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Pesquisar sobre a estrutura do hinduísmo, destacando suas crenças, ritos, divisões, abrangência e, e se for o caso a influência exercida por ela na ordem social na qual está associada.

Por:   •  16/3/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.049 Palavras (9 Páginas)  •  665 Visualizações

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1. Pesquisar sobre a estrutura do hinduísmo, destacando suas crenças, ritos, divisões, abrangência e, e se for o caso a influência exercida por ela na ordem social na qual está associada.

  • Estrutura da religião hinduísta

Diferentemente das outras religiões mundiais (budismo, cristianismo e islã), o hinduísmo não tem fundador, nem credo fixo nem organização de espécie alguma. Projeta-se como a "religião eterna" e se caracteriza por sua imensa diversidade e pela capacidade excepcional que vem demonstrando através da história de abranger novos modos de pensamento e expressão religiosa. A palavra hinduísta significa simplesmente "indiano" (da mesma raiz do rio Indo), e talvez a melhor maneira de definir o hinduísmo seja dizer que é o nome das várias formas de religião que se desenvolveram na Índia depois que os indo-europeus abriram caminho para a Índia do Norte, de 3 a 4 mil anos atrás. O cristianismo e o judaísmo também têm uma história que se estende por milhares de anos, mas o peculiar no hinduísmo é que todos os seus estágios históricos são visíveis simultaneamente. Apesar de sua complexidade, ainda se pode experimentar o hinduísmo como um todo. Assim, ele já foi comparado a uma floresta tropical, onde várias camadas de animais e de plantas se desenvolvem num grande meio ambiente.

Os ancestrais dos hindus eram conhecidos, em sânscrito, como āryas. A palavra equivalente em português é ariano ou indo-ariano. Os arianos chamavam sua religião de Ārya Dharma – a religião dos arianos, e desconheciam completamente a palavra hinduísmo. A palavra dharma, nesse contexto, significa religião, ou deveres religiosos. O sânscrito que pertence a família de línguas indo-europeias, era o idioma dos indos-arianos. Os arianos também chamavam sua religião de Mānava Dharma, ou a religião do homem, o que significava não ser essa, uma religião exclusiva dos arianos, mas sim, aplicável a toda a humanidade. Outro nome era Sanātana Dharma – a religião eterna, ilustrando a sua crença de que a sua religião se baseava em verdades eternas.

O nome, hinduísmo, veio bem mais tarde. Um dos países vizinhos, a Pérsia, fazia fronteira com a Índia antiga, que naquela época era conhecida como Āryāvarta – a terra dos arianos. A fronteira entre a Pérsia e a Índia antiga era o rio Indus, em sânscrito, Sindhu. Os persas não conseguiam pronunciar a palavra sindhu corretamente; pronunciavam-na hindu, e também se referiam aos arianos que viviam na outra margem do rio, como hindus. Assim, a religião dos arianos passou a ser conhecida como hinduísmo.

  • Crenças

O hinduísmo é uma religião que evoluiu através de um grande território marcado por uma diversidade étnica e cultural significativa, através da inovação interior e assimilação de tradições ou cultos externos ao próprio hinduísmo. O resultado foi uma variedade enorme de tradições religiosas, que vai de cultos pequenos e pouco sofisticados aos principais movimentos da religião, que contam com milhões de aderentes espalhados por todo o subcontinente indiano e outras regiões do mundo. Temas principais sobre as crenças hinduístas incluem o darma (ética hindu), samsara (o contínuo ciclo do nascimento, morte e renascimento), carma (ação e consequente reação), mocsa (libertação do samsara), e as diversas iogas (caminhos ou práticas).

  • O conceito de Deus

O conceito de Deus no hinduísmo é complexo, pois o hinduísmo é um sistema diversificado de pensamento, com crenças que abrangem o monoteísmo, politeísmo, panenteísmo, panteísmo, monismo e ateísmo, muitas vezes é considerado uma religião henoteísta (isto é, que envolve a devoção a um único deus, embora aceite a existência de outros).

A maior parte dos hindus acredita que o espírito ou a alma (ātman) é eterno. De acordo com as teologias monistas/panteístas do hinduísmo (Advaita e Vedanta), este Atman não pode ser distinguido, em última instância, do Brâman, o espírito supremo; estas escolas são, portanto, chamadas de não-dualistas. A meta da vida, de acordo com a escola Advaita, é chegar à conclusão que o seu ātman é idêntico ao Brâman. Os Upanixades afirmam que quem que tome consciência do ātman como o âmago de si próprio estabelece uma identidade com Brâman, atingindo assim o moksha ("liberação" ou "liberdade").

As escolas dualísticas ( Dvaita e Bhakti) compreendem Brâman como um Ser Supremo que possui personalidade, e o/a veneram como Vishnu, Brahma, shiva ou Shakti, dependendo da seita. O ātman é dependente de Deus, enquanto o moksha depende do amor a Deus e da graça de Deus. Quando Deus é visto como um ser supremo pessoal, Deus é chamado de Ishvara (O Senhor), Bhagavan (O Auspicioso) ou Parameshwara (O Senhor Supremo). As interpretações de Ishvara variam, no entanto, da não-crença no Ishvara dos seguidores do Mimamsakas, até a sua identificação com Brâman, pelo Advaita. Na maior parte das tradições do vishnuísmo Deus é Vishnu, e o texto das escrituras desta denominação identifica este Ser como Krishna, por vezes chamado de svayam bhagavan. Também existem tendências ateias como o Samkhya.

  • Devas e avatares

As escrituras hindus se referem a entidades celestiais chamadas devas "deuses" ou "seres celestiais". Os devas foram retratados na arte, arquitetura, e através de ícones, e histórias mitológicas sobre eles foram relatadas nas escrituras da religião, particularmente na poesia épica indiana e nos Puranas. Frequentemente são, no entanto, dissociados de Ishvara, um deus pessoal supremo que muitos hindus veneram de uma forma particular, como seu iṣṭa devatā, ou "ideal escolhido". A escolha é uma questão de preferência individual e tradições regionais e familiares. Os épicos hindus e os Puranas relatam diversos episódios da descida de Deus à Terra em sua forma corpórea, esta encarnação é chamada de avatar. Os avatares mais venerados são os de Vishnu, e incluem Rama e Krishna .

  • Karma e samsara

Karma pode ser traduzido literalmente como "ação", "obra" ou "feito" e pode ser descrito como a "lei moral de causa e efeito”. O linga sharira, um corpo mais sutil que o físico, porém menos sutil que a alma, armazena as impressões, e lhes carrega à vida seguinte, estabelecendo uma trajetória única para o indivíduo. O conceito de um carma infalível, neutro e universal, relaciona-se intrinsecamente à reencarnação, assim como à personalidade, característica e família de cada um. O carma une os conceitos de livre-arbítrio e destino.O ciclo de ação, reação, nascimento, morte e renascimento é um contínuo, chamado de samsara. Acredita-se que depois de diversas reencarnações um atman eventualmente procura a união com o espírito cósmico (Brâman/Paramatman), como o alcance de uma paz mental perfeita; e como o desprendimento dos desejos mundanos. Tal realização libera o indivíduo da samsara e termina com o ciclo de renascimentos.

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