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Ordem Chishti

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Por:   •  26/11/2014  •  7.643 Palavras (31 Páginas)  •  328 Visualizações

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA RELIGIÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA – PPCI/UFJF

MÍSTICA ISLÂMICA NA ÍNDIA: ORIGEM DA ORDEM SUFI CHISHTI E SUAS PRINCIPAIS PRÁTICAS RELIGIOSAS

Trabalho apresentado pelo aluno Delano de Jesus Silva Santos para a disciplina Religião e Diálogo do curso de doutorado em Ciência da Religião orientado pelo professor Dr. Dilip Loundo no 1º semestre 2014.

Juiz de Fora

2014

Introdução

A VERTENTE MISTICA ESTRUTURA-SE EM ORDENS> EXPLICAR O QUE É ORDEM> EM CONJUNTO COM A ORTODOXIA.

Ordem Chishti maiúscula. Iniciática. Nomear as principais ordens e mapear a origem persa. Eixo a região permeada pela persa. A 1ª a se estabelecer foi a ordem chishti.

O Islã tornou-se parte da herança cultural e religiosa da Índia desde sua chegada. A vertente mística do Islã, o sufismo, é hoje uma importante fonte de espiritualidade dentre outras tradições religiosas da região. No décimo primeiro século, eminentes santos sufis foram para a Índia, FORAM aceitos e acolhidos nesse novo território, alguns deles tornaram-se guias espirituais de governantes e comunidades ocorrendo um incessante intercâmbio entre o Islã e as tradições hindus.

A ênfase dada ao amor, vida devocional e serviço à comunidade fizeram com que os santos sufis se tornassem populares e conquistassem lugar de honra na história da espiritualidade indiana. Eles foram os mediadores entre a cultura indiana receptora e o Islã. A atuação de grandes personalidades sufis, pertencentes a diferentes ordens, ou silsilas, resultou na interação e diálogo inter-religioso com tradições hindus: yoga, bhakti e Vedanta (Upanisads )MAIUSCULAS NO INICIO.

A ordem chishti, uma das mais importantes expressões do sufismo na Índia, foi a primeira ordem sufi a se estabelecer na região sul-asiática. A ordem está presente em várias partes da Índia, mas principalmente nos estados do Punjabi e Rajastão, tornando-se uma fonte de inspiração na vida espiritual dos muçulmanos indianos. Pode-se dizer que a ordem sufi chishti é essencialmente indiana. Isso ocorreu por causa da aproximação com as tradições hindus. Os sufis chishtis encontraram na Índia os elementos práticos e doutrinários que favoreceram o desenvolvimento da ordem.

Para os sufis chishtis, toda a humanidade pertence à família de Deus. Eles enfatizam a harmonia mundial e procuram promover uma sociedade mais igualitária cujo fundamento é o amor universal. Eles consideram o amor, a generosidade e o serviço ao próximo como expressões da verdadeira devoção a Deus, desse modo, os membros dessa ordem oferecem conforto e ajuda aos necessitados, evitam identificação com o poder político e, por isso, muitos deles rejeitaram serviços públicos. Eles não tinham a prática de perpetuar sucessão espiritual entre suas famílias e buscavam o aprendizado como uma qualificação essencial para as práticas religiosas.

A doutrina mais importante da ordem chishti é a Unidade do Ser (waḥdatal-wujūd)referir ao IBN ARABI COM DATAS COMO FUNDAMENTO PARA DIÁLOGO COM OUTRAS RELIGIÕES COMO ABAIXO, acreditam no pacifismo porque consideram a vingança e a retaliação como leis do mundo animal. Eles vivem e trabalham por uma sociedade livre de dissensões e discriminações. Os mestres ensinam que o dever do místico é viver para Deus somente. O iniciado na mística sufi não pode ter esperança do céu nem temor do inferno. Os místicos chishtis não exigiam conversão formal ao Islã de alguém que quisesse ser iniciado na disciplina mística (NIZAMI, 2000, p. 51, 52, 55) havendo, assim, tolerância no contato com as várias expressões religiosas da Índia.

Esse trabalho tem como objetivo desenvolver um estudo sobre a origem da ordem chishti na Índia, mapeando e descrevendo seus principais líderes-fundadores para, num segundo momento, apresentar duas importantes práticas religiosas da ordem que são dhikr e sama. A biografia de Mu’in al-din Chishti de Ajmer receberá especial atenção, pois, ele é a referência principal do sufismo chishti que serviu de modelo para outros mestres sufis da ordem.

1. Mu’in al-din Chishti de Ajmer (1236 AD) : origem da ordem sufi chishti na Índia

A ordem chishti foi estabelecida em 930 AD. O fundador foi Abu Ishak Shami da Síria. O nome da ordem vem da antiga cidade de Chisht no ATUAL REGIÃO QUE NA ÉPOCA ESTAVA PERMEADA DA CULTURA PERSA Afeganistão que se tornou uma vila e é conhecida por Khwaja Chisht. Depois da islamização NÃO ESTÁ CLARO QUE ISLAMIZAÇÃO DESSA REGIÃO que ocorreu entre os séculos X e XII, a cidade de Chisht veio a ser um grande centro de difusão do sufismo (RIZVI, 2003, p.114). As origens da ordem, antes de chegar à região sul-asiática, não podem ser verificadas porque não existem registros históricos desse período (NIZAMI, 2000, p. 50). Contudo, foi na Índia que a ordem floresceu e se desenvolveu.

A figura mais importante, quando se fala da presença inicial do sufismo na Índia, é sem dúvida a de Mu’in al-din Chishti (1236 AD), ou Gharib Nawaz como ficou conhecido na Índia. Ele decidiu se estabelecer em Ajmer (no estado do Rajastão, no norte da Índia) e é apontado como o fundador da ordem chishti na região (RIZVI, 2003, p. 115, 116). Ele nasceu em Sistan, atual Irã; seu pai foi Khwaja Ghiyasu’d-Din Hasan, um homem muito temente a Deus. Mu’in al-din Chishti não enfatizava o poder nem a riqueza, mas sim a piedade, a simplicidade e a devoção a Deus (RIZVI, 2003, p.122, 123).

As principais fontes sobre a biografia de Mu’in al-din Chishti são de quatro gêneros (CURRIE, 2006, p. 20):

1. Malfuzat: coleções que tratam das conversas e discursos dos shaykhs sufis.

2. Maktubat: correspondências dos shaykhs.

3. Tratados místicos e poemas.

4. Tazkirat: compilações de relatos sobre o sahykh.

JUSTIFICAR AS FONTES OS TASKIRAT SE DESTACA MENCIONA AS TRES FONTES E DEPOIS NARRA A HISTÓRIA Dentre os tazkirat, os mais importantes são dois: Siyar al-Awliya (Biografias dos Santos) escrito por Amir Khurd, discípulo e biógrafo de Nizamuddin Auliya (1325 AD), e Siyar al-Arifin (Biografia

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