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A crise

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Por:   •  10/4/2013  •  Resenha  •  607 Palavras (3 Páginas)  •  637 Visualizações

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A crise deflagrada pela alta do petróleo acenava para o esgotamento das políticas que combinavam liberalismo econômico e o Estado de Bem Estar Social (que, na Europa, significou a eleição de vários governos sociais-democratas), e com o esquecimento das lições do período entre-guerras e da Depressão. As teorias econômicas keynesianas, a aliança entre o livre mercado e os mecanismos de controle do Estado que havia sustentado os anos dourados do capitalismo no século XX, agora já não conseguiriam mais salvar as economias à beira de processos inflacionários, desemprego e queda de produção. Tratava-se portanto de buscar um novo modelo econômico, capaz de fazer frente a esse novo contexto mundial, uma variação do liberalismo econômico dos séculos XVIII e XIX. Esse neoliberalismo propunha valores que defendiam “ a menor intromissão do Estado na dinâmica de mercado, devendo o poder público se voltar para um conjunto limitado de tarefas, tais como a defesa nacional, a regulação jurídica da propriedade e a execução de algumas políticas sociais” (BARBOSA, 2006, p. 88). Quase que em oposição ao Estado do Bem Estar, se propõe o Estado Mínimo: mínima intervenção, mínimas barreiras ao livre-comércio, impostos mínimos, benefícios sociais mínimos. Sobreviverão os países que melhor souberem aproveitar as oportunidades do mercado e as empresas que mais rapidamente encontrarem vantagens competitivas. Sobreviverão os que forem mais capazes, numa clara alusão ao Darwinismo, aplicado à economia.

O neoliberalismo, segundo George Soros, "coloca o capital financeiro ao volante" da economia, retomando a clássica metáfora liberal de Adam Smith: a "mão invisível" conduzindo o capitalismo ao equilíbrio econômico, contando com políticas de controle inflacionário e do déficit público.

A crise do petróleo fez com que diversas economias capitalistas entrassem em decadência, em função do elevado endividamentos gerado pela subida dos preços desse fator de produção. A partir de então, diversos países passaram por crises recorrentes em balanço de pagamentos, principalmente devido à maior quantidade de dólares que eram requeridos para pagamento de importações de petróleo.

A mudança no comportamento do Estado, de interventor para neoliberal, dá-se em função do período de crise vivenciado pelas economias capitalistas dos anos 1980, para alguns a “Década Perdida”, e do período de elevação do endividamento público. Também concorre para essa mudança o processo de inflação galopante, a maior característica do período, que atingiu de forma sensível o Brasil.

Desta forma, a década dos noventa será o período no qual serão realizadas as reformas necessárias para responder ao novo contexto econômico: ajuste fiscal, monetário e administrativo, realizados sem uma participação próxima do Estado. É nesse período que a economia mundial é atingida por uma onda de privatizações, seguindo a diretriz do Estado mínimo. Somam-se a isso políticas fiscais contracionistas, como a elevação de tributação, a diminuição de despesas e investimentos e as políticas monetárias restritivas, caracterizadas pela elevação das taxas de juros com o interesse de diminuir investimentos produtivos e de aumentar a expansão do crédito favorável ao capital especulativo.

Essas diretrizes econômicas que já se delineavam pontualmente

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