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O Concurso Brasilia

Por:   •  22/4/2019  •  Artigo  •  2.050 Palavras (9 Páginas)  •  134 Visualizações

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FACULDADE DOS GUARARAPES

INTRODUÇÃO A ARQUITETURA E URBANISMO

ACADÊMICO: Maurício Jordy Asano do Nascimento

CONCURSO BRASÍLIA

Jaboatão dos Guararapes

19 de junho de 2017

INTRODUÇÃO

Neste artigo será relatado sobre a construção de Brasília, em relação a como tudo foi organizado. Começando por um acirrado concurso para escolher qual o arquiteto e equipe que iria ter o privilégio de construir a cidade de Brasília. No decorrer da história o grupo de Lucio Costa foi o vencedor, sendo ele quem sonhou, desenhou, viveu e construí a “sua” cidade.

O Concurso para Brasília foi uma época bastante polêmica e discutida na década de 50. Mas apesar de todo o ocorrido entre os anos de 1956 e 1957, naquele momento ofereceu mais do que a criação de uma capital, aponta a posição e escolha sobre todo o processo tratado no momento. A política tinha um grande poder de decisões, construindo aquela visão de nação, e da era modernista. Com tudo, os projetos que eram apresentados, em um todo, tiveram sua importância, pois eram muito rica em cultura urbanística, porém mesmo assim tornava algo consensual e bastante contraditório.

DESENVOLVIMENTO

No ano de 1956 o presidente de Brasília era chamado como Juscelino Kubitschek (JK). Ele teve o grande privilégio de participar de uma época em que a cidade estava para ser a Nova Capital, em relação claro a sua construção, arquitetura, entre outros. Porém ele não se mostra muito adepto a esse processo.

A NOVACAP (Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil), foi o grande “bum” naquele tempo, foi ela que foi o principal instrumento para JK para criação da nova Brasília. Sem o surgimento dela, não existiria o concurso, para eleger qual arquiteto iria ser o privilegiado a construir e planejar toda a cidade em tão pouco tempo.

A proposta foi lançada no dia 19 de setembro de 1956 e aprovada no dia 24. O objetivo de todo o projeto era planejar e construir a Nova Capital, contando com as negociações de posse e empréstimo de imóveis da área e na coordenação de todos os projetos e obras necessárias para a construção da cidade.

Como já havia dito, naquela época a política era bem invasiva dentro de qualquer processo. A NOVACAP sofreu um pouco na mão do presidente JK, pois ele tinha autonomia total sobre decisões que abordava qualquer mudança na cidade. Ele a princípio ordenou a criação do concurso nacional para estabelecer um plano urbanístico.

Em 1956 ainda, JK decidiu escolher para o cargo de Diretor do Departamento de Arquitetura da Companhia Urbanizadora a Oscar Niemeyer, e lhe deu o privilégio de projetar toda a cidade. Niemeyer não aceitou o convite, com tudo deu sua opinião em relação a criação da Nova Cidade, a primeira foi de criar um concurso nacional, com a participação de um responsável na área de urbanismo, para poder escolher a melhor pessoa apta e em segundo Dele projetar todos os principais edifícios administrativos da cidade.  JK achou uma grande ideia a de Oscar e marca com a NOVACAP a elaboração do Edital do Concurso.

Ao ser confirmado a criação do concurso, o IAB enviou para JK um manifesto em agosto de 1956. Nesse manifesto eles orientam, em relação a comissão julgadora um representante da presidência da república, um da classe dos engenheiros, dois do IAB e três urbanistas estrangeiros, todos indicados pelo presidente da república.

A partir disso a NOVACAP realizou o edital para o concurso nacional. Organizado por Israel Pinheiro, Ernesto Silva, Oscar Niemeyer, Raul Pena Firme e Roberto Lacombe, onde o mesmo foi publicado no dia 3 de setembro de 1956. Chamado assim como Concurso Nacional do Plano Piloto da Nova Capital do Brasil.

Cada arquiteto que estava concorrendo para esse concurso, precisava estar dentro do critérios a seguir: traçado básico da cidade, indicando a disposição dos principais elementos da estrutura urbana, a localização e interligação dos diversos setores, centros, instalações e serviços, distribuição dos espaços livres e vias de comunicação (escala 1:25.000) e um relatório justificativo.

No decorrer de todas as inscrições ao final foram inscritos 62 concorrentes, onde contém profissionais bastante apto para ser escolhido, com grande carreira acadêmica e laços modernistas. Nessa lista destaca-se os nomes de grandes arquitetos como o próprio Paulo Antunes Ribeiro, que se tornaria membro do júri e de Lúcio Costa. Existia uma única mulher chamada Sonia Marlene de Paiva, tinha também Carlos Frederico Ferreira, Luiz Saia, entre outros conhecidos, inscreveram-se, mas não participaram dos projetos.

Depois de muito esforço, no dia 11 de março de 1957, as 26 equipes entregaram os projetos para o julgamento. O último concorrente que entregou o projeto foi o Lúcio Costa. O diretor da NOVACAP, Oscar Niemeyer, almejava de todo esse projeto um arquiteto que projetasse algo que adquirisse uma única função e eficiente.  No dia 16 de março de 1957 o plano de Lúcio Costa foi o escolhido. Em critério de escolha, o júri foi bem seletivo, principalmente aqueles que refletem os princípios modernistas.

