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O Racismo No Livro Didático

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Por:   •  15/9/2013  •  1.738 Palavras (7 Páginas)  •  459 Visualizações

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Resumo: Na escola, assim como em toda sociedade brasileira, há uma pluralidade étnica muito grande, sendo esta conseqüência da inserção de negros africanos, portugueses e índios. No entanto, essas etnias são vítimas de imenso preconceito e práticas racistas em todo território brasileiro. Nesse sentido, o presente artigo pretende abordar o racismo que se encontra atualmente nos livros didáticos, a ideologia evidenciada neste recurso, mostrando em especial como os negros são representados nestes livros e como esse problema pode ser combatido. Para isso, foram realizadas pesquisas em textos de diversos teóricos que abordam a temática em questão. Espera-se a partir deste trabalho, que os professores façam uma profunda reflexão sobre o racismo expresso nos livros didáticos, buscando sempre mostrar o valor da raça negra na sala de aula e atenuando as visões distorcidas e equivocadas sobre o negro no Brasil.

Palavras-Chaves: negro, racismo e livro didático.

Introdução

O Brasil é caracterizado como um país multicultural, isso porque no seu processo histórico foram inseridas três raças diferentes: negra, branca e indígena. Esse contato favoreceu a mistura dessas culturas, construindo assim um país totalmente miscigenado.

Por causa da referida mistura de raças, esse contato provocou algumas divergências que afetaram profundamente estas etnias. O fato de uma das raças (branca) se sentir superior às demais, fez com que os indivíduos das outras etnias fossem colocados em situação de inferioridade. Os índios e, em especial, os negros, possuíam posições desfavoráveis aos demais. Os negros, por exemplo, eram colocados como escravos, realizando funções subalternas. As diferenças foram se evidenciando a cada dia, levando a sociedade a desenvolver uma hierarquia de raças que mostrava claramente a distância entre os dominantes e os dominados.

Analisando este contexto, percebe-se que esses acontecimentos iniciais contribuíram para a situação atual do negro. Normalmente, a raça negra vive diariamente sob o universo do preconceito na sociedade, é marginalizada, não possui credibilidade, enfim, é excluída socialmente. Por conta do racismo estar presente em vários âmbitos da sociedade, normalmente é difundido, mesmo que de forma não explícita, nos meios de comunicação, em departamentos, lojas, instituições sociais, materiais impressos, e em especial nos livros didáticos.

Dessa forma, busca-se através deste artigo, refletir sobre a presença do racismo no livros didáticos, buscando atenuar essa imagem negativa do negro e propondo meios para combater o problema em questão.

A ideologia dominante no livro didático

O livro didático é um instrumento antigo, alguns estudos mostraram que desde o século XVIII as pessoas já se preocupavam em adotar livros apropriados para a transmissão de conhecimentos. No Brasil, a história do livro didático possui uma ligação com vários decretos. Quem controla o livro didático é o Estado, através da legislação criada em 1938, pelo decreto nº 1.006, consolidado em 1945, pelo decreto nº 8.460. Assim, os livros só podem ser adotados com a autorização do Ministério da Educação. (MENEGASSI e SOUZA, 2005).

Em 1969 foram formados técnicos com o propósito de aprovar os livros que seriam adotados nas salas de aulas. Feito isso, a atual FAE (Fundação de Assistência ao Estudante) ficou encarregada da tarefa de co-edição, com o intuito de aumentar a produção e distribuição dos livros. Este material começou a ser analisado criticamente com a implantação do PNLD – Programa Nacional do Livro Didático, em 1985. (MENEGASSI e SOUZA, 2005).

O livro didático no Brasil é tido como uma ferramenta muito importante no âmbito escolar. Devido a diversos fatores, como falta de preparação, tempo e de recursos do professor, este muitas vezes acaba baseando seu programa de ensino no que consta nos livros. Sabemos que o livro didático enquanto recurso pedagógico possui o objetivo de facilitar o trabalho do professor. Entretanto, ele não é visto pelo docente como um elemento estruturante. Segundo Alburquerque (2007), “o livro didático é “dogmatizado” em sala de aula, mostrado como verdade absoluta. Um exemplo disso são as correções feitas ao “pé da letra” das respostas do livro didático do professor”. (ALMEIDA, BARRALES e TRUSIEWICZ, 1999).

O professor ao utilizar somente o livro didático no processo de ensino-aprendizagem dos seus alunos acaba deixando de tirar proveito de aspectos relevantes no desenvolvimento educacional dos mesmos. A autora Rosânea Aparecida de Freitas evidencia esta idéia ao dizer:

O professor que usa o livro didático como único instrumento pedagógico, não utilizando outras metodologias de ensino, não aproveita a vivência do aluno, sua realidade, não desenvolve a criatividade, projetos de ensino mais proveitosos para o aluno, que pretendam valorizar a diversidade, a pluralidade racial e a diferença de experiências sócio-culturais. (FREITAS, 1996).

É preciso uma revisão da forma de uso dos livros didáticos. O uso de uma única fonte de informação acaba simplificando a forma do conhecimento em sala de aula. Essa postura metodológica acaba formando nos alunos uma concepção auto-excludente da história, e uma concepção de história como verdade absoluta, e do livro didático como fonte de conhecimento inquestionável, sem falar que acabam reproduzindo as ideologias da classe dominante na sociedade. (BRASIL, ( 2006).

De acordo com Menegassi e Souza (apud Rangel, 2001), o livro didático deveria, em lugar de reproduzir a ideologia dominante, “contribuir efetivamente para a consecução dos objetivos do ensino, tais como vêem definidos em documentos oficiais como os PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais, assim é necessário que ele abstenha-se de preconceitos discriminatórios e mais do que isso, seja capaz de combater a discriminação sempre que oportuno”, isto é, que estimule a cidadania, evidencie as dinâmicas sociais em toda sua complexidade, visando produzir efeitos contra qualquer forma de preconceitos e discriminações no contexto escolar ou fora dele.

A representação do negro no livro didático

O livro didático traz muitas formas negativas da imagem do negro. Essas formas apresentam-se através de ilustrações, linguagem verbal escrita, ou pela associação de uma e de outra, mantendo uma “linha” divisória entre negros

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