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A Introdução as Relações Internacionais

Por:   •  30/9/2018  •  Resenha  •  2.154 Palavras (9 Páginas)  •  268 Visualizações

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No texto Relações Internacionais do autor William Gonçalves, foi dito que vários autores tentaram definir as relações internacionais de maneiras distintas, mas em todos se encontra o sentido de que é conferido a idéia de relacionamentos múltiplos, que existem vários atores atuando em todo o mundo, então relações internacionais seria o estudo do conjunto de interações. Porém depende do instrumental teórico a serviço do analista. No estudo das relações internacionais são estudadas as relações internacionais e como objeto de estudo as relações internacionais e  está sempre envolvida na reflexão epistemológica sobre a definição do seu objeto de estudo, pois a realidade está em constante mutação, então está sempre determinando o surgimento de novos autores e discussão de novas questões internacionais, também com os avanços da ciência é sempre necessário rever os pressupostos e os instrumentos conceituais da disciplina.

 Com os textos foi entendido que as relações internacionais e seu ensino no setor acadêmico como um estudo autônomo foi de certa forma um desafio, pois antes estivera apenas para diplomatas, historiadores e juristas. Com a eclosão da primeira guerra mundial isso começou a ser mudado, mas o grande desafio dessa disciplina é assumir sua multidisciplinaridade que acaba dificultando sua especificidade, pois é uma área muito abrangente que envolve vários estudos como direito, economia, história até encontra-se relações com as ciências sociais. Os estudos das relações internacionais iniciaram-se com os EUA e Inglaterra que foram os primeiros a investir e apoiar a pesquisa e o ensino após a segunda guerra mundial. Como visto, pode de se entender que como duas grandes potencias mundiais da época era necessário um conhecimento maior sobre o mundo que entrou em uma mudança após a guerra, com isso tem-se uma manutenção do poder desses países e o estudo seria necessário para continuar exercendo seu poder para realizar seus interesses nacionais. Com o fim da guerra fria o sistema internacional que antes era bipolar (EUA e URSS), e passou a ser unipolar, com os Estados Unidos como única potencia mundial e com outra grande mudança no setor internacional há um reajuste no ensino acadêmico sobre as questões internacionais. Para dar conta dos novos problemas internacionais fazia se necessária a criação de uma nova disciplina.

Em 1919 foi criada na universidade de Gales (aberyswyth) a cátedra Woodrow Wilson de política internacional, a primeira cátedra de relações internacionais do mundo. Em 1920 foi criado na conferencia de paz de paris foram criados na Inglaterra o Royal Institute of Internacional Affairs e nos Estados Unidos o Council of Foreign Relations. Então estudiosos foram criando várias teorias para poder explicar melhor o Sistema Internacional e seus componentes.

No livro Introdução às RI do Jackson e Sorensen explica melhor sobre cada corrente teórica e sobre os grandes debates que aconteceram para definir qual corrente seria a mais adequada para os estudos das Relações Internacionais. Com o fim da Primeira Guerra Mundial, houve três debates desde que as RI se tornou uma disciplina acadêmica, o primeiro foi entre o liberalismo utópico e o realismo, o segundo entre o tradicionalismo e o behaviorismo e o terceiro, entre o neorrealismo/neoliberalismo e o neomarxismo. Na atualidade, há um quarto debate que envolve tradições contra as alternativas pós-positivistas.

Com o fim da Primeira Guerra Mundial, como foi exposto inicialmente no texto de William Gonçalves foi um marco decisório para estabelecer as relações internacionais em uma disciplina acadêmica. Nesse momento as teorias liberais tiveram mais destaque e que foram a mais fortalecida no estudo das Relações Internacionais. Acreditavam que as idéias de livre comércio (flexibilidade e compreensão e vantagens mútuas), democracia, e regulação jurídica seriam suficientes para garantir a prosperidade e a paz no mundo. Idéias profundamente enraizadas na cultura anglo-americana foram fortalecidas principalmente com a intervenção de Woodrow Wilson na política internacional. Ele era presidente dos EUA na época e tinha o desejo de levar a democracia liberal e os seus valores a Europa e ao resto do mundo. A idéia liberal tinha apoio na época e os pensadores liberais tinham idéias e crenças sobre como evitar desastres, como por exemplo, a reforma do SI e as estruturas nacionais de países autocráticos.

Wilson preconizava o fim da diplomacia secreta, defendia a liberdade nos mares e as barreiras de livre comércio deveriam ser retiradas, os armamentos devem ser reduzidos ao ponto mais baixo o possível, reivindicações de colônias e territórios devem ser solucionadas na base do princípio de autodeterminação dos povos e a criação de uma associação geral de nações com o propósito de garantir independência política e integridade territorial de todas as nações de forma igual. Em resumo, o idealismo wilsoniano seria a convicção de que se pode colocar um fim à guerra e alcançar a paz de forma permanente por meio de uma organização internacional. Queriam promover a paz mundial antes de conseguir formar um corpo teórico solido e capaz de contribuir para a produção de conhecimento confiável sobre a realidade internacional.

O liberalismo acabou sendo deixado de lado, pois não estava sendo de fato a melhor orientação intelectual das RI. Nos anos 30,começou a se falar no realismo clássico de Tucidides, Maquiavel e Hobbes onde o poder é o centro. A crítica mais sagaz do idealismo liberal foi a de E.H. Carr em Vinte Anos de Crise, ele argumenta que os pensadores liberais de RI interpretaram de forma equivocada os fatores históricos e não entenderam a natureza das relações internacionais já que acreditavam que as relações poderiam ter base em uma harmonia de interesses entre países e pessoas. Carr considerou que a posição liberal era utópica e que a abordagem realista é mais seria e correta. Segundo o teórico, precisava se assumir que há fortes conflitos de interesses tanto entre países como entre pessoas.

Também surge a época, fugindo do regime nazista na Alemanha, Hans J. Morgenthau. Ele levou o realismo para os Estados Unidos com o livro Política Entre as Nações: A luta pelo poder e pela paz, para o autor, a natureza humana é à base das relações internacionais e como os seres humanos buscam seus próprios interesses e poder, agressões ocorrem com facilidade. O realismo de Carr e Morgenthau associava o pessimismo humano à noção política de poder entre Estados. E com esses argumentos entre as correntes liberais e realistas aconteceu o primeiro grande debate das RI, foi vencido pelos pensadores realistas, venceu nas relações internacionais de forma acadêmica e também entre políticos e diplomatas. O primeiro debate ainda permaneceu das teorias de competição. Segundo debate engloba questões de metodologia, depois da segunda grande guerra a pesquisa das RI passou a ser apoiada e levou os estudiosos a adotar uma metodologia rigorosa. E então ficou com a idéia de como se deveria estudar as relações internacionais e as novas reflexões foram denominadas de behaviorismo que o interesse são os fatos observáveis e as informações, cálculos precisos e acervo de dados para possibilitar identificação de padrões comportamentais e assim definir “leis” das RI. Estudavam os fatos e ignoravam os valores. Porém diferiam muito das tradições e segundo elas as RI são um tema que nunca poderiam ser estritamente cientifico. Também não inclui a questão ética no estudo das RI. Os críticos acreditam que o principal erro da nova metodologia é tratar as relações humanas como um fenômeno exógeno. Os behavioristas não venceram o segundo grande debate porque não houve de fato um vencedor, porém teve um efeito duradouro nas RI, depois a Segunda Guerra Mundial a disciplina foi dominada por acadêmicos onde a maioria era a favor das aspirações quantitativas científicas. Isso levou influência às novas formulações do realismo e liberalismo.

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