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Homem econômico: origens e significados

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Por:   •  25/8/2014  •  Resenha  •  656 Palavras (3 Páginas)  •  246 Visualizações

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Homem econômico: origem e significados

Para evitar mal-entendidos, e antes de considerarmos as objeções

e alternativas ao "homem econômico", deixe-me dizer alguma coisa sobre

a origem e o conteúdo dessa construção conceitual. Quando surge

esse postulado? E quais seriam, mais precisamente, seus traços peculiares?

O "homem econômico" é caracterizado por duas peças principais:

(i) a busca ou a defesa do seu auto-interesse (fins auto-interessados); e (ii)

a escolha racional dos meios (racionalidade instrumental).

Na situação ideal da microeconomia de livro-texto, o "homem econômico"

é um agente dotado de preferências completas e bem-ordenadas,

amplo acesso à informação e poderes computacionais (ou de processamen-

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NOVOS ESTUDOS Nº 25 - OUTUBRO DE 1989

to de informações) irrestritos (Hollis & Hargreaves-Heap, 1987). Após o

cálculo do retorno associado às diferentes possibilidades de ação, o "homem

econômico" escolhe aquela que satisfaz suas preferências melhor

do que qualquer outra alternativa. O agente é racional, no sentido de que

ele maximiza de modo consistente uma função objetiva sujeita a restrições

(isto é, dotação inicial de recursos, custo de obter informação, risco

associado à incerteza sobre as conseqüências de suas ações etc).

Os problemas surgem, no entanto, quando tentamos dar um conteúdo

mais sólido ou substantivo aos conceitos de auto-interesse e racionalidade.

Na verdade, como procurarei mostrar em seguida, existem duas

versões bastante distintas de "homem econômico" na HPE.

2.1. Homem econômico de tipo psicológico

A primeira versão enfatiza o aspecto da motivação, isto é, dos fins

da ação, embutido no conceito de "homem econômico". A defesa do autointeresse

é interpretada em sentido forte ou substantivo, como a busca

de fins egoístas, o primado do motivo-monetário nas transações e o hedonismo

psicológico.

Na evolução da economia, essa versão do "homem econômico"

está associada à aliança entre a filosofia utilitarista inglesa e a teoria econômica,

que começa na geração de J. Bentham, James Mill, D. Ricardo e do

(jovem) J.S. Mill, e ganha contornos mais nítidos nos trabalhos de W.S.

Jevons e F.Y. Edgeworth.

Encontramos uma de suas mais claras e acabadas expressões num

trabalho apresentado por Jevons em 1862 ("Brief Account of a General

Mathematical Theory of Political Economy", Journal of the Statistical Society

of London 29 (1866), pp. 282-87):

Uma verdadeira teoria da economia só poderá ser obtida se retornarmos

às grandes fontes originais da ação humana — os sentimentos

de dor e prazer. Existem motivos quase sempre presentes em nós,

surgindo da consciência, da compaixão, ou de alguma fonte moral

ou religiosa. [Mas esses são motivos que uma teoria geral da economia]

não pode e não pretende considerar. Eles permanecerão para

nós como forças excepcionais e perturbadoras; eles devem ser considerados,

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