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Sermão - Habacuque

Por:   •  24/11/2017  •  Seminário  •  3.696 Palavras (15 Páginas)  •  402 Visualizações

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Texto: Habacuque 3. 1 - 2

Título: Súplica de um servo perseverando na promessa do Senhor – parte I

  1. Recapitulação

No último encontro tratamos dos dois últimos oráculos de juízo, versos 15 e 19, respectivamente sobre a bebedice misturada à ignomínia e a idolatria misturada à violência, tudo isso praticado pelos babilônios em suas campanhas de pilhagem. Lembremos que Habacuque está assentado como atalaia na fortaleza (2.1), e o Senhor o responde na sequencia em visão (2.2), revelando-se em 5 oráculos de juízo contra os pecados da nação babilônica.

Isto diz respeito ao caráter retributivo da justiça divina. Ficou-nos claro o porquê dela quando associamos outras passagens como o caso de Davi que embebedou Urias para enganá-lo sobre seu caso com Bate-Seba, a mulher do soldado; também o caso das filhas de Ló e o tão famigerado caso de Cam, filho de Noé, que “descobriu” a nudez de seu pai. Todos se depararam com o caráter retributivo da justiça divina, e não seria diferente com os babilônios.

E ainda, sobre este caráter, o Senhor se levanta contra a idolatria e a violência, quando a criatura toma o lugar do Criador, ou quando as funções imaginativas do homem funcionam em desvirtuadamente ao propósito originário de renderem adoração ao Deus único e verdadeiro, provocado e provocando toda a sorte de pecados.

O que aprendemos também com essa passagem em Habacuque é que o Senhor converte o hábito pecaminoso da bebedice no hábito de comungarmos com o cálice da nova aliança no sangue do Cordeiro, o qual bebeu o cálice de toda sua ira.

E não somente este hábito, mas, também o ato de porfiar (falar maldosamente ou caluniosamente contra outra pessoa), o hábito da cobiça, que em Efésios 5.5 é tratado como idolatria, não pensemos que veremos esses pecados passarem isentos de seu peso, como diz o profeta Habacuque no verso 2 do capitulo 1: “Até quando, SENHOR, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritar-te-ei: Violência! e não salvarás?”. Não ficaremos sem resposta a indagações tão pesadas como são estás.

II. Introdução.

Finalizando a visão, no verso 20 temos a seguinte expressão: “O Senhor está no seu santo templo, cale-se diante dEle toda a terra”. Essa expressão é a base para todo o capítulo 3.

Há grande sugestão que esse capítulo tenha circulado longe dos outros dois, justamente por causa do seu gênero textual, por se tratar de um salmo. Sabemos que um salmo é um elemento de culto, logo, seria o capitulo três utilizado para as celebrações e reuniões de ajuntamento solene.

Particularmente esse salmo encontra-se na Septuaginta, o Antigo Testamento em Grego, mas, não nos escritos de Qumran. Isso não é problema por que há várias partes nos escritos de Qumran incompletos, demonstrando por assim dizer, uma seleção do texto. Quanto aos 3 últimos versos do capítulo 2, tem-se evidências que foram escritas por outra mão, logo, provavelmente, o capítulo três nunca fosse concluído.

Tudo isto não é de preocupar-nos quanto à autenticidade do texto, aja vista que são procedimentos legítimos de serem feitos em seu atestado. Outros livros também passaram e passam pelos menos questionamentos, é o caso de Sofonias e Naum. Algumas dúvidas lançadas sobre o texto são descabidas, simplórias, ingênuas, ao ponto de questionarem a mudança de humor do autor entre uma passagem e outra, como se o autor não fosse um homem, mas uma máquina, ou como se o texto tivesse inerente a ele a obrigação de ser escrito de uma única vez.

Há algo significativamente favorável ao capítulo 3 ser parte integrante dos demais capítulos, e é o seu próprio conteúdo. O seu material fornece forte evidencia para isso.

Um salmo é algo extremamente oportuno para celebrar após o Senhor intimar toda a terra ao silêncio no culto público em seu templo. Embora, o verso 20 seja uma extraordinária conclusão quanto à resposta do Senhor ao profeta, em contrarresposta a reação do mesmo se faz em dedicação através do cântico de um salmo no reconhecimento de tamanha magnificência e benevolência do Senhor.

Dito isto, o capítulo 3 começa no verso 1 com um sobrescrito, algo que já vimos anteriormente na exposição do  profeta Naum (1.1). O comentarista afirma ser impossível determinar a origem deste sobrescrito.

O sobrescrito tem como função o endereçamento ou mesmo o título ou tema daquilo que está sob ele. No caso, o termo uma oração se encontra nos Salmos 17, 86, 90, 102 e 142. Diz-se que é possível que estas instruções foram colocadas pelo próprio Habacuque ou, talvez, por alguém dignamente responsável por conduzir o culto público de Israel.

No mais, podemos dizer de antemão que Habacuque não tem nenhuma outra causa a pedir. O Senhor advogou a sua causa, concluiu o seu diálogo. O profeta agira como um mediador pactual; agira em função de interceder pelo povo e o conseguiu.

Esse movimento encontrado em Habacuque não é estranho ao pensamento bíblico. O encontramos nas palavras de Salomão em I Rs 8. 33 e 34:

“Quando o teu povo Israel for ferido diante do inimigo, por ter pecado contra ti, e se converterem a ti, e confessarem o teu nome, e orarem e suplicarem a ti nesta casa, ouve tu então nos céus, e perdoa o pecado do teu povo Israel, e torna-o a levar à terra que tens dado a seus pais”.

        Há dúvidas quanto ao que significa o termo Sigionote, não há precisão quanto a ele. Uns dizem referir-se a erros cometidos na ignorância, outros falam que é um termo que aparece como instrução musical, a fim de incitar a execução de um salmo com tópico perturbador. A Almeida o coloca como meditação no Salmo 7, a NVI como confissão. Mas, a Revista e Atualizada a coloca como a forma de canto, algo que se aproxima do que encontramos no verso 19, no seu final, especificando algum tipo de instrução musical ao regente, a maneira como ele deve tocar o salmo.

        Vencida a dificuldade com o verso 1, avançando para o segundo verso, nele iremos nos deter em toda a exposição de forma que dividiremos essa passagem em duas mensagens: A primeira nos versos 1 e 2 e a segunda do verso 3 ao verso 19.

III. Desenvolvimento.

        O cântico foi escrito como uma resposta do profeta a revelação dada sobre os dias vindouros. Naturalmente é inserido no culto público para ser cantado pela congregação durante os longos anos de exílio que se seguiriam.

        Essa questão é algo que se encontra na tradição judaica, onde Moisés, por exemplo, foi instruído pelo Senhor, que prevendo a infidelidade de Israel, o manda escrever um cântico e pô-lo na boca dos israelitas a fim de instruir as gerações futuras, vv Dt 31.19. Esse cântico não seria esquecido pelas crianças, vv. Dt 31.21.

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