guerra, a França concedeu à Alemanha uma considerável parte do Congo francês.

A crise balcânica: No continente europeu, um dos principais focos

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