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A Ascensão da China e uma possível reestruturação do sistema internacional

Por:   •  25/4/2018  •  Resenha  •  1.852 Palavras (8 Páginas)  •  339 Visualizações

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A ascensão da China e uma possível queda dos EUA

O objetivo deste trabalho é criar um cenário baseado na hegemonia norte-americana na política internacional contemporânea e seus desafios para 2020. A hipótese adotada é que a ascensão da China como uma nova potência econômica poderia trazer impactos à hegemonia estadunidense.

Na verdade, a compreensão da dinâmica do relacionamento entre EUA e China é relevante pois estes dois países são, atualmente, as duas maiores economias no sistema internacional, o que significa que com o crescimento expressivo da China nos últimos anos, a posição dos EUA no topo da hierarquia econômica estaria em risco.

A teoria adotada para explicação de tal fenômeno é a análise crítica denominada Teoria Sistema Mundo.

“As duas raízes intelectuais do instrumento analítico do Sistema Mundo são Braudel e Marx. Do primeiro, Wallerstein extrai a perspectiva dos ciclos de longa duração por meio de uma ótica densamente histórica, partindo para uma análise que abarca a dinâmica global. Já a herança marxista fica patente no esquema de funcionamento e acumulação do capital que também em Wallerstein encontra na luta de classes sua centralidade. ” (NOGUEIRA, 2008)

Desta forma, para um melhor entendimento deve-se partir de uma breve retomada dos aspectos históricos.

A ascensão da hegemonia norte-americana se deu com a crise do poder europeu. Num contexto imperialista, a Inglaterra se tornava cada vez mais vulnerável frente a fragmentação de suas forças econômicas e militares numa tentativa de manter suas vastas extensões coloniais. A disputa por novas terras, as quais significavam mais recursos, fonte de matéria prima, mão de obra e expansão de mercados, levou a eclosão da Primeira Guerra Mundial, onde os britânicos perderam o controle de sua principal colônia: EUA. Durante o conflito, a colônia inglesa crescia à medida que abastecia os países devastados pela guerra, os quais não eram capazes de suprir suas necessidades básicas.

Mais tarde, com o início de uma Segunda Guerra Mundial, a figura norte-americana aparece mais forte. Uma vez a Europa novamente destruída, significaria mais mercado para os estadunidenses, além de um desenvolvimento militar avançado. Desta forma, consolidava-se sua hegemonia devido a capacidades militares, econômicas, políticas e suas forças epistemológicas e ontológicas.

Com o final da guerra, o mundo se deparou com um mais novo conflito: Guerra Fria, cuja característica principal é o antagonismo ideológico entre as duas maiores potências que emergiram na época: EUA X URSS. Além de uma corrida armamentista e espacial, tratava-se de uma disputa por poder e zonas de influencias, na intenção de conter o avanço do poder adversário.

Neste cenário antagônico, a China aproveitou o contato com ambas as potências e usufruiu dos fatores externos favoráveis para traçar seu desenvolvimento nacional, iniciado primeiramente com a proximidade da União Soviética, que fornecia recursos dos quais a China era carente, sobretudo alimentos e auxílios ao desenvolvimento industrial. No entanto, com o rompimento dessa relação durante a década de 1960, deu-se início à proximidade da China com os EUA, que legalmente começou com o fim do embargo comercial em 1971 e com a aceitação da entrada da China na Organização das Nações Unidas (ONU).

“ No período que concerne ao fim da Guerra Fria, os Estados Unidos surgem como potência militar, econômica, tecnológica e cultural incontestável. Também nesse período há uma forte expansão no processo de globalização em que o país expande seu “território econômico supranacional” para “regiões que ate então estavam excluídas do processo de liberalização financeira, da integração produtiva e de abertura comercial, notadamente o Leste Europeu e a América Latina”. (PINTO, 2011, p. 31).

Como superpotência, os EUA se asseguraram de garantir a reprodução da estrutura que o beneficiava, espalhando pelo mundo seus valores e seu modelo político, o liberalismo econômico.

Foi neste contexto de globalização, que se observa a expansão da China na economia mundial.

A rápida ascensão da China vai ocorrer com o período de “Reforma e Abertura” desencadeado pelo país no final da década de 1970.

“ Colocava-se em pauta a modernização da economia e uma maior inserção do país na economia mundial, além de manter a aproximação com os Estados Unidos com a intenção de garantir sua segurança, já que a China se preparava para um “inevitável” conflito com a URSS”.

Sua principal estratégia de expansão econômica e modernização se deu através de incentivos governamentais de desenvolvimento nacional, como reformas promovidas pelo Estado e um extenso volume de investimentos que em meados da década de 80 já correspondia a 35% do PIB total.

Além disso, houve um grande investimento educacional, com o desenvolvimento da ciência e tecnológica. Houve a criação de mais de 80 universidades, e um grande incentivo ao envio de estudantes ao exterior.

A meta era uma modernização até final do século XX, com os objetivos de duplicação de 1980 até 1990, e quadruplicá-lo em 2000. Foram implementadas as Zonas Econômicas Especiais (ZEEs) com a finalidade de estudar e aprender com as Zonas Francas para a produção e exportação de bens de consumo, atraindo empresas estrangeiras, além de introduzir um laboratório para experiências de mercantilização da economia que posteriormente seriam levadas para todo o país.

Em 1984, houve um segundo processo de abertura, com a criação de algumas “cidades abertas”, conhecidas por Zonas de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico – ZDET.

A entrada de capitais estrangeiros para essas duas zonas, foi atraída por tamanha oferta de mão de obra e seu baixo custo, permitindo com que os chineses utilizassem dessa artimanha para negociar a entrada de transnacionais, desde que aprendessem com as práticas econômicas estrangeiras e com modelos de administração e tecnologia, ou seja, com join venture entre as empresas nacionais e as estrangeiras, que perdura até os dias atuais.

Os efeitos a longo prazo, permitiram que a China se tornasse a principal produtora e exportadora de produtos manufaturados, além de ser grande consumidora dos países em desenvolvimento, principalmente daqueles que compõem os Tigres Asiáticos.

Durante estes “30 anos de Reforma e Abertura” na China, observa-se um declínio da economia norte-americana, a partir da década de 2000, quando adotou um novo programa imperial,

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