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Cronometragem: RACIONALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO

Por:   •  17/11/2016  •  Artigo  •  8.439 Palavras (34 Páginas)  •  180 Visualizações

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RACIONALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO

        A racionalização da produção busca a obtenção de produtos de boa qualidade, em curto prazo e com menor custo. Objetiva, também, preservar e melhorar a saúde dos trabalhadores, face às exigências dos trabalhadores e do meio em que se desenvolve.

        Na produção artesanal, as descobertas de melhoria eram acidentais e implicavam em ligeiras modificações nas práticas usuais de trabalho.

O desenvolvimento da produção, a partir do século XVIII, impulsionou a Revolução Industrial. As formas produtivas deixaram de ser exclusivamente artesanais e passaram a exigir estudos sistemáticos de organização industrial.

Esses estudos centralizaram-se mais especificamente na indústria têxtil, que sofreu grandes mudanças a partir da invenção do tear mecânico e da máquina a vapor. Tais mudanças provocaram uma série de problemas técnicos, organizacionais e humanos.

Os problemas técnicos referiam-se à necessidade de elaboração de projetos de trabalho adequados às máquinas operatrizes.

Na área organizacional, passou-se a exigir meios adequados de produção, estudo da distribuição de tarefas e atribuições de responsabilidades aos vários chefes de departamentos.

Mas, as maiores questões surgiram na área de recursos humanos. É que o trabalhador passou por uma mudança total, tanto no que se refere ao local de trabalho, como à sua maneira de atuação.

Antes, ele trabalhava em sua própria casa e desempenhava todas as funções necessárias à obtenção do produto, desde a idealização do projeto até o produto final. Na fábrica, o trabalhador precisou adaptar-se a um ambiente duro e contínuo de trabalho, além de ver sua ação severamente controlada.

Além disso, o trabalho em série e por equipes impediu ao trabalhador uma visão completa do processo da produção, limitando-se a uma única ação repetida, sem visão de conjunto do produto final.

O trabalhador sentiu-se, então, cerceado em sua liberdade e diminuído em seu trabalho.

Todos esses problemas levaram à busca de princípios e procedimentos adequados às novas exigências socio-econômicas do campo profissional e industrial.

  1. FUNDAMENTOS DA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

René Descartes (1596-1650) dedicou-se à reorganização da ciência com base na razão. Daí ser considerado precursor do racionalismo. Em Discurso sobre o método, Descartes expõe quatro regras para a investigação científica:

  • Nunca admitir como verdadeiro um fato que não seja evidente por si mesmo (exigência);
  • Dividir cada uma das dificuldades em tantas partes quanto possível para melhor resolvê-las (análise);
  • Na elaboração dos pensamentos próprios, avançar sempre e gradativamente do simples para o composto (Síntese);
  • Fazer checagens tão completas e gerais quanto possível, a fim de certificar-se que nada foi esquecido (controle).

A investigação científica estendeu-se à organização racional do trabalho, através dos estudos pioneiros de Franck Gilberth, Frederic Winslow Taylor e Henry Fayol.

  1. . O TRABALHO DE GILBERTH

Gilberth e sua esposa estudaram os movimentos executados pelo trabalhador para identificar o nível de melhor rendimento possível com um mínimo de cansaço. Ainda, estenderam esse estudo à formação de aprendizes, postulando os seguintes princípios:

  • os movimentos são os primeiros elementos a considerar na aprendizagem de um ofício manual qualquer;
  • desde o início é necessário ensinar com método a exigir movimentos corretos;
  • a qualidade correta é o resultado de movimentos corretos executados numa velocidade padronizada.

1.2. TAYLORISMO E FAYOLISMO

        Na mesma linha de Descartes, Taylor aplicava em seus trabalhos o seguinte princípio: dividir uma dificuldade global em diversas dificuldades elementares e em seguida estudar uma por uma.

        São de Taylor os cinco princípios de organização, preparação e execução do trabalho, ainda aplicados nas empresas:

  • para cada trabalho, estudar uma técnica racional que substitua os antigos métodos pouco precisos;
  • transmitir sistematicamente essa técnica ao executante, a fim de que ele possa aplicá-la integralmente;
  • separar funções de preparação do trabalho de funções de execução;
  • especificar cada uma dessas funções;
  • repartir com eqüidade entre a direção e o pessoal os lucros que resultem do aumento do rendimento.

        Embora reconhecido profissionalmente como engenheiro metalúrgico, Taylor foi acima de tudo engenheiro social. Suas idéias, reunidas sob a denominação geral de taylorismo, afetaram os costumes, a produção e a distribuição de bens.

        A produção seriada de automóveis, idealizada por Ford, é uma conseqüência do taylorismo.

        Para Taylor, os pontos básicos de seu sistema eram:

  • Reconhecimento, tanto por parte de administração, como dos empregados, da necessidade de produtividade crescente;
  • Reconhecimento da necessidade de descobrir, mediante o emprego dos métodos científicos, as leis que governam a poupança e conservação das energias humanas e materiais, utilizadas no aumento da produtividade;
  • Providências mistas de empreendedores e empregados para fazer essas leis vigorarem.

O que Taylor fez na área técnica, Henry Fayol fez na área administrativa. Dentre as funções de uma empresa, Fayol reservou um lugar preponderante à função administrativa, encarregada de prever, organizar, dirigir, coordenar, controlar.

Henry Fayol pode ser considerado, também, um teórico social pois seus estudos contribuíram para a racionalização administrativa, definindo áreas de competência e melhorando as relações de trabalho.

Da mesma forma que Taylor, Fayol desenvolveu experimentalmente suas idéias e criou uma doutrina que determinou Teoria Administrativa, conhecida como fayolismo.

Posteriormente, a racionalização da produção registrou grandes avanços com a contribuição das ciências mais recentes, principalmente a Sociologia e a Psicologia Industrial.

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