Poliarquia

        POLIARQUIA

         Robert Dahl, um importante cientista politico, nascido no século XX, em seu livro “Poliarquia” faz uma análise das condições da formação e organização politica da sociedade, ao longo do livro desenvolve sua ideia de democratização de sistemas de regime fechado, a democracia parcial dos Estados e como os Estados deveriam se organizar para alcançar uma democracia plena. Para ele as maiorias dos Estados não alcançaram uma democracia plena, portando devem ser denominados estados poliarquicos.

        No segundo capítulo “Qual a importância da poliarquia?” o autor se dedica a explicar de maneira mais aprofundada o que ele chama de poliarquia, explicando e detalhando sua teoria em seis tópicos. Ele acredita que para ser uma democracia tem de haver a participação completa dos cidadãos plenos e eles devem também devem ter plenas oportunidade dentro da sociedade, independe da classe social. Porém, nota-se pelos contextos históricos que essa participação plena da população varia de Estado para Estado.

        Dahl defende a ideia de que um regime poliarquico tem mais possibilidades de ter resultados significativos do que outros tipos de regimes. No primeiro tópico de formulação de seu argumento, ele resgata a ideia das liberdades liberais clássicas que podem ser tomadas como base do inicio da contestação pública e da participação dos cidadãos, ou seja, o surgimento de partidos políticos de oposição a aqueles que eram únicos, o voto secreto nas eleições, a escolha da população de um partido que faça mais sentido para ela, a possibilidade da população ir contra e se manifestar em determinada decisão do governo local sem sofrer nenhum tipo de repressão, a não resistência dos partidos políticos perdedores que estavam no governo de sair e entregar o poder na mão dos adversários e outras coisas. “Nas poliarquias bem-estabelecidas, essas liberdades há muito tempo perderam seus atrativos como uma causa nova, para não falar de qualquer apelo revolucionário”. (DAHL, 1997, pág 41)

        No segundo tópico ele acredita que com o inicio dessa competição politica entre partidos “inimigos”, acaba-se criando uma nova formação politica. Os candidatos novos que passam a disputar com os antigos tem a possibilidade de inovação das ideias já ultrapassadas, além do fato de que se possuírem características sociais semelhantes ás camadas mais recém-incorporadas nesse sistema democrático, tem mais possibilidade de vitória. Com isso inova-se a forma de organização dentro dos parlamentos, a tentativa de absorver um número determinado para representar cada camada, porém isso não quer dizer que necessariamente exista um representante para cada uma delas, é apenas uma tentativa.

        No ponto três, ele afirma “Na medida em que um sistema torna-se mais competitivo ou mais inclusivo, os políticos buscam o apoio dos grupos que agora podem participar legalmente da vida política (DAHL, 1997, pág 43) ”. Criando novas leis e programas políticos que passam a aderir essa nova massa, com isso, os partidos socialistas e trabalhistas ganham espaço dentro da politica, além de ganhar a simpatia dos cidadãos. Em decorrência do crescimento dos partidos adversários a politica passa por grandes mudanças, começando pela ameaça que um partido que antes era único sofre, pois muitas vezes acabam sendo substituídos por partidos que englobem a maioria da população, levando a uma poliarquia.

        “Os partidos políticos também mudam de estrutura e organização [...] A mudança da organização dos partidos e sua crescente penetração em áreas urbanas a rurais provocam mudanças ainda maiores na vida politica. Intensificam-se a competição e a participação políticas. Na medida em que os partidos nacionalmente organizados se lançam na mobilização de seus eleitores, o número de eleições não disputadas ou não partidárias aumenta. E a competição por membros simpatizantes e eleitores aumenta a politização do eleitorado.” (DAHL, 1997, pág 15)

PARTE MARINA

O autor, ao comparar o regime poliarquico, o misto e o hegemônico acaba passando uma visão simplista sobre as representações políticas, para ele, no regime poliarquico quanto maior o número de representantes políticos, maior pode vir a ser a liberdade de expressão e participação social nas decisões e este é um dos fatores que diferiria um regime do outro.

É necessário que, antes de um estado se tornar uma poliarquia, ele passe pelos outros dois tipos de regimes, ou seja, para ser uma poliarquia precisa ter sido um regime misto e para ser um regime misto precisa ter sido uma hegemonia. Se vir a existir um deslocamento nesse sentido é capaz que ocorra também um aumento no número de cidadãos e principalmente na quantidade de representantes destes cidadãos.

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