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A Crase

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Por:   •  27/8/2014  •  2.344 Palavras (10 Páginas)  •  1.114 Visualizações

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A crase.

S.f. 1. Gram. Contração ou fusão de duas vogais em uma só: à (aa); ler (leer); dor (door). 2. Restr. A contração de dois aa. V. contração (4). 3. Designação vulgar do acento indicativo de certos casos de crase: Em vou à praia, o a deve ter crase. (...) Novo dicionário básico da língua portuguesa - Aurélio Buarque de Holanda Ferreira.

De forma genérica, podemos dizer que a crase se caracteriza pela junção da preposição (a) com o artigo (a) ou um pronome demonstrativo (a, aquele, aquela). Simples, não? Talvez nem tanto... Esta página se propõe a mostrar como as aulas no ginásio acabam sendo soterradas pelos vícios que adquirimos no dia-a-dia. Uma delas é chamar o acento grave de crase, sendo que a crase é a contração e o acento grave é o sinal que evidencia a existência da crase (notem que até o Aurélio erra...). Mas um erro que está se tornando epidemia é o uso de acento grave em situações que não o justificam. Abaixo são listadas algumas frases encontradas no cotidiano em que usou-se o acento grave. Você saberia dizer quantas frases estão corretas?

• Entregamos à domicílio.

• Vendas à prazo com planos especiais.

• 15 sabores à escolher.

• Prestações à perder de vista.

• Trajes à rigor.

• Preços à vista com 10% de desconto.

• Atendemos de segunda à sexta.

• Ótima localização, à 10 minutos do metrô.

• Lindos bordados feitos à mão.

• Diariamente até às 18:00.

• Conjuntos infantis à partir de R$ 15,00.

Fácil? Então, quantas das frases acima estão corretas?

Entregamos à domicílio?

É fácil ver que domicílio, enquanto substantivo masculino, não pode ter um artigo feminino a, e, portanto não leva acento grave. Quero aqui ressaltar outro erro: o verbo entregar significa levar alguma coisa a alguém em algum lugar. Nesse contexto, domicílio não é o objeto indireto (a alguém) e sim o adjunto adverbial de lugar. Portando não entregamos a domicílio, e sim no domicílio. O certo é entregamos em domicílio.

Vendas à prazo?

É fácil ver que prazo, enquanto substantivo masculino, não pode ter um artigo feminino a, e, portanto não leva acento grave. Para formação de crase com um substantivo masculino, só com o uso do pronome aquele, mas no caso de artigo, como pede o artigo o, ficaria vendas ao prazo. Correto é vendas a prazo.

À escolher?

Escolher é um verbo e como tal não pede artigo, a não ser que esteja na sua forma substantivada. Mas nesse caso, um verbo substantivado sempre vai para o masculino, e, portanto pediria artigo o. O escolher é uma árdua tarefa. O correto é a escolher.

À perder de vista?

Perder é um verbo e como tal não pede artigo, a não ser que esteja na sua forma substantivada. Mas nesse caso, um verbo substantivado sempre vai para o masculino, e, portanto pediria artigo o. Correto é a perder de vista.

Trajes à rigor?

Rigor é um substantivo masculino e, portanto, não pode ter um artigo feminino. Forma correta: trajes a rigor.

À vista?

Este é de longe o erro mais comum e mais cometido no uso do acento grave. Soa bastante natural o acento em vendas à vista. Porém é simples perceber que seu uso é incorreto. Basta fazer a substituição da palavra vista por um substantivo masculino, que no caso o mais prático é a palavra prazo, por ter um uso bastante similar. Como não dizemos vendas ao prazo, também não diremos vendas à vista, certo? Há, porém que se notar um caso em que utiliza-se o acento grave: quando vista é usado no sentido de ver, enxergar, como em terra à vista. Se a vista for no mesmo sentido de a prazo, escreva assim: a vista.

De segunda à sexta?

Podemos nesse caso notar que segunda está sem artigo (de -> da) e, portanto sexta também deve estar sem artigo por uma questão de coerência. Podemos também fazer o teste substituindo por um substantivo masculino: de segunda a sábado. Como não falamos ao sábado, não colocamos crase em a sexta. Fácil, não?

À 10 minutos?

Numerais, em geral, não levam artigos definidos. Podemos, ao invés disso, por um artigo indefinido: a uns 10 minutos, que nos provará que 10 minutos é masculino. Por outro lado, o acento grave poderia estar ligado a um substantivo feminino oculto (distância, por exemplo). Porém minuto não é medida de distância, e sim de tempo, portanto não faz sentido falar-se em à distância de 10 minutos. O certo é a 10 minutos.

À mão?

Temos aqui um substantivo feminino e, portanto, vamos tentar substituí-lo por um masculino. Podemos traçar uma equivalência de feito a mão com ir a pé. Como não falamos ir ao pé, não diremos feito à mão.

até às 18:00?

Aqui já temos uma preposição (até), cuja função é limitar a continuidade da ação. Portanto não cabe aqui o uso de mais uma preposição (a) e com isso não haverá formação da crase. O correto é Até as 18 h.

