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A Segunda Guerra Mundial: o desprezo pelos direitos humanos e a polarização entre igualdade e liberdade

Por:   •  7/10/2019  •  Artigo  •  4.685 Palavras (19 Páginas)  •  288 Visualizações

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A Segunda Guerra Mundial: o desprezo pelos direitos humanos e a polarização entre igualdade e liberdade[1]

JULIA MIRANDA HUMPHREYS

LORENZO PRESENÇA

RAFAELLA MALHÃO VEIIRA[2]

Resumo: Atualmente, os Direitos Humanos são um conceito consolidado para grande parte da comunidade internacional, no entanto, nem sempre foi assim. Em diversos momentos históricos houve desprezo por direitos inerentes à humanidade, como a liberdade e a igualdade. Assim, o presente artigo busca analisar um dos momentos históricos de agressão frontal a esse princípio. Trata-se de um estudo acerca da emersão da Segunda Guerra Mundial, da ascensão do governo nazista e de como esses dois acontecimentos somados foram responsáveis por, ao longo de seu desenvolvimento, criarem nós históricos estruturais que culminaram na adoção e na proclamação da Declaração Universal dos Direitos Humanos pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948.

Palavras-Chave: Segunda Guerra Mundial, Totalitarismo, Direitos humanos, Igualdade e Liberdade

Abstract: Nowadays, Human Rights are a consolidated concept for much of international community, however, it has not always been that way. At several historical moments there was contempt for the inherent rights of humanity, such as freedom and equality. Therefore, the present article seeks to analyze one of the historical moments of frontal aggression to this principle. It is a study about the emergence of the Second World War, the rise of the Nazi government and how these two events added together were responsible to, throughout its development, create structural historical nodes that culminated in the adoption and proclamation of the Universal Declaration of Human Rights by the United Nations General Assembly on December 10, 1948.

Key words: Second World War, Totalitarianism, Human rights, Equality, Freedom

Introdução

Este estudo tem por objetivo analisar a construção do ambiente e os fatores que levaram ao cenário de absoluto menosprezo pelos direitos humanos durante a Segunda Guerra Mundial, bem como discutir a polarização entre igualdade e liberdade nesse contexto, a partir do pensamento de Thomas Hobbes, John Locke e Hannah Arendt. 

A Primeira Guerra Mundial foi responsável por deixar um sentimento de revanchismo na nação alemã derrotada, tal fato levou a ascensão de um governo totalitarista, talvez o mais conhecido entre todos já existentes: o nazismo. Este governo foi caracterizado pelo patriotismo e pelas barbáries que ocasionaram milhares de mortes, disseminador por um ditador “carismático”. Apesar de todas as realizações desumanas, todas as ações foram tomadas por meio de bases legais por conta da atuação do tribunal de Berg. Hitler não deixou de estabelecer leis seja para os alemães ou para os que considerava inimigos do Estado, por meio de obstáculos para concretizar seu plano da raça ariana.
Como anteriormente supracitado, uma das grandes marcas do nazismo foi o Holocausto, gerador de ferimento dos direitos humanas. Nunca estes estiveram tão abaixo das vontades dos governantes, fazendo o Estado o ente soberano. A exterminação dos inimigos de Estado (principalmente dos judeus) constituem lembranças permanentes e que precisam ser amplamente discutidas. Há necessidade de se falar acerca deste momento histórico dado ao seu impacto social,

A caminho da guerra

Logo após o término da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a Europa encontrava-se destruída: além do milhões de mortos, vários países estavam quebrados e com governos completamente instáveis. Dessa forma, uma crise da sociedade liberal somava-se aos grandes estragos que o capitalismo sofrera com a quebra da Bolsa de Valores de Nova York em 1929, ou seja, passou-se a desacreditar tanto no liberalismo político como econômico.

A Primeira Grande Guerra explodiu a comunidade Europeia de nações, além de qualquer reparo, algo que nenhuma outra guerra jamais fez. A inflação destruiu toda uma classe de pequenos proprietários, além da esperança de recuperação ou nova formação, algo que nenhuma crise monetária jamais fez de forma tão radical anteriormente.[3]

Principalmente na Alemanha, esse clima de pessimismo e descrédito era mais acentuado, já que, por ter perdido a Grande Guerra, teve que assinar o Tratado de Versalhes (1919) e aceitar todas as suas penitências, como assumir totalmente a  responsabilidade pela guerra, ceder um oitavo de seu território, reduzir seu exército a 100 mil homens, no máximo, extinguir sua força aérea e ser obrigada a pagar uma indenização de 6,5 bilhões para os países vencedores. Sendo assim, a frustração e o descontentamento com o resultado da 1ª Guerra e com as imposições dos ganhadores só fez aumentar o desgosto, o ódio e o desejo de vingança de vários alemães.

Logo, em meio a esse cenário de fragilidade, o Partido Nazista, liderado por Adolf Hitler, ganha força entre o povo com seu discurso de superioridade, valorização da nação e renegação do Tratado de Versalhes. Alimentado pelo revanchismo alemão, Hitler tinha o plano de unir todos os povos germânicos no Grande Reich, desse modo, sem demora, aliado ao Japão e à Itália, o líder nazista inicia a busca pelo espaço vital, que nada mais é do que uma grande política de expansão territorial.

No começo, as primeiras anexações de territórios à Alemanha não foram consideradas grandes impasses pelos demais países europeus, especialmente, Inglaterra e França, justo porque eles temiam uma nova guerra e estavam preocupados com o avanço do comunismo de Stalin. Hitler começa, então, a rasgar o Tratado de Versalhes, ignorando-o e recomeçando o rearmamento de seus exércitos em 1934.

Em 1938, a Alemanha invadiu a Áustria e a Tchecoslováquia e, como resultado, a Inglaterra negociou com a nação alemã o Tratado de Munique que estipulava a aceitação das anexações de Hitler pela comunidade europeia caso ele prometesse interromper a incorporação de outros territórios, o que não aconteceu: em setembro do mesmo ano, a Polônia é invadida.

Assim, é marcado o início da Segunda Guerra Mundial, um conflito bélico que é destacado pelas enormes perdas, devastação, grandes bombardeios, uso das bombas nucleares e gravíssimos desacatos à dignidade humana.

O surgimento do totalitarismo

Em meio ao clima de incredulidade do liberalismo, de depressão no capitalismo e de revanche dos perdedores da Grande Guerra, como visto anteriormente, muitos europeus foram persuadidos a aderir às novas causas extremas, tanto de esquerda como de  direita, que surgiram. Tais vertentes, eram de caráter totalitário, ou seja, não havia espaço para a democracia ou mesmo para a garantia de direitos, uma vez que existia apenas um partido político e o poder concentrava-se em um único líder, adorado e cultuado como herói e salvador da nação por propagandas do governo. Outras características desses regimes eram o forte militarismo, patriotismo e nacionalismo (culto ao Estado). Segundo Hannah Arendt:

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