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From classical to contemporary administration

Tese: From classical to contemporary administration. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  10/11/2013  •  Tese  •  5.363 Palavras (22 Páginas)  •  392 Visualizações

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DA GERÊNCIA CLÁSSICA À GERÊNCIA CONTEMPORÂNEA:

COMPREENDENDO NOVOS CONCEITOS

PARA SUBSIDIAR A PRÁTICA ADMINISTRATIVA

DA ENFERMAGEM

From classical to contemporary administration:

understanding new concepts in order to

empower nursing management

Carla Aparecida Spagnol 1

RESUMO

Este ensaio teórico tem o propósito de abordar a temática da administração hospitalar, focalizando especificamente a gerência em enfermagem. Aponta concepções gerenciais contemporâneas, que leva-nos a refletir como os novos modelos de gerência instituídos em alguns hospitais, considerados pioneiros na implantação de

mudanças organizacionais, podem estar influenciando a prática administrativa da enfermagem inserida neste contexto. Entende-se que atualmente a enfermagem está vivendo um momento de transição, de rompimento de paradigmas, tentando superar os pressupostos da Gerência Clássica, buscando formas mais flexíveis, humanizadas e compartilhadas para gerenciar o trabalho na enfermagem.

1 INTRODUÇÃO

A função administrativa do enfermeiro, ao longo dos anos, vem ocupando um lugar de destaque na nossa realidade, devido a fatores políticos, econômicos, sociais e culturais vigentes nas instituições de saúde e na sociedade. Este fato pode ser confirmado através de estudos realizados por Trevizan (1978), Mendes (1985),

Deienno (1993), Brito (1998), entre outros.

Os referidos autores mostraram que no Brasil a dimensão administrativa como parte do trabalho do enfermeiro se sobressai em relação à assistência prestada ao cliente, sendo a última uma atividade executada basicamente por técnicos e auxiliares de enfermagem, ou ainda, por atendentes de enfermagem2 . O fato de o enfermeiro atuar basicamente no gerenciamento de unidades e desenvolver atividades administrativas burocráticas3 na maioria dos hospitais tem se constituído em assunto polêmico, visto

que um contingente de enfermeiros de serviço, docentes e pesquisadores defende o cuidado direto como atividade precípua desse profissional, gerando discussão em torno da dicotomia: assistir versus administrar.

A fragmentação ainda existente entre as vertentes assistencial e administrativa pode ser entendida historicamente, a partir da introdução do princípio da divisão do trabalho na enfermagem, proposta contemplada por Florence Nightingale, que formava as ladies nurses para se responsabilizarem pela administração da enfermagem

e as nurses para prestarem assistência aos pacientes. Além disso, Florence Nightingale foi a enfermeira pioneira que introduziu no ambiente hospitalar elementos do processo administrativo como o planejamento, a direção e a supervisão (TREVIZAN, 1988).

Em meados do século XIX, Taylor e Fayol preconizaram os princípios da Gerência Clássica, inicialmente utilizados na organização do trabalho realizado nas indústrias. Contudo, a administração hospitalar e conseqüentemente a administração em enfermagem, mais tarde também foram influenciadas por este estilo de

gerência.

Neste sentido, os estudos de Ferraz (1995) e Rita Lima (1998) mostraram que a enfermagem nas organizações hospitalares ainda traz fortes marcas da Administração Clássica, evidenciadas no cotidiano de trabalho. Estes estudos revelaram que o estilo de gerência presente está pautado basicamente na lógica do controle das tarefas e do comportamento dos trabalhadores. Ressaltaram ainda que os Serviços de Enfermagem, principalmente nos grandes hospitais, apresentam um modelo organizacional verticalizado e hierarquizado, típico do modelo clássico de gestão, que apresenta as seguintes características: centralização de poder, rígida hierarquia,

impessoalidade nas relações, morosidade nas decisões, fluxo de comunicação verticalizado, entre outras.

2 ASPECTOS TEÓRICOS DA GERÊNCIA CLÁSSICA

A Abordagem Clássica, considerada teoria pioneira nos estudos de Administração, surgiu em decorrência da Revolução Industrial, momento marcante que transformou as empresas e a organização do trabalho de modo geral. Naquela época, foram introduzidas nas indústrias tecnologias inovadoras, como a máquina a vapor,

que modificaram a forma de se ver o trabalho e o modo de produção.

Segundo Faria (1996), a Abordagem Clássica da Administração tinha o propósito de resolver os problemas decorrentes do crescimento acelerado e desorganizado das empresas, que precisavam encontrar formas eficientes de racionalizar o trabalho e aumentar a produção. Essa abordagem teórica reuniu as idéias de Taylor e Fayol que ficaram conhecidos como os precursores das Escolas Científica e Clássica da Administração.

O engenheiro americano Frederick Winslow Taylor, precursor da Administração Científica, preocupado com a forma de organização do trabalho na indústria, desenvolveu estudos de tempo e movimento com a finalidade de encontrar maneiras mais eficientes e eficazes de produção, enfatizando basicamente a execução

das tarefas em um menor tempo possível e com o menor desperdício de material. Nesta abordagem teórica, cabia ao administrador planejar e supervisionar as atividades que seriam executadas pelos operários, evidenciando, assim, uma nítida divisão do trabalho entre os que pensam os processos vitais da organização e

os que executam as tarefas. Portanto, os supervisores tinham a função de elaborar detalhadamente as instruções que orientavam as tarefas a serem desenvolvidas pelos trabalhadores (CHIAVENATO, 1994).

Segundo Taylor (1989, p. 115), os administradores necessitavam “passar a maior parte do seu tempo na seção de planejamento” da empresa, pois entendia que o trabalho intelectual realizado por eles precisava de certa tranqüilidade para ser desenvolvido.

Para Ferraz (1995), a criação das seções de planejamento na estrutura organizacional das empresas, reforçou a dissociação entre a concepção e execução, reduzindo assim, o desenvolvimento das tarefas em atividades mecânicas e repetitivas, desprovidas de intencionalidade e criatividade dos trabalhadores.

Nesta perspectiva, Taylor (1989) defendia a especialização do operário, levando à fragmentação

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