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A Disposição De Lodo De Esgoto Em Solo Agrícola

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Por:   •  16/5/2014  •  2.297 Palavras (10 Páginas)  •  330 Visualizações

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Introdução

Nos centros urbanos a questão dos resíduos é sempre complexa, assim como os resíduos sólidos se tornam cada vez mais alvos de estudos para uma destinação ambientalmente correta, temos o esgoto ou efluente líquido, que deve ser tratado para ser liberado ao ambiente de maneira mais branda possível em termos de poluentes. Dentre os recursos, os hídricos, que ate a geração passada eram considera dos fartos, tornaram-se limitantes e comprometidos, em virtude de alta poluição em algumas regiões, necessitando, portanto, de rápida recuperação. Nas Estações de Tratamento de Esgotos - ETEs gera um lodo rico em matéria orgânica e nutriente, composto de algumas etapas que objetivam tratar, remover patógenos, poluentes, excesso de matéria orgânica, para que o efluente tratado seja liberado no meio ambiente sem causar danos ambientais significativos. O processo consiste em tratar o esgoto, existem etapas que estimulam um desenvolvimento microbiológico no efluente que está sendo tratado, essa população microbiana deve ter sua concentração controlada, e nos processos seguintes, como uma mistura desse efluente chamada de licor, aeração mecânica, decantação, há uma deposição de sedimentos nas bacias ou lagoas de decantação, e ao final do processo o sobrenadante é o efluente tratado, que pode ser liberado ou destinado novamente ao meio ambiente, e a parte sólida e húmida que foi depositada é chamado lodo de esgoto. Entretanto, o lodo de esgoto apresenta em sua composição diversos poluentes como: metais pesados, composto orgânico persistentes e organismo patogênicos ao homem; atributos que devem ser olhados com muito cuidado, algumas analises demonstram que há um aumento de matéria orgânica, melhora do nível de fertilidade, aumento do pH do solo, melhoria da grumosidade, e aumento da absorção de nutrientes pela planta; há ainda dúvidas sobre o potencial de fósforo do lodo.

A disposição de esgotos na agricultura é uma prática antiga. As informações mais conhecidas são as originárias da China. No ocidente sabe-se que na Prússia, a irrigação com efluentes de esgotos era praticada desde 1560. Na Inglaterra, por volta da 1800, foram desenvolvidos muitos projetos para a utilização agrícola dos efluentes de esgoto, especialmente em razão do combate à epidemia de cólera. A adoção da prática de uso do solo como meio de disposição do esgoto ou do lodo tem sido freqüente em muitos países.

No Brasil não e difundida a experiência de incorporar resíduos de esgoto, lodo e efluentes, aos solos, porque ainda são poucas as cidades dotadas de estações de tratamento de esgotos. O Ministério do Meio Ambiente estima que menos de 10% dos esgotos urbano produzido são tratados antes de serem lançados nos rios. Os dados da tabela 1 mostram a situação da coleta de esgoto e lixo no Brasil, apesar dessa situação, diversos municípios brasileiros estão coletando e tratando adequadamente o esgoto e, por conseguinte, gerado lodo de esgoto em algumas cidades.

Tabela 1. Situação do saneamento básico no Brasil por faixa etária.

População Sem esgoto Sem água encanada Sem coleta de lixo

0 a 15 anos 45% 23% 37%

>60 anos 37% 18% 30%

Fonte: Fundação Getúlio Vargas (2000, citado por VEJA,2000).

O volume de lodo gerado em muitos municípios brasileiro é relativamente pequeno e são localizados em regiões agrícolas ou próximo delas, além de não apresentarem os problemas da intensa industrialização.

Característica de um lodo

Os esgotos sanitários variam no espaço, em função de diversas variáveis desde o clima até hábitos culturais. Por outro lado, variam também ao longo do tempo, o que torna complexa sua caracterização. Metcalf & Eddy (1991) classificam os esgotos em forte, médio e fraco, conforme as características apresentadas na Tabela 1:

Tabela 1: Características físico-químicas dos esgotos. Metcalf & Eddy (1991) Característica Forte, Médio e Fraco

FORTE MÉDIO FRACO

Carbono Org. Totl (mg\L) 290 160 80

Nitrogênio Total – NKT (mg\L) 85 40 20

Nitrogênio Orgânico (mg\L) 35 15 08

Nitrogenio Amoniacal (mg\L) 50 25 12

Fósforo Total (mg\L) 15 08 04

Fósforo Orgânico (mg\L) 05 03 01

Fósforo Inorgânico (mg\L) 10 05 03

Cloreto (mg\L) 100 50 30

Sulfato (mg\L) 50 30 20

Óleos e Graxas (mg\L) 150 100 50

DBO5.20 (mg\L)

400 220

110

DQO (mg\L) 1.000 500

250

No Brasil, mesmo que não se tenha informação segura com base local, costuma-se adotar contribuições “per capita” de 54 e 100 g/habitante ao dia para a DBO de cinco dias e para a DQO, respectivamente. Em termos de vazão, pode-se afirmar que os esgotos estão sujeitos às mesmas variações relativas ao consumo de água, variando de região para região, dependendo principalmente do poder aquisitivo da população. Apenas a título de referência, pode-se considerar a contribuição típica de 160 L/habitante ao dia, referente ao consumo “per capita” de água de 200 L/habitante ao dia e um coeficiente de retorno água/esgoto igual a 0,8. Para a determinação das vazões máximas de esgotos, costuma-se introduzir os coeficientes k1 = 1,2 (relativo ao dia de maior produção) e k2 = 1,5 (relativo à hora de maior produção de esgotos). Consequentemente, a vazão de esgotos do dia e hora de maior produção é 1,8 vezes, ou praticamente o dobro da vazão média diária. Deve ser lembrado que as características dos esgotos são afetadas também pela infiltração de água subterrânea na rede coletora e pela possível presença de contribuições específicas, como indústrias com efluentes líquidos ligados à rede pública de coleta de esgotos. Os esgotos sanitários possuem excesso de nitrogênio e fósforo. Isto faz com que, ao ser submetido a tratamento biológico, haverá incorporação desses micronutrientes nas células que tomam parte