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Ovelha Dolly

Por:   •  16/10/2016  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.619 Palavras (7 Páginas)  •  379 Visualizações

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BREVE DEFINIÇÃO DE CLONAGEM

A clonagem é a produção de indivíduos vegetais ou animais geneticamente iguais, por meio de um processo de reprodução assexuada que tem a finalidade de obter cópias geneticamente idênticas de um mesmo ser.

HISTÓRICO DE CLONAGEM NO SÉCULO XX

A clonagem é empregada em grande escala desde a década de 1960 na agroindústria, para fins de maior produtividade. Na mesma época começaram as experiências de clonagem de animais, as quais começaram tendo por objeto formas mais primitivas de vida animal – como os anfíbios utilizados pelo cientista John Gurdon em 1962 - e, posteriormente, continuaram com mamíferos.

As experiências com animais resultaram em inúmeras aberrações genéticas ao longo das décadas seguintes. A primeira tentativa considerada exitosa nesse campo se deu com o nascimento da ovelha Dolly, em setembro de 1996.

A CLONAGEM DA OVELHA DOLLY

O processo de criação da ovelha Dolly se deu pela implantação do núcleo de uma célula das glândulas mamárias de uma ovelha adulta da raça Finn Dorset (cabeça branca) em um oócito com núcleo removido de uma fêmea da raça Scottish Blackface (cabeça preta). Outra ovelha de cabeça preta gerou Dolly, que nasceu idêntica ao primeiro animal citado.

Vale ressaltar que, para o procedimento, utilizar “mães” de fenótipos distintos foi uma maneira dos cientistas obterem um melhor controle quanto à possibilidade das características destas fêmeas serem misturadas.

Dolly sobreviveu pouco menos de sete anos e gerou duas crias. Ela foi sacrificada em 2003 após desenvolver sucessivas complicações pulmonares. Isso notadamente trouxe à tona o debate sobre o envelhecimento precoce de seres clonados, visto que o material genético empregado na concepção desses seres é colhido de células adultas originadas de outras células adultas e assim sucessivamente, num movimento que implica em mutações no material genético que podem causar sérios problemas futuros ao clone. Nesse sentido, questionou-se até se quando Dolly nasceu ela já tinha o material genético de uma ovelha com idade mais avançada.

Subsequentemente à criação da ovelha Dolly, os cientistas do Instituto Roslin, da Escócia, em parceria com a empresa de biotecnologia PPL Therapeutics, desenvolveram a ovelha Polly, também filha da clonagem, com uma peculiaridade a mais em relação à sua predecessora: a ovelha Polly recebeu uma pequena parcela de material genético humano, para que ela fosse capaz de produzir certas proteínas com propriedades terapêuticas em seu leite.

CLONAGEM REPRODUTIVA E CLONAGEM NÃO REPRODUTIVA

A clonagem não-reprodutiva ou “terapêutica” visa o cultivo de tecidos e órgãos através da reprodução de células-tronco (que Maria Helena Diniz Denomina como “células stem”), e a clonagem reprodutiva visa a obtenção de seres duplicados, como se deu com as ovelhas mencionadas acima.

CLONAGEM E RELIGIÃO

Com a clonagem da Ovelha Dolly, diversos grupos do mundo ficaram preocupados com o futuro da raça humana. Entre esses grupos, estavam as religiões, que se opuseram à clonagem com base nos seguintes fundamentos:

Catolicismo: Para os católicos, utilizar embriões para extrair célula tronco para o desenvolvimento de novas células se equivale a “matar” o embrião, considerando o mandamento “Não matarás”. Além disso, a igreja católica também acredita que isso se trata de afastar o homem do seu criador e faz a criatura ficar sem rumo, aumentando sua dependência com o mundo transitório em que vive.

Islamismo: Para os muçulmanos um clone não pode ser considerado um indivíduo, mas sim uma aberração pois não se originou de pai e mãe. Uma pessoa sem seus pais, sem a base da família, questionada por todos sobre sua origem, criará segundo o islã, um ser com sérios problemas psicológicos e sem o senso de família.

Judaísmo: A criação de clones é contrária ao plano divino por acabar com a singularidade de cada indivíduo, permitindo centenas de pessoas iguais circulando pelo globo terrestre. Uma questão de imensa preocupação para o povo judeu é a questão da eugenia, o rabino afirma que a possibilidade de clínicas clandestinas proliferarem, de médicos buscando um aperfeiçoamento da raça humana já foi uma realidade experimentada que trouxe péssimas recordações para os judeus e toda a população mundial.

Espiritismo: Para os espíritas, um clone seria um indivíduo pleno como qualquer ser humano, por ter tido experiências únicas em suas vidas passadas e em bilhões de anos de existência de sua alma, portanto não será um robô. Entretanto, são contra as experiências de clonagem na atual etapa da sociedade por não ser uma sociedade fraterna, mas sim uma sociedade com muitos conflitos, o que acarretaria uma nova experiência de eugenia.

Eugenia é um termo criado em 1883 por Francis Galton que significa "bem nascido". Galton definiu eugenia como "o estudo dos agentes sob o controle social que podem melhorar ou empobrecer as qualidades raciais das futuras gerações seja física ou mentalmente".

POSIÇÕES CONTRÁRIAS À CLONAGEM

Argumentam que torna a reprodução num processo desnecessário, reduzindo o seu significado, e trata o ser humano como se fosse um produto a ser comercializado. A mulher torna-se num instrumento, com o simples propósito de carregar no seu ventre o embrião do clone; aliás, existem estudos que pretendem tornar viável a criação de um útero artificial – quando tal acontecer, o humano poderá ser totalmente criado em laboratório. Assim, alguns homens terão controlo sobre os outros, podendo fazer o papel de Deus; e o mais agravante neste domínio entre homens não e tanto a megalomania que daí advém – ou o consequente desaparecimento da fé religiosa – mas a violação de um direito do Homem, segundo o qual todos os homens são iguais. Outro direito violado e o da não-discriminação do humano, pois a partir do momento em que seja possível criar clones, apenas indivíduos com determinadas características serão aceites, o que poderá, em último caso, levar a extinção de certas culturas e raças, diminuindo extremamente a biodiversidade, o que, tendo em conta que e essa variedade de indivíduos que contribuem para o desenvolvimento das espécies, pode ser bastante prejudicial. A dignidade do ser humano, que será reconhecido como um produto e não um ser,

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