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Rede em Cooperação

Por:   •  11/11/2018  •  Ensaio  •  1.205 Palavras (5 Páginas)  •  95 Visualizações

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As redes podem apresentar diferentes objetivos, normalmente de cunho público, e podem ser formadas por organizações participantes de diferentes setores.  Com o advento das redes, uma nova cultura política é criada, e se caracteriza pela formação de parcerias entre governos municipal, estadual, federal, empresas, universidades, organizações não governamentais (ONG), associações, movimentos sociais e comunidade, com o objetivo de promover o desenvolvimento de um território e a consequente melhoria das condições de vida da população. Atualmente, o termo rede é utilizado tanto na linguagem corrente quanto no meio acadêmico. No meio acadêmico, diversos são os campos do saber em que ele é estudado, admitindo, assim, diferentes sentidos e interpretações. Seu conceito pode ser elucidado como um sistema composto por nós, pontos ou agentes que são representados por sujeitos sociais (indivíduos, grupos, organizações) e pelas relações (vínculos, conexões, elos) que se estabelecem entre eles. De forma geral, as redes variam conforme sua: a) constituição: compostas por sujeitos sociais advindos do mesmo segmento, como empresas, organizações da sociedade civil, cooperativas, movimentos sociais e universidades ou de organizações de diferentes segmentos; b) tipo de relação entre os sujeitos: informal ou formal, permanente ou esporádica, forte ou fraca; e c) esfera de atuação: econômica, política, social, cultural – que se relaciona diretamente à sua finalidade. Em um estudo de redes de empresa, classificou-as conforme o tipo de relacionamento existente entre as participantes. Para o autor, as redes podem ser estratégicas (orientadas para orientadas para interesses do mercado e com uma organização central), lineares (empresas envolvidas em determinada cadeia de valor) ou dinâmicas (relacionamento contínuo e intenso entre várias organizações). Dentre os esforços de diferenciação das redes, encontra-se a classificação, baseada nos objetivos da criação e a serem atingidos pela rede, sendo elas: redes de mercado ou de compromisso social. Estas últimas são formadas a partir da articulação de atores da sociedade, mantendo-se a identidade original de cada um, e sua principal característica é a cooperação para alcance de um objetivo comum, normalmente, a intervenção sobre algum problema que afeta o equilíbrio ou desenvolvimento da sociedade. Outra perspectiva é o conceito de redes de colaboração solidária formulado, as redes são constituídas de células, de conexões entre elas e de fluxos que as perpassam, e podem iniciar a partir de grupos de consumidores ou de produtores solidários. A gestão da rede, necessariamente, deve ser democrática, prezando a adesão e participação livre de cada pessoa e considerando os aspectos de descentralização (não há um núcleo central e novas redes surgem a partir das células), de gestão participativa (autogestão), de coordenação (eleita pelas células e com mandato revogável) e de regionalização (organização das células em instâncias democráticas). É, possível diferenciar a configuração das redes, sendo possível classificá-las como rede centralizada, descentralizada ou distribuída. No entanto, devido à complexidade das redes na prática, é possível encontrar em uma mesma rede os três tipos de configuração, dependendo da interação a ser considerada. O a o caso de uma rede que pode ser considerada centralizada devido à sua articulação em torno de algum fórum eletrônico, descentralizada em suas decisões democráticas e distribuída em relação aos fluxos de produtos e serviços. Mas, a configuração geral das redes consiste na sobreposição dessas três configurações, formando, assim, uma nova composição tridimensional.Com o processo de redemocratização no Brasil desde os anos 1980, alguns elementos do tradicional modelo burocrático de administração pública, como hierarquia, especialização, impessoalidade, normas e decisões programadas, se tornaram insuficientes e inadequados para responder às demandas atuais, sendo necessária uma gestão flexível para atender às ambições e necessidades da sociedade. Os atuais níveis de incerteza e intenso ritmo de mudanças exigem uma cooperação e sinergia interinstitucional, que remetem à busca por um novo paradigma de gestão Acompanhando a tendência do mercado de as empresas atuarem em conjunto  e aprimorando outras alternativas de gestão de políticas públicas, como convênios e consórcios. Um importante aspecto das redes é a interdependência entre os atores. Os atores dependem um do outro, em específico, dos recursos de cada um, no entanto, não se atinge uma relação de subordinação entre eles. Com isso, para a gestão da rede, são criados processos de institucionalização e formas de coordenação e controle da participação dos atores. Alguns autores apontam os aspectos de confiança, solidariedade e reciprocidade como mecanismos de coordenação Afirma que a construção e desenvolvimento da rede dependem da riqueza, intensidade e profundidade dos vínculos entre os atores. Para análise do grau de profundidade dos vínculos entre os atores, o autor propõe um esquema ascendente de classificação. Sob a mesma perspectiva de análise dos vínculos sociais propôs os conceitos de laços fortes e laços fracos, bastante utilizados nos estudos de redes . Se os laços (interações, relações) estabelecidos entre os indivíduos podem ser fortes, fracos ou ausentes. O que caracteriza a força de um laço é a combinação da quantidade de tempo, da intensidade emocional, da intimidade e das trocas envolvidas na relação dos indivíduos (quanto mais intensa essa combinação, mais fortes são os laços). Já os laços fracos são indispensáveis para oportunidades individuais e integração com outras comunidades. Transferindo o conceito para a análise das redes, são as relações fracas que permitem a construção e expansão das redes, pois elas conectam grupos que não têm ligações entre si, mas que podem possuir interesses em comum. Portanto, a discussão que se dá com relação às possíveis redes que possam ser identificadas no âmbito da administração pública também segue um movimento recente no país, construído através de um novo espaço pela gestão social, que surgiu em decorrência da falência dos mecanismos institucionais tradicionais do mercado e do Estado. A gestão social pressupõe, assim, uma discussão centrada na sociedade civil e suas redes, que estariam alheias à racionalidade instrumental, ao mesmo tempo em que se desenvolvem em meio a sua lógica. Nesse sentido, objetiva-se, a partir desse ponto, a caracterização das redes na administração pública no Brasil, definindo-as enquanto relações que se concretizam a partir da consolidação de relações democráticas e participativas e pela intensidade e características do capital social que, por sua vez, se desenvolve segundo os aspectos culturais mencionados no tópico anterior. O grau de participação da sociedade civil na esfera pública, considerada sob o ponto de vista sociológico como cidadania participativa, é muito importante na eficiência do aparato do Estado.  A cidadania participativa engloba uma ideia mais ampla de participação, não só aquela por meio dos direitos políticos na esfera estatal, mas também do exercício e reivindicação de direitos pelo envolvimento direto das pessoas de forma organizada. Essa concepção encontra suas raízes no pensamento grego e de Rousseau, desenvolvendo-se mais intensamente a partir da segunda metade do século XX. Ao investigar a trajetória da gestão pública brasileira, podem ser obtidas várias pistas de quando realmente se passa a ter maior interesse na participação cidadã e atenção às potencialidades locais. Defende a ideia de que isso se deu no final da década de 1980 para combater o legado militar, quando foram tomadas medidas como a reforma das finanças e o início da elaboração da Constituição, promulgada em 1988. Seguiram-se várias mudanças nos governos das décadas seguintes, provocando alguns ganhos, mas também retrocessos.

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