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Preconceito Lingüística: O que é, como se faz

Por:   •  20/10/2018  •  Resenha  •  809 Palavras (4 Páginas)  •  271 Visualizações

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BAGNO, Marcos; In: Preconceito Lingüístico: O que é, como se faz. Edições Loyola, São Paulo, 2007

Tema 4. “As pessoas sem instrução falam tudo errado”

        

O preconceito lingüístico é um fenômeno intrínseco na sociedade brasileira. Assim como evidenciado por BAGNO (2007), há em torno de oito principais mitos dentro da mitologia do preconceito lingüístico e são necessários o reconhecimento e desconstrução destes conceitos.

Para isso, o autor inicia seu texto evidenciando a diferença entre língua e gramática normativa, demonstrando que a gramática normativa retrata apenas uma pequena parte visível de um iceberg que se chama língua. Como é sabida dentro da lingüística, a língua está sempre em movimento por aqueles que há falam, e, portanto dificilmente se faz homogênea. O português falado no Brasil apresenta alto grau de diversidades, que se distinguem em: regionalismos, níveis sociais, etária, estilística, entre outros.

Levando isto em consideração, o autor busca refutar diversas publicações e declarações de gramáticos conservadores, entre eles, Pasquale Cipro Neto, incapazes de entender as variações lingüísticas e a forma como a gramática não acompanhou o desenvolvimento da linguagem, evidenciando que, se as pessoas continuam a repetir que o "português é difícil" é por uma razão única: o ensino tradicional não considera o uso do português brasileiro. Essa falta de consideração dificulta o aprendizado, pois muitas vezes o português "falado" não sente "saudades" de algumas preposições empregadas na norma clássica literária por exemplo. Portanto o que torna o aprendizado difícil é o hiato entre a norma clássica literária (ainda utilizada em Portugal) e o português brasileiro. A exemplo disto, o autor evidencia que o ensino do português nas escolas não devem acomodar o aluno dentro da variedade lingüística que ele já está inserido, mas mostrar que apesar da norma gramatical a variedade falada não se faz errada, considerando que: “Todo falante nativo de uma língua é plenamente competente e capaz de distinguir as regras de funcionamento de sua língua materna. O falante nativo de sua língua não comete erros, pois não forma frases que não respeitem as regras de funcionamento da língua, assim como ninguém comete erros ao andar ou respirar. Existe no nível da língua escrita, a confusão entre português e ortografia oficial da língua portuguesa.”

  Ao exemplificar a transformação do L em R nos encontros consonantais como em: Cráudia, chicrete, praca, o autor evidencia que apesar da estigmatização por aqueles que falam a norma padrão da língua, este fenômeno não se trata de um “atraso mental”, mas sim um fenômeno fonético chamado rotacismo que contribuiu para a formação da própria norma-padrão da língua portuguesa. Portanto, considerando o histórico lusitano, não se poderia acusar as pessoas que falam desta maneira hoje, por deixarem as tendências normais e inerentes à língua se manifestarem livremente, sem que se acuse da mesma forma aqueles que na província romana da Lusitânia também transformavam palavras como blank do germânico em branco, no português. Entretanto, o autor não exclui o fato de que haja pessoas que tenham um problema fonético e que precisariam de assistência médica especializada.

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