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História Da Igreja

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Por:   •  17/3/2015  •  2.227 Palavras (9 Páginas)  •  280 Visualizações

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OS PAIS APOSTÓLICOS

O nome “pais apostólicos” tem sua origem na Igreja do Ocidente do século II. São chamados de “pais apostólicos” os homens que tiveram contato direto com os apóstolos ou, então, foram citados por alguns deles. Destacam-se entre os indivíduos que regularmente recebem esse título, Clemente de Roma, Inácio e Policarpo, principalmente este último, pois existem evidências precisas de que ele teve contato direto com os apóstolos.

Clemente de Roma (30-100)

Várias hipóteses já foram levantadas sobre Clemente para identificá-lo. Para alguns, ele pertencia à família real. Para outros, ele era colaborador do apóstolo Paulo. Outros ainda sugeriram que ele escreveu a carta aos Hebreus. Em verdade, as informações a respeito de Clemente de Roma vão desde lendárias a testemunhas fidedignas. Alguns pais, como Orígenes, Eusébio de Cesaréia, Jerônimo, Irineu de Lião, entre outros, aceitaram como verdadeira a identificação de Clemente de Roma como colaborador do apóstolo Paulo.

A principal obra de Clemente de Roma é uma carta redigida em grego, endereçada aos crentes da cidade de Corinto, mais ou menos no final do reinado de Domiciano (81-96) ou no começo do reino de Nerva (96-98). A epístola trata, principalmente, da ordem e da paz na Igreja. Seu conteúdo traz à tona o fato de os crentes formarem um corpo em Cristo, logo deve reinar nesse corpo a unidade, e não a desordem, pois Deus deseja a ordem em suas alianças. Traz, ainda, a analogia da adoração ordeira do Antigo Israel e do princípio apostólico de apontar uma continuidade de homens de boa reputação.

Inácio de Antioquia (??-117)

Mesmo sendo de Antioquia, seu nome, Ignacius, deriva-se do latim: igne: “fogo”, e natus: “nascido”.

Conforme seu nome sugere, Inácio era um homem nascido do fogo, ardente, apaixonado por Cristo. Segundo Eusébio, após a morte de Evódio, que teria sido o primeiro bispo de Antioquia, Inácio fora nomeado o segundo bispo dessa influente cidade.

Inácio escreveu algumas epístolas às comunidades cristãs asiáticas: à igreja de Éfeso, às igrejas de Magnésia, situada no Meander, à igreja de Trales, às igrejas de Filadélfia e Esmirna e, por fim, à igreja de Roma. O objetivo da carta a Roma era solicitar que os irmãos não impedissem seu martírio, o que aconteceria durante o reinado de Trajano (98-117).

Antioquia - Foi fundada por volta do ano 300 a.C., por Seleuco Nicátor, com o nome de Antiokkeia, (cidade de Antíoco). Tornou-se capital do império selêucida e grande centro do Oriente helenístico. Conquistada pelos romanos por volta do ano 64 a.C., conservou seu estatuto de cidade livre e foi a terceira cidade do Império depois de Roma e Alexandria (no Egito), chegando a abrigar 500 mil habitantes. Evangelizada pelos apóstolos Pedro, Paulo e Barnabé, tornou-se metrópole religiosa, sede de um patriarcado e centro de numerosas controvérsias, entre elas, o arianismo, o monofisismo, o nestorianismo. Era considerada a igreja-mãe do Oriente.

Policarpo (69-159)

Sobre sua infância, família e formação, não temos informações precisas, contudo há documentos históricos sobre ele. Graças a alguns testemunhos fidedignos, podemos reconstruir sua personalidade. Foi discípulo do apóstolo João, amigo e mestre de Irineu, tendo ainda conhecido Inácio, sendo consagrado bispo da igreja de Esmirna. Quanto aos seus escritos, o único que restou desse antigo pai da igreja foi a sua epístola aos filipenses, exortando-os a uma vida virtuosa de boas obras e a permanecerem firmes na fé em nosso Senhor Jesus Cristo. Seu estilo é informal, com muitas citações do Velho e do Novo Testamentos.

Faz, ainda, 34 citações do apóstolo Paulo, evidenciando que conhecia bem a carta desse apóstolo aos filipenses, entre outras epístolas de Paulo. Há, também, os depoimentos de Eusébio e Irineu, relatando a intimidade de Policarpo com testemunhas oculares do evangelho. Segundo Tertuliano, Policarpo teria sido ordenado bispo pelas mãos do próprio apóstolo João.

O martírio de Policarpo

O martírio de Policarpo é descrito um ano depois de sua morte, em uma carta enviada pela Igreja de Esmirna à Igreja de Filomélio. Esse registro é o mais antigo martirológio cristão existente. Diz à história que o procônsul romano, Antonino Pius, e as autoridades civis tentaram persuadi-lo a abandonar sua fé, quando já avançado em idade, para que pudesse ser livre.

Ele, entretanto, respondeu com autoridade: “Eu tenho servido a Cristo por 86 anos e ele nunca me fez nada de mal. Como posso blasfemar contra meu Rei que me salvou? Eu sou um crente!”.

Justino, o mártir (100-170)

Flávio Justino Mártir nasceu em Siquém, na Palestina, no início do segundo século e morreu mártir no ano 170. Depois de peregrinar pelas mais diversas escolas filosóficas (peripatética, estóica e pitagórica) em busca da verdade para a solução do problema da vida, abandonou o platonismo, último estágio de sua peregrinação filosófica. O amor à verdade fez que ele rejeitasse, pouco a pouco, os sistemas filosóficos pagãos e se convertesse ao cristianismo. Em sua época, foi o mais ilustre defensor das verdades cristãs contra os preconceitos pagãos.

Embora leigo, é considerado o primeiro “pai apologista” da Igreja, logo depois dos primitivos “pais apostólicos”, pois dedicou sua vida à difusão e ao ensino do cristianismo. Em Roma, abriu uma escola para o ensino da doutrina cristã e, ainda nessa cidade, dedicou-se ao apostolado, especialmente nos meios cultos, onde se movimentava com desembaraço. Escreveu muitas obras, mas somente três chegaram até nós: duas apologias contra os pagãos e um diálogo com o judeu Trifão.

Foi açoitado e, depois, decapitado.

Irineu (130-200)

Nascido no ano 130, em Esmirna, na Ásia Menor (Turquia), e filho de uma família cristã, Irineu era grego e foi influenciado pela pregação de Policarpo, bispo daquela cidade. Anos depois, Irineu mudou-se para Gália (atual sul da França), para a cidade de Lyon, onde foi presbítero no lugar do bispo que havia sido martirizado em 177.

Além da pregação de Policarpo, Irineu recebeu influência de Justino, cujo ministério foi um elo entre a teologia grega e a latina, atuando, no início, junto com um de seus contemporâneos, Tertuliano.

Enquanto Justino era primariamente um apologista, Irineu contribuiu na refutação

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