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LISPECTOR

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Por:   •  17/12/2014  •  Projeto de pesquisa  •  1.837 Palavras (8 Páginas)  •  234 Visualizações

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LISPECTOR, Clarice. A Hora da Estrela, Editora: Francisco Alves. Rio de Janeiro, 1977.

PALAVRAS CHAVES: Estrela; Macabéa; Modernismo; Nordestino

1 INTRODUÇÃO

Apresenta-se o fichamento da conhecida obra de Clarice Lispector, A Hora da Estrela. Clarice foi uma das autoras que se destacaram da chamada Escrita do Período Modernista.

Conforme Fernando Marcílio, Mestre em Teoria Literária pela Unicamp, Lispector nasceu em 10 de dezembro de 1920, em Tchetchelnik, na Ucrânia. Viveu numa época bastante conturbada, marcada por um contexto político, civil e filosófico em que especialmente no Brasil, onde veio morar com seus pais por volta dos dois meses de vida, decide começar a seu caminho.

Sua obra é estudada ainda hoje por muitos que buscam entender através de romances, poemas e crônicas a sociedade e as pessoas que nela vivem. Sobre um olhar minucioso sobre o próprio sentimento, Clarice, busca não somente satisfazer o leitor, mas si mesma, pois expressa os seus sentimentos mais profundos ao escrever.

Vamos ao resumo. Durante o fichamento farei alguns comentários pessoais, que estão destacados em fonte preta e entre colchetes.

O texto inicia-se com o narrador homem - Rodrigo S. M. criado por Clarice- este por sua vez tece reflexões sobre a posição que o escritor ocupa na sociedade, seu papel diante dela e, principalmente, sobre o processo de elaboração da escritura de sua obra:

"Escrevo neste instante com prévio pudor por vos estar invadindo com tal narrativa tão exterior e explícita. De onde no entanto até sangue arfante de tão vivo de vida poderá quem sabe escorrer e coagular em cubos de geleia trêmula. Será essa história um dia o meu coágulo? Que sei eu. Se há veracidade nela - e é claro que a história é verdadeira embora inventada - que cada um a reconheça em si mesmo porque todos nós somos um e quem não tem pobreza de dinheiro tem pobreza de espírito ou saudade por lhe faltar coisa mais preciosa que ouro - existe a quem falte o delicado essencial.’’ (p.26)

[O narrador ganha vida explicitando a sua forma de escrever, até mesmo comparando-a com outros escritores. Faz perguntas retóricas, e perguntas que parecem esperar uma resposta do leitor, em um diálogo inteligente ganha a atenção do leitor iniciando aos poucos e delicadamente a inserção de Macabéa. Podemos analisar também que esperar por capítulos ou sair do prefácio e entrar na história é algo interessante pois não há um divisor. O leitor começa a entender o contexto a partir das páginas que se vão. A singularidade com que Clarice escreve é instigante e atraente, os questionamentos colocam o leitor como parte do texto e não simplesmente um observador dos fatos.]

Rodrigo S.M. inicia aos poucas como se fosse buscando na memória os questionamentos e dúvidas de algo que o mesmo julga fato, narrador onisciente, conta a história de Macabéa, personagem protagonista, nordestina vinda de Alagoas para o Rio de Janeiro coma tia. Após a morte de sua tia, Macabéa acaba indo morar em uma pensão onde vivia com mais quatro colegas de quarto.

Trabalhava como datilógrafa, emprego que, por sua vez, a tia providenciou antes de falecer.

Macabéa é uma mulher comum, para quem ninguém olharia, ou melhor, a quem qualquer um desprezaria: corpo franzino, doente, feia, maus hábitos de higiene, virgem. Além disso, era alvo fácil da propaganda e da indústria cultural.

“Muito depois fora para Maceió com a tia beata, única parenta sua no mundo. Uma outra vez se lembrava de coisa esquecida. Por exemplo a tia lhe dando cascudos no alto da cabeça porque o cocuruto de uma cabeça’’ (p.44)

[Macabéa, mostra-se ser uma mossa simples, humilde e alienada as condições a ela expostas, talvez pela educação que recebera, talvez pelo simples fato de ser assim. Certo é que durante toda a história seu único movimento de coragem foi em sua morte.]

“Logo eu que constato que a pobreza é feia e promíscua. Por isso não sei se minha história vai ser - ser o quê? Não sei de nada, ainda não me animei a escrevê-la. Terá acontecimentos? Terá. Mas quais? Também não sei. Não estou tentando criar em vós uma expectativa aflita e voraz: é que realmente não sei o que me espera, tenho um personagem buliçoso

-- Página 37 nas mãos e que me escapa a cada instante querendo que eu o recupere.” (p.36-37)

[Vemos nessa parte do texto uma das várias atuações da autora como narrador, personagem, portanto “parte fragmentada’’ (citação da própria autora) do enredo. As indagações sobre o seu próprio mundo da escrita, sobre a aceitação da própria história, nesse contexto, é aparente e direta embora mantenha um afastamento do leitor. É como se o leitor dividisse-se em Deus dominador, personagem, expetador e na verdade nada, pois o a história se escreve sozinha embora, ainda é possível encontrar dificuldades nesse tipo de leitura, pois é pouco comum. Especialmente nessa história a ordem do tempo cronológica linear, ou seja não tem voltas no passado, ou ainda, não busca explicações no passado torna a leitura um pouco mais direta, o que diferencia-o dos outros livros de Lispector.]

“Muito 'depois fora para Maceió com a tia beata, única parenta sua no mundo. Uma outra vez se lembrava de coisa esquecida. Por exemplo a tia lhe dando cascudos no alto da cabeça porque o cocuruto de uma cabeça’’ (p.44)

[Macabéa, mostra-se ser uma mossa simples, humilde e alienada as condições a ela expostas, talvez pela educação que recebera, talvez pelo simples fato de ser assim. Certo é que durante toda a história seu único movimento de coragem foi em sua morte.]

A personagem protagonista, Macabéa, não sabe quem é, o que a torna incapaz de impor-se frente a qualquer um.

Começa a

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