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O Sistema Monetário Internacional

Por:   •  17/12/2022  •  Abstract  •  13.371 Palavras (54 Páginas)  •  83 Visualizações

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Resumos Economia : 2 Frequência

‘’O Sistema Monetário Internacional’’

Introdução

  • No início do século XIX a maioria dos países tinha um sistema monetário bimetálico, em que a utilização de diferentes tipos de metais preciosos dificultava as trocas comerciais e não permitia o estreitamento das relações económicas internacionais. Com a perda de importância do curso comercial da prata, verificou-se a emergência do padrão-ouro como sistema monetário internacional, surgindo como um prolongamento dos sistemas monetários internacionais.

  • O padrão-ouro acabou por funcionar de forma assimétrica. Depois da Primeira Guerra Mundial, este sistema foi abandonado, verificando uma fase de grande instabilidade e desordem monetária.

  • A convertibilidade ouro das moedas foi restaurada, a nível internacional, na sequência da conferência de Génova de 1922, em que era utilizado as divisas estrangeiras de reserva chave como um substituto para o ouro. Perante o regresso da instabilidade económica e monetária, a maior parte dos países adotaram uma solução de câmbios flexíveis administrados.
  • No final da Segunda Guerra Mundial, foi necessário restabelecer as relações comerciais no quadro de acordos internacionais capazes de garantir a estabilidade económica e monetária a nível mundial.
  • Em 1944, com a assinatura do acordo de Bretton Woods, deu origem a uma nova ordem monetária internacional baseada num sistema de taxas de câmbio indexadas mas ajustáveis, e o ouro permaneceu como padrão fundamental de valor. O sistema caminhou em direção a um regime de taxas de câmbio fixo de padrão dólar ouro, tendo reaparecido os três problemas de funcionamento que caracterizaram o regime monetário do período entre guerras.
  • Face a instabilidade verificada nos mercados financeiros e cambiais, os países da comunidade europeia procuraram estabelecer entre si uma área de estabilidade monetária. O objetivo do SME consistia em restabelecer a estabilidade das taxas de câmbio na europa através de uma cooperação monetária durável e estreita.
  • Apesar dos problemas de assimetria que o caracterizou e de alguma incapacidade para evitar o surgimento de algumas crises cambiais, permitiu criar as condições de estabilidade em termos de taxa de câmbio e de convergência das taxas de inflação necessárias para a adoção da moeda única europeia. A importância da cooperação entre as autoridades monetárias dos diferentes países para garantir a sustentabilidade do sistema monetário internacional é crucial.  

Capítulo I

No início do século XIX era permitida a cunhagem e circulação simultânea de moedas de diversos tipos de metais preciosos.

Consequência direta da revolução industrial, a Grã-Bretanha aparecia no século XIX como a principal potência comercial e industrial do mundo e a maior fonte de financiamento externo.

Portugal foi o primeiro país da Europa a juntar-se à Grã-Bretanha no padrão-ouro, justificado pelo desejo de partilhar o mesmo regime monetário do seu principal parceiro comercial e financeiro, o baixo preço do ouro e a circulação interna de moedas de ouro britânicas.

Os anos 60 do século XIX foram marcados pela necessidade de criação de um regime monetário a nível internacional, capaz de facilitar os empréstimos externos e o comércio, e evitar os problemas provocados pela circulação interna simultânea de moedas cunhadas em diferentes países.

O mundo mudou-se definitivamente, do bimetalismo para o monometalismo ouro na década de 70 do seculo XIX.

De forma mais ou menos espontânea, por razoes de herança histórica ou condicionantes de natureza politico-ideológica, comercial ou financeira, o padrão-ouro desenvolveu-se originalmente a nível interno a partir das escolhas individuais dos países.

Todavia, com a perda de importância do curso comercial da prata e consequente abandono deste metal como padrão monetário, o padrão-ouro emergiu finalmente em 1880 como um padrão internacional.

  1. Circunstâncias históricas responsáveis pelo surgimento do padrão-ouro

Os principais fatores são fatores de ordem técnica. Ultrapassando o impedimento da cunhagem das moedas, foi possível fornecer moedas de qualidade e quantidade suficiente, criando-se deste modo condições para uma maior utilização monetária desse metal precioso.

Descobertas maciças de prata nas décadas de 60 e 70 do seculo XIX acabou por inundar o mercado mundial da prata, criando sérios problemas aos países que procurava m funcionar com padrões bimetalistas.

Em segundo lugar fatores de natureza económica e política podem estar na sua origem. Países procuraram inicialmente seguir o exemplo da Grã-Bretanha, e a economia dominante à época sob o ponto de vista comercial, industrial e financeiro.

Em terceiro lugar, fatores de ordem comercial. Os países escolheram o padrão ouro para economizar nos custos comerciais. A partilha de um regime de moeda mercadoria, como o padrão-ouro, deu origem a um regime internacional de taxas de câmbio fixa e uma uniformidade monetária, permitindo a redução de alguns custos de transação comerciais e uma maior integração na europa e para a expansão do comércio internacional. Países decidiram juntar-se a este regime pois assim também o fizeram ou iriam fazer os seus principais parceiros comerciais. No entanto, a falta de coordenação e alegada tendência inflacionista daqueles regimes monetários impediu os regimes de regressar ao bimetalismo.

Em quarto lugar, pode se apontar razoes de natureza institucional e financeira. Esta adoção terá permitido uma maior qualidade nos sistemas financeiros dos países ao contribuir para uma adequada capacidade institucional. Traduzindo.se na obtenção de finanças públicas solidas que possibilitaram a existência de um sistema bancário forte e bem regulado e permitido a obtenção de fundos mais baratos sobre os mercados de capitais. A adoção do padrão-ouro esteve relacionada com uma redução dos custos de empréstimos sobre os mercados internacionais de capitais, sendo um sinal de credibilidade financeira.

Em quinto lugar, o surgimento de um sistema monetário internacional baseado no ouro pode estar relacionado com um conjunto de outros fatores: volume de reservas de ouro e prata, nível de rendimento per capita, a procura de estabilidade cambial e a própria natureza ideológica associada ao padrão-ouro. O monometalismo ouro terá contribuído para a obtenção de um volume de reservas adequado, rendimentos per capita altos terão permitido aos países iniciar mais cedo a convertibilidade ouro pela facilitada de adquirir ouro. Este regime monetário era identificado como característica dos países desenvolvidos.

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