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Por:   •  13/11/2014  •  Resenha  •  435 Palavras (2 Páginas)  •  171 Visualizações

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Ao interrogar Paulo Roberto Costa na semana passada, o juiz Sérgio Moro quis saber o que levara as maiores empreiteiras do país a pagar propinas de 3% sobre o valor dos contratos obtidos na Petrobras. E o delator: “Essas empresas, Excelência, tinham interesses não só dentro da Petrobras, mas em vários outros órgãos de governo. Vários órgãos de governo a nível de ministério, a nível de secretaria, etc…”

Paulo Roberto explicou ao magistrado da Operação Lava Jato que os ministérios e suas secretarias são comandados por partidos políticos. E prosseguiu: “Então, se a empresa deixasse de contribuir com determinado partido naquele momento, isso ia se refletir em outras obras… Os partidos não iam olhar isso com muito bons olhos.”

A corrupção convém a todos os atores, esclareceu o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, com naturalidade hedionda: “Seria um interesse mútuo dos partidos, dos políticos e das empresas, porque não visava apenas a Petrobras. Visava hidrovias, ferrovias, rodovias, hidrelétricas, etc. e etc…”

Houve alguma empresa que tenha se recusado a pagar a propina?, indagou o juiz a alturas tantas. “Não, nunca”, respondeu, em timbre categórico, o petrodelator. Houveram [sic] alguns atrasos. Mas nunca tive conhecimento que deixaram de pagar, devido a esses interesses maiores a nível de Brasil.”

Em temos de ditadura, quando queria subjugar o Congresso, o governo fechava-o. Desde a redemocratização, compra-o. O Legislativo foi reduzido a um templo de trambiques. Tornou-se uma Chicago entregue aos caprichos de Al Capone. Dá-se à perversão o nome de governabilidade. Que é um eufemismo para safadeza.

Sérgio Moro perguntou a Paulo Roberto o que aconteceria se uma empreiteira deixasse de pagar pedágio aos partidos que (des)mandavam nas diretorias da Petrobras. O interrogado já havia declarado que um cartel de empreiteiras controla as grandes obras no país —dentro e fora da Petrobras. Diante da curiosidade do juiz, ele trocou a roubalheira em miúdos:

“Essas empresas tinham interesses em outros ministérios, capitaneados por partidos. São as mesmas empresas que participam de várias outras obras a nível de Brasil —ferrovias, rodovias, hidrovias, portos, usinas hidrelétricas, saneamento básico, Minha Casa, Minha Vida. Ou seja: todos os programas, a nivel de governo, nos ministérios, têm políticos de partidos. Se você cria um problema de um lado, pode-se criar um problema do outro. No meu tempo lá, não lembro de nenhuma empresa que tenha deixado de pagar.”

O que impressiona no esquema de corrupção montado na Petrobras é o seu total desprezo por proporção, medida, recato, limite. Diz-se que só o doleiro Alberto Youssef, operador do pequeno PP, lavou algo como R$ 10 bilhões em verbas sujas. Difícil imaginar quanto terão desviado o PT e o PMDB, sócios majoritários da

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