Houveram sete finalistas no final da competição, a qual suas propostas eram:

  • Milton Ghiraldini e equipe, projetavam uma cidade com zona central, onde seria um conjunto do governo, cultural e comércio, além dos ministérios e embaixadas. Ao redor dela, estariam posicionados quatro retângulos que abrigariam as superquadras, que abandonaram o formato de 100m x 100m e eram de 15 a 20 vezes maiores, com um parque interior que o centro de tudo. O projeto de Ghiraldini mostrava uma cidade que abrigaria no máximo 200 mil habitantes. O júri destacou que havia uma exagerada zona e não apresentava o caráter de uma capital.
  • Vilanova Artigas e equipe, buscava organizar a população de forma diferente da do Rio de Janeiro, pois eles achavam a de lá mal distribuída, deixando bem claro que não queriam transformar em centro demográfico, comercial, industrial, cultural e turístico, igual a capital anterior. Seria dividido em zonas, com atividades diferentes, desde o administrativo e comercial até as áreas residenciais e verdes. O júri não gostou, pois ele não deram valor as embaixadas, consulados e centros de rádio e TV e também considerou que as zonas residenciais eram muito iguais e não havia circulação das residências para o centro cívico da cidade e a sede do governo.
  • Henrique Mindlin e Giancarlo Palanti, apresentaram um projeto de áreas verdes e o desenho da capital foi construindo contornando o Lago Paranoá e a localização aproximada das estradas de ferro e rodagem próximas à região do Distrito Federal. A Nova Cidade seria organizada em dois eixos principais: de atividades públicas, administrativas e governo e de vida particular, cruzando-se com o centro comercial e recreativo da cidade. O júri elogiou a proposta em relação a densidade, economia e uso da terra, mas não gostou, da segregação por classe das moradias de operários, o agrupamento das embaixadas e dos ministérios, feito em extremidades distintas do plano piloto.
  • M.M.M. Roberto e equipe planejaram uma cidade com flexibilidade em relação à quantidade de habitantes, sendo prevista em torno de 500 mil habitantes. Projetando então sete estruturas em forma de círculo, que funcionam como cidades independentes, as quais poderiam se expandir para até 14 dessas estruturas urbanas, cada uma com 72 mil habitantes. Para o júri, o projeto era algo prático e realista em relação a construção e considerado também o mais completo em relação a terra, porém não tinha um caráter metropolitano por ter suas partes divididas, separadas.
  • Rino Levi e equipe projetaram superblocos nas zonas de habitação intensiva, onde teriam 16 mil habitantes cada e mediriam 300 metros de altura. Cada superbloco seria dividido em quatro unidades de habitação para 4 mil pessoas, e teria, além do térreo com um piloti de 10 metros de altura, subsolo para garagem e ruas internas, onde haveria lojas comerciais que ofereciam os mais diversos tipos de serviço aos moradores. O júri achou o projeto com uma boa ideia, mas erraram em relação a centro de transporte, além de apresentar uma altura desnecessária nos edifícios, com uma concentração de pessoas muito grande.
  • Boruch Milman e equipe, defendiam a ideia de um administração do governo deveria ser alojada em uma cidade pequena, onde seria dividida em governamental de crescimento controlado com outro local de crescimento ilimitado, flexibilizado em satélites urbanos, já dando sinal para a característica metropolitana que Brasília provavelmente teria. Para o júri, a proposta foi bastante tentadora, porém considerou-se que as áreas adequadas, pelo projeto, para uma população de 750 mil pessoas não poderiam ser desenvolvidas com facilidade ao infinito. Não havia, também, utilização das áreas mais elevadas do terreno, e havia muitas vias sem desenvolvimento em suas periferias, fator que tornaria o desenvolvimento mais caro.
  • Lucio Costa como ganhador do concurso, apresentou apenas um plano piloto desenhado à mão e um relatório justificativo de 24 páginas, o mínimo exigido pela organização. O projeto era organizado através de dois eixos, onde um deles era arqueado para o escoamento das águas, resultando assim na forma de avião. Ao longo do eixo reto, foram ordenados os setores de administração governamental; e no eixo arqueado, a região residencial, por onde passa uma malha rodoviária constituída de pistas de alta velocidade e pistas laterais para o tráfego local. O plano era que fosse construído em 10 anos. Existiram sem erros cometido por Costa, porém adaptações vêm sendo feitas na capital, desde a sua fundação, para acompanhar o ritmo de desenvolvimento urbano comum a todas as cidades. A Brasília construída não foi exatamente igual àquela apresentada no concurso, o projeto implantado é mais moderno, porque vários arquitetos depois trabalharam para o desenvolvimento. 

 Depois da divulgação dos resultados foram feitas muitas publicações em jornais e revistas especializadas, divulgando e criticando a forma de escolha. As críticas eram voltadas em relação a forma de apresentação do projeto do vencedor do concurso, pois o mesmo entregou o projeto feito a mão com poucas páginas, diferente das outras equipes onde cada uma entregou seu projeto organizadamente através de pranchetas e maquetes. Outras reportagens voltaram-se à rapidez na escolha dos finalistas e no processo de seleção, que contava com figuras sempre ligadas à pessoa de Oscar Niemeyer, colocando em discussão a validade e a competência de tal concurso. Em geral, as críticas foram diminuindo e restaram apenas algumas matérias elogiosas ao plano vencedor.

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