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A HISTÓRIA DO CONCRETO ARMADO

Por:   •  18/7/2021  •  Resenha  •  1.939 Palavras (8 Páginas)  •  265 Visualizações

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HISTÓRIA DO CONCRETO ARMADO

O concreto armado foi introduzido ao mundo da construção e dos sistemas estruturais no final do século XIX, transformando boa parte do mundo da construção. No passado, a maioria dos elementos estruturais eram realizados em madeira (que apresentava problemas de durabilidade e combustão) e alvenaria feita de pedras ou tijolos, elemento que foi muito mais utilizado e empregado em boa parte das construções realizadas pelo mundo.

A alvenaria nada mais é do que a junção de um material (pedra, tijolos ou blocos) com um ligante, como por exemplo a argamassa. Esse processo de construção é um dos mais antigos do mundo, tendo como base a utilização de pedras com argamassa de barro ou argila. Em algumas regiões do mundo onde havia escassez de pedra eram utilizados tijolos.

Assim a argamassa passa a ter um papel fundamental no ramo das construções dando início a criação da cal, cimento e concreto além dos aglomerantes também utilizados. Segundo Guimarães (1997) o primeiro contato do homem com a cal foi provavelmente no período paleolítico, além disso construções históricas como as pirâmides mostram que já existia uma habilidade para a aplicação de argamassa. A partir dessas experimentações, que em 2500 a.C os egípcios realizaram a produção de uma argamassa constituída de gesso calcinado, dando origem ao cimento. Conhecimento que foi espalhado por todo o oriente e posteriormente pelo mediterrãneo, Grécia e Roma.

Com esses novos materiais descobertos, povos foram adaptando o uso dessas descobertas com seus anseios políticos e econômicos, fazendo grandes construções que estão erguidas até hoje. O povo romano é exemplo nessa adaptação dos materiais, usando sua criatividade, conseguiu melhorar desse novo jeito de construir, dando início a uma poderosa indústria da construção. Para isso foi necessário estabelecer regras e criar regulamentações para a qualidade dos materiais utilizados unificando essas técnicas por todo império romano.

O império romano foi se adaptando a sua realidade e a sua população construindo inúmeras obras como, pontes, acabamentos, armazéns, igrejas, moradias etc. Mas essa revolução no império romano e nas suas construções só foi possível graças ao descobrimento de um novo material: o Opus Caementicium, cujo material principal era uma cinza pozolânica que misturada a argamassa de cal produzia um material semelhante ao cimento que possuímos hoje. Logo com essa descoberta foram realizadas grandes construções como o Pantheon, Coliseu, Termas e Banhos Romanos que são um símbolos e que estão erguidos até hoje.

O Pantheon foi erguido em 27 a.C, sendo o templo de adoração para os deuses romanos naquela época (pan=todos, theos=deus). Atualmente se encontra em perfeito estado, sendo um dos pontos turísticos de Roma. Sua base é cilíndrica com uma fachada em colunas. Na sua cobertura está presente uma grande cúpula, tornando seu interior uma grande esfera redonda. Já o Coliseu, foi construído a partir de tijolos revestidos de argamassa e areia, é o maior anfiteatro já construído estando situado ao leste do fórum romano.

O desenvolvimento tecnológico desses materiais durante o Império Romano foi notável. Desenvolveram o concreto com o uso de agregados leves como o usado na cobertura do Pantheon, e o concreto reforçado com barras metálicas. Os romanos usaram esse cimento na construção de suas pontes, estradas, docas, drenos pluviais e aquedutos. Os romanos edificaram aquedutos que levavam água limpa até as cidades e também desenvolveram complexos sistemas de esgoto para dar vazão à água servida e aos dejetos das casas

No entanto, esse conhecimento e modo de pensar a partir dos materiais desapareceu durante a Idade Média e retornou apenas em meados do século XVII.

Depois de alguns estudos descobriu-se que esse concreto “armado” romano apresentou muitos problemas de fissuração, pois usavam barras de bronze, ou seja, materiais com propriedades térmicas muito diferentes.

A partir desses conhecimentos adquiridos foi possível criar diversas definições dos materiais estudados, especialmente o cimento.

Em 1758 o engenheiro inglês John Smeaton, investigando materiais aglomerantes para a construção de um farol próximo a Plymouth, concluiu que o cimento hidráulico obtido de uma mistura de calcário e argilas era muito superior ao calcário puro.

James Parker, em 1791 descobriu um cimento (patenteado em 1796 com o nome de Cimento Romano). A partir disso, químicos e engenheiros chegaram à conclusão de que com a mistura de pedras calcárias com aproximadamente um terço de argila e uma pequena quantidade de óxido de ferro, se conseguia um cimento similar ao cimento de Parker.

Louis Vicat é considerado o inventor do cimento artificial, em 1817 após a publicação de seu trabalho, afirmou que com a queima de uma mistura de calcário e argila obtinha-se cimento. Em 1818 a Academia das Ciências de Paris aprovou sua descoberta e o autorizou a aplicá-la na construção da ponte de Souil-lac. Em 1824 Joseph Aspdin solicitou e obteve a patente para um aperfeiçoamento no método de produzir pedra artificial. Aspdin deu-lhe o nome de Cimento Portland por sua semelhança, com a famosa pedra calcária branco-prateada que se extrai há mais de três séculos de algumas pedreiras existentes na pequena península de Portland no Condado de Dorset.

O cimento Portland foi um sucesso em toda europa inúmeros engenheiros utilizaram em suas construções esse novo material, muito rápido e eficaz. Exemplo disso foi a construção de um túnel realizado pelo engenheiro francês Marc Isambard, em 1825, onde seria o primeiro túnel construído sob um rio navegável. Marc utilizou de cimento romano para realização da construção de paredes e revestimento de proteção, mas infelizmente o teto desabou matando diversos trabalhadores. Assim, Marc resolveu utilizar o cimento Portland para criar novas vedações nas paredes e no teto do túnel, conseguindo sucesso em seu processo concluindo a obra em 1843, sendo considerada naquela época uma das 8 maravilhas do mundo, estando em uso até hoje.

Desse modo, em 1843 foram feitas as primeiras análises comparativas entre o cimento Portland e o Romano, realizada pelos engenheiros ingleses Grissell & Peto, onde se constatou a superioridade do cimento Portland. Porém com a produção em larga escala, de diversas indústrias diferentes, acabaram colocando a qualidade do material em dúvida quanto a sua eficácia.

No Brasil, a fabricação do cimento Portland foi iniciada em 1888 pelo comendador Antônio Proost Rodovalho, com a instalação de uma usina em Sorocaba-SP. Logo várias indústrias

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