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A má-fé da justiça

Por:   •  21/11/2015  •  Trabalho acadêmico  •  380 Palavras (2 Páginas)  •  651 Visualizações

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O HABITUS COMO FATOR CRIMINÓGENO

O principal objetivo da autora Priscila Coutinho, é explicar como e por que a condição de classe pesa sobre a probabilidade de delinquir. O objeto de estudo, são as condições que determinados indivíduos vivem submetidos e as consequências que acabam refletindo no comportamento destes.

Tais comportamentos tendem a se afastar muito daquele que nós, privilegiados por condições de vida muito mais favoráveis, consideramos como correto ou normal.

Desta forma, é evidenciado que os fatores que levam um indivíduo para a criminalidade não é simplesmente a falta de dinheiro para se alimentar ou se vestir, mas sim o seu habitus, ou seja, seu modo de vida. No texto, é feito uma comparação entre duas famílias, no qual ambas tem o mesmo número de pessoas e com a mesma renda, porém oque as distingue é o ambiente estruturado onde compartilham e internalizam noções de dever e responsabilidade, fazendo com que haja um comportamento diferenciado.

Além de uma maior vulnerabilidade ao controle policial e da inegável falta de mecanismos eficientes para cumprimento das penas alternativas, outros fatores explicam tanto a ineficácia desse tipo de penalidade quanto a “escolha” de parcela da ralé pela delinquência. A precariedade da socialização dessas pessoas impede a internalização de princípios normativos como dever e responsabilidade, sejam eles decorrentes de normas estatais ou sociais.

Um sujeito de direito não é criado pela lei, mas socialmente construído. Desta forma, a internalização  de valores socialmente compartilhados depende de uma série de experiências sociais, de um aprendizado no qual o interesse incentive o respeito às normas.

A socialização num contexto de habitus precário tem outras consequências além da não internalização de conteúdos normativos. A desorganização familiar e uma infância com episódios violentos, situação de pobreza, tornam impossível o aprendizado necessário para o sucesso escolar, por exemplo. Isso, muito provavelmente, foi o que levou Alan a estudar somente até a quinta série e a se tornar um colaborador do tráfico de drogas.

A falta de alternativa confirmada pelo fracasso escolar leva à entrega à delinquência, e o crime é o caminho mais atraente porque recebe de bom grado o seu corpo indisciplinado, pois não tem “valor” e pode ser colocado em risco. Por fim, é destacado o quanto a socialização em determinada posição e condição de classe é definidora de nossas escolhas e comportamentos.

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