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Trabalho de Conclusão de Curso - Rodrigo Smania Garrastazu Almeida

Por:   •  29/10/2022  •  Trabalho acadêmico  •  7.185 Palavras (29 Páginas)  •  77 Visualizações

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Proposição de uma sistemática de avaliação de desempenho para avaliar a eficiência hospitalar no tratamento das doenças prevalentes na população brasileira

Autor: Rodrigo Smania Garrastazu Almeida

Rodrigo.almeida@acad.br, PUCRS, Brasil

Orientador: Ana Paula Beck da Silva Etges

Ana.etges@pucrs.br, PUCRS, Brasil

Resumo: Para se avaliar e mensurar a gestão das instituições de cuidado de saúde há que se abordar uma metodologia de estudo que defina a importância de cada uma das áreas possíveis de atuação das organizações. O método de análise hierárquica de processos (AHP) conciliado à definição de um indicador global são ferramentas capazes de aferir a importância de cada um dos fatores influentes na busca da avaliação do desempenho das organizações de saúde. O método adotado teve como objetivo definir a importância dos indicadores desenvolvido pelo “Consórcio Nacional de mensuração de desfecho em saúde” entre o período de 2018 e 2020 para avaliar a eficiência de hospitais. O desenvolvimento do estudo possibilitou a mensuração das importâncias e avaliação dos desempenhos de indicadores e instituições hospitalares. A aplicação do método permitiu o entendimento sobre quais aspectos alavancam um hospital ao bom desempenho. Aconselha-se que mais estudos que utilizem o mesmo método sejam realizados no setor de cuidados de saúde para que assim haja melhor avaliação do método.

Palavras-chave: Indicadores Hospitalares, Método de Hierarquização de Processos, Comparabilidade, Desempenho Hospitalar.

1. Introdução

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) é a agência reguladora vinculada ao Ministério da Saúde (MS) que por meio da implementação do Programas de Qualidade dos Prestadores de Serviço na Saúde Suplementar (QUALISS) visa estimular a qualificação das informações de serviço de saúde. O Programa de Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS) é uma das ações da ANS dirigidas ao fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) em parceria com hospitais filantrópicos de qualidade reconhecida (DE; INSUMOS, 2011). Essa parceria reflete o comprometimento com a melhoria da qualidade das condições de saúde da população brasileira.

As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são as principais causas de óbitos no mundo e resultam no crescente número de mortes, perda de qualidade de vida e restrições nas atividades de trabalho e de lazer (MALTA; MORAIS NETO; SILVA JUNIOR, 2011). As DCNTs prevalentes na população brasileira são, doenças cardio e neurovasculares, neoplasias, doenças respiratórias crônicas, doenças osteo-músculo-articulares, como também acidentes de trabalho (MENDES; SCHRAMM; OLIVEIRA,  [s. d.]).

Performances ineficientes contribuem para que as despesas em saúde aumentem de forma desnecessária e sem gerar melhora na qualidade da saúde da população (PORTER; TEISBERG; BUSINESS, 2007). Uma das maneiras para se tornar a gestão da organização de saúde mais eficiente, isto é, mensurar aspectos da qualidade clínica da atenção prestada ao usuário, é a adoção da teoria de saúde baseada em valor, sendo valor compreendido como os desfechos de qualidade em saúde alcançados para cada dólar gasto para entregar o serviço(PORTER, 2010).

A sustentação da competitividade no mercado depende da constituição de uma ligação forte entre os objetivos organizacionais e a operacionalização das atividades desenvolvidas pela empresa (RAFAELI; MÜLLER, 2007). Com este intuito o Balanced Scorecard (BSC) auxilia na definição da estratégia por definir um conjunto de medidas de desempenho, mensurando estratégias e eficiência da gestão. Esta ferramenta possibilita ao gestor avaliar a performance empresarial considerando a eficiência de processos internos e de potencial de aprendizado e crescimento da empresa (KAPLAN et al., 2000).Com a intenção de reduzir a variabilidade do serviço prestado, hospitais e órgãos ligados a saúde têm buscado a cultura da qualidade através da mensuração de indicadores (CONSÓRCIO NACIONAL PARA MENSURAÇÃO DE DESFECHOS EM SAÚDE, 2018). Entender a importância de se trabalhar com indicadores é de profunda importância na busca de melhores resultados no gerenciamento organizacional, pois visam, como a própria palavra já diz, indicar se as ações realizadas na organização estão contribuindo na busca dos seus objetivos. Para a área da saúde os indicadores são recursos fundamentais para avaliar e monitorar a qualidade da assistência prestada (MIRANDA, 2015).

A análise comparativa de indicadores de resultado dos cuidados de saúde constitui importante instrumento para o monitoramento do desempenho dos prestadores de serviços, sobretudo daqueles que prestam cuidados hospitalares (MARTINS; TRAVASSOS; NORONHA, 2001). No entanto, a comparação se torna ainda mais relevante quando é avaliado o grau de complexidade que envolvem as tomadas de decisões nas empresas, envolvendo variáveis que influenciam o desempenho de uma empresa como recursos racionados, incertezas e critérios de carácter qualitativo e quantitativos. Neste cenário, métodos de análise simultânea de critérios auxilia a decidir qual atributos a serem priorizados. Desta forma o método de análise hierárquica de critérios (AHP) surge como alternativa, pois tem como ideia básica solucionar problemas decisório estruturado de maneira hierárquica, onde os níveis superiores contêm as descrições dos itens e nos níveis inferiores estão os atributos avaliado na abordagem (PASSOS, 2010). Kimura e Suen (2003) explicam que através de procedimentos matemáticos, as técnicas multicriteriais auxiliam na identificação da importância relativa, ou seja, relevância de cada item avaliado na decisão final.

Martins (2001) ainda acrescenta que no uso de medidas de desempenho é imprescindível a adoção de estratégias para ajustar os resultados de acordo com a gravidade dos casos, definindo este passo como ajuste do risco. Desta forma é fundamental que as variáveis de ajuste sejam identificadas, entendidas e adaptadas, para que sejam mensuradas e relacionadas de forma igualitária. O uso de indicadores na comparabilidade dos hospitais é útil para que variabilidades clínicas e/ou médicas sejam levadas em conta e informadas aos pacientes para que estes se certifiquem se é recomendável ou não a serem feitos determinados procedimentos na instituição (FITCH et al.,  [s. d.]).

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