À partir de?

Partir é um verbo e como tal não pede artigo, a não ser que esteja na sua forma substantivada. Mas nesse caso, um verbo substantivado sempre vai para o masculino, e, portanto pediria artigo o. Correto: a partir de.

OLIVEIRA, Edson Roberto de. A crase. (http://www.aresnet.com/crase)

Grave - acento

1) "Aí, Guilherme Augusto foi visitar Dona Antônia e deu à ela, uma por uma, cada coisa de sua cesta." Onde está o erro?

Resposta: o erro está em "à ela" com acento grave. Antes de pronome, a letra "a" é apenas preposição, nela não há artigo. Apenas substantivos admitem artigo. Se o pronome estivesse no masculino "a ele", não aconteceria "ao ele", portanto em "a ela" não há dois ás.

2) A previsão é de arrecadação igual ou superior a deste ano." (Frase de jornal.)

Resposta: faltou acento grave em "a deste ano", pois o substantivo feminino "arrecadação" foi omitido: (A previsão é de arrecadação igual ou superior à arrecadação deste ano.) Substituamos "arrecadação" por "lucro": A previsão é de lucro igual ou superior ao (lucro) deste ano. Se ocorrer "ao" em palavra masculino, o acento grave é obrigatório no feminino "à".

- MAIS UMA SOBRE CRASE

As regras sobre a crase são várias e devemos aprendê-las aos poucos. Uma delas é que não ocorre crase em locuções formadas por duas palavras repetidas, mesmo estando no feminino: face a face, cara a cara, frente a frente, terra a terra, porta a porta e outras locuções.

- A HORA E A VEZ DA CRASE

A crase é um tema difícil, mas algumas regras imutáveis ajudam-nos a não errar mais. Uma delas: antes de numeral que indica hora sempre se usa crase. Os exemplos são pontuais: vou chegar às duas da tarde, ou à uma da madrugada, ou às oito da noite, ou às 23 horas, ou à meia-noite, ou à zero hora, mesmo sendo zero uma palavra masculina.

- A CRASE E A CRISE

A crase está sempre em crise. Às vezes não craseamos o a e deveríamos fazê-lo. Mas às vezes craseamos... e não deveríamos fazê-lo. Três exemplos de não-uso da crase: Creusa gosta de andar a cavalo; Creusa comprou um carro a prazo; Creusa ficou a pé. Nos três casos o a não é craseado. Porque antes de palavra masculina (carro, cavalo e pé) o a é apenas preposição, e o à é a contração, a união entre a preposição e o artigo feminino.

- PÉ ATRÁS

"Clinton pede perdão a formiga.". A frase saiu nas Dicas da semana passada . Os leitores ficaram com o pé atrás. "Cadê a crase ?" , perguntaram . Não há crase. Dúvida? Recorra ao macete. Substitua a palavra feminina por uma masculina. Mosquito, por exemplo: Clinton pede perdão a mosquito. Na troca, aparece só a . É que formiga e mosquito estão usados de forma genérica. Não se trata de uma formiga determinada. Nem de um mosquito definido. Por isso, nada de artigo. Compare: Clinton pediu perdão à formiga da fábula. Aí, não é qualquer formiga. Mas a formiga conhecida. Daí a crase. Fazendo o troca-troca por um machinho, teremos ao: Clinton pediu perdão ao mosquito de Walt Disney. É isso. Se na substituição der ao, sinal de crase. Caso contrário, nada feito.

Definição de crase

A palavra crase designa a contração de duas vogais idênticas.

À gramática normativa interessa, sobretudo, a fusão da preposição a com:

1- o artigo feminino definido a (ou as) :

O direito a a vida é inquestionável - O direito à vida é inquestionável.

2- o pronome demonstrativo a (ou as):

Referi-me a a (= aquela) que chegou mais cedo.

Referi-me à que chegou mais cedo.

3- os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo:

Visavas a aquele cargo? - Visavas àquele cargo?

4- o a dos pronomes relativos a qual e as quais:

Era ruim a peça a a qual fizeste referência.

Era ruim a peça à qual fizeste referência.

Nesses casos, a ocorrência do fenômeno da fusão dessas vogais é indicado sempre pelo acento grave (`) .Seu emprego depende, pois, da verificação da ocorrência dessas vogais (preposição + artigo, preposição + pronome) no contexto sintático . Como obrigatoriamente o primeiro a é preposição, exigida quase sempre por um verbo ou um nome, a crase é um fato gramatical estreitamente relacionado à regência verbal e nominal.

REGRAS PRÁTICAS

1- Primeira regra prática:

Ocorre a crase sempre que, ao se substituir a palavra feminina por uma masculina, aparece a combinação ao:

Exemplo = Amanhã iremos ao colégio - Amanhã iremos à escola.

2- Segunda regra prática:

Para verificar a ocorrência do artigo a, transforma-se a palavra (a respeito da qual haja dúvida) em sujeito de uma oração qualquer:

Exemplo = Iremos todos a Brasília (?) ou Iremos todos à Brasília (?)

A palavra Brasília como sujeito: o Brasília foi concebida por Lúcio Costa e Niemeyer. = Brasília foi concebida por Lúcio Costa e Niemeyer.

Logo Iremos todos o Brasília.

Observe que nomes de cidade não admitem, em geral, qualquer artigo. Porém modificados por adjunto adnominal, passam a admiti-lo.

Exemplo = Retornarei a Curitiba no próximo ano. Retornarei à Curitiba de Dalton Trevisan.

3- Terceira regra prática:

Decorrente da regra geral é a fórmula mnemônica abaixo:

"Se vou A e volto DA de+a , crase há." Exemplo = SE vou à biblioteca e volta da biblioteca.

"Se vou A e volto DE, crase pra quê?" Exemplo = Se vou a Goiânia e volto de Goiânia.

4- Quarta regra prática:

Usa-se o acento grave sobre o a quando ele equivale a para a, na, pela, com a:

Exemplo = Ofereci ajuda à coordenadora = Ofereci ajuda para a coordenadora.

Mas: Ofereci ajuda a ela = Ofereci ajuda para ela.

Dica: Obviamente tais práticas nunca devem ser usadas como argumentos que justifiquem a ocorrência ou a não-ocorrência da crase. Em questões analítico-expositivas (discursivas) recorra sempre à regra geral. Além disso, procure sempre proceder à análise da palavra em todas as suas ocorrências: artigo definido, preposição, pronome oblíquo átono, pronome demonstrativo etc.

Crase Proibida:

a) antes de palavras masculinas:

Exemplo: Irei a pé e você irá a cavalo.

b) antes de palavras femininas que, empregadas num sentido genérico, não admitam artigo:

Exemplo: Não vou a festa, nem a recepção.

c) entre palavras repetidas femininas ou masculinas:

Exemplo: Encontrou-se face a face com o inimigo. Ela sangrava gota a gota.

d) antes de verbos, já que não admitem artigo:

Exemplo = Começaremos a estudar hoje à tarde.

e) antes de pronomes, visto que em geral não admitem artigo:

Exemplo = Referiram-se a você, a ela e a mim.

f) antes da palavra CASA na acepção de domicílio próprio, a própria casa de quem é mencionado na frase:

Exemplo = Depois do trabalho, foi a casa antes de ir à escola. Mas: Depois do trabalho, foi à casa da namorada antes de ir à escola.

g) antes da palavra TERRA no sentido de chão firme (em oposição à expressão a bordo de):

Exemplo = Encantados, os turistas desceram a terra. Mas: Os astronautas regressaram à Terra.

h) antes da palavra DISTÂNCIA desde que não-especificada na locução a distância:

Exemplo = Sempre permaneci a distância. Mas: Mantenha-se à distância de cinco metros.

i) se o a estiver no singular e a palavra seguinte for feminina ou masculina no plural, ele é preposição e não é, pois, acentuado:

Exemplo = Chegamos a terríveis conclusões. Mas: Chegamos às terríveis conclusões.

CRASE FACULTATIVA

O uso do acento é optativo basicamente em três casos:

a) após a preposição até:

Exemplo = Fomos até a escola. ou Fomos até à escola .

b) antes de pronomes possessivos femininos. Igual como é facultativo o uso do artigo antes desses pronomes, a ocorrência da crase também é facultativa.

Exemplo = Retornaremos a minha casa. ou Retornaremos à minha casa.

c) antes de nomes próprios femininos. Neste caso, é o artigo definido que pode ou não ser anteposto a tais substantivos.

Exemplo = Entregarei tudo a (para) Ana. ou Entregarei tudo à (para a) Ana.

Contudo, não se deve usar artigo (e, portanto acento grave) antes do nome de pessoas célebres e de santos:

Exemplo = Entregarei tudo a Nossa Senhora. Era uma referência a Mary Stuart.

CRASE OBRIGATÓRIA (Regra Geral e Casos Particulares)

a) preposição a e artigo a (as):

Exemplo: Resistiremos à tentação.

b) preposição a e pronome demonstrativo a(s) = aquela(s).

Exemplo: Minha sugestão é semelhante à (= àquela) que você deu.

c) preposição a e pronomes demonstrativos aquele(s) aquela(s) aquilo

Exemplo: Renderemos homenagem àquele que nos guiou até aqui .

d) preposição a e pronomes relativos a qual as quais.

Exemplo: Chegaram as mulheres às quais você deve agradar. (agradar a):

e) quando implícitas as expressões à moda de, à maneira de, mesmo antes de palavras masculinas:

Exemplo: Usava cabelos à Djavan. (Usava cabelos à moda de Djavan).

f) nas expressões com indicação de hora especificada.

Exemplo: Chegaremos à uma hora, não às duas. Mas: Sairemos daqui a uma hora (= falta uma hora para a saída).

g) nas locuções adverbiais, conjuntivas e prepositivas cujo núcleo seja palavra feminina:

Exemplo: À tarde e à noite aquela casa ficava às moscas. Tudo ocorreu às avessas. Mas: Estou a fim de ficar com ela. Tudo convergia a favor dele.

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