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Paul Teyssier - História Da língua Portuguesa

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Por:   •  5/6/2013  •  9.561 Palavras (39 Páginas)  •  647 Visualizações

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Sumário

Prefácio 4

Considerações iniciais 5

Capítulo 1 - Do latim aos primeiros textos em galego-português (século XIII) 6

Os fatos históricos 6

Do latim ao galego-português: a evolução fonética 10

Do latim ao galego-português: evolução da morfologia e da sintaxe 17

Do latim ao galego-português: formação do vocabulário 17

Capítulo 2 - O galego-português (de 1200 a aproximadamente 1350) 20

Os fatos históricos 20

Os textos 21

A grafia 22

Fonética e fonologia 22

Morfologia e sintaxe 27

O Vocabulário 29

Capítulo 3 - O português europeu (do século XIV aos nossos dias) 31

Problemas de periodicidade 31

Separação do galego 34

O território do português europeu 34

Evolução fonética do português europeu do século XIV aos nossos dias 35

Morfologia, sintaxe e vocabulário 55

Capítulo 4 - O português do Brasil 62

Os fatos históricos 62

Principais características 64

A questão da língua no Brasil 72

Capítulo 5 - O português na África e na Ásia 76

O português na Ásia 76

O português na África 76

Transcrição fonética 80

Notas 81

Bibliografia sumária 92

Advertência final 95

Prefácio

A versão original desta História da Língua Portuguesa foi publicada em 1980 por Presses Universitaires de France, numa coleção que tem de sujeitar-se a uma regra imperativa: os volumes não devem ultrapassar um total de 128 páginas de pequeno formato. Uma limitação tão rigorosa apresenta, por mais paradoxal que pareça, grandes vantagens: obriga os autores a um esforço de síntese que favorece o rigor do pensamento e a clareza da expressão. Concentrar-se na redação cuidadosa de poucas páginas custa mais trabalho e exige mais tempo do que abandonar-se à composição fácil de um volume difuso e vago.

Esta limitação tem, no entanto, certas conseqüências negativas. Não se podem incluir num livro de dimensões tão reduzidas as notas explicativas e as indicações bibliográficas que o leitor exige num trabalho deste tipo.

A publicação desta História em tradução portuguesa proporcionava-me a possibilidade de corrigir esses inconvenientes. Aproveitei, por isso, a ocasião que se me oferecia para acrescentar ao texto propriamente dito muitas notas explicativas, nas quais incluí todas as referências e justificações necessárias. Além disso, a bibliografia foi enriquecida com muitos títulos novos. Enfim, procedi a uma revisão completa do texto.

Mas há mais. Este livro teve o grande privilégio de ser traduzido para o português pelo Prof. Celso Ferreira da Cunha, da Universidade Federal do Rio de Janeiro uma autoridade incontestável e reconhecida como tal pela comunidade científica em tudo quanto diz respeito à língua portuguesa na sua evolução histórica e na sua realidade atual. Um estudioso de tão excepcional competência não podia limitar-se a “traduzir”: sugeriu não poucas modificações e acréscimos, tanto no conteúdo do texto como na bibliografia, contribuindo assim para fazer desta versão da História da Língua Portuguesa, até certo ponto um livro novo. Peço-lhe que aceite aqui o testemunho da minha sincera gratidão, extensiva também à sua colaboradora, Prof.ª Claire de Oliveira Neto.

Não posso deixar de mencionar também as observações valiosas que me foram feitas por muitas outras pessoas, entre as quais é meu dever salientar o Prof. Luis Felipe Lindley Cintra, da Universidade de Lisboa, outra autoridade prestigiosa que muito tem contribuído para alargar os nossos conhecimentos sobre formação histórica da língua portuguesa. Este livro e muito aos seus trabalhos e publicações, bem como às observações e sugestões orais que teve a bondade de me fazer.

Paris, 26 de março de 1982

Paul Teyssier

Capítulo 1

Do latim aos primeiros textos em galego-português (século XIII)

Os primeiros textos escritos em português surgem no século XIII. Nessa época, o português não se distingue do galego, falado na província (hoje espanhola) da Galícia. Essa língua comum — o galego-português ou galaico-português — é a forma que toma o latim no ângulo noroeste da Península Ibérica.

Os fatos históricos

1 — A romanização da Península Ibérica

Os romanos desembarcam na Península no ano 218 a.C. A sua chegada constitui um dos episódios da Segunda Guerra Púnica. Dão cabo dos cartagineses no ano de 209 e empreendem, então, a conquista do país. Todos os povos da Península, com exceção dos bascos, adotam o latim como língua e, mais tarde, todos abraçarão o cristianismo.

Mapa 1 — A Espanha romana no tempo de Augusto

A Península é inicialmente dividida em duas províncias (ver mapa 1), a Hispânia Citerior (a região nordeste) e a Hispânia Ulterior (a região sudoeste). No ano 27 a.C., Augusto divide a Hispânia Ulterior em duas províncias: a Lusitânia, ao norte do Guadiana, e a Bética, ao sul. Posteriormente, entre 7 a.C. e 2 a.C., a parte da Lusitânia situada ao norte do Douro, chamada Gallaecia, é anexada à província tarraconense (a antiga Hispânia Citerior). Cada província subdivide-se num determinado número de circunscrições judiciárias chamadas conventus. Um exame rápido do mapa 1 mostra que o atual território da Galícia espanhola e de Portugal corresponde, aproximadamente, a quatro desses conventus — os de Lucus Augustus (Lugo), de Bracara (Braga), de Scalabis (Santarém)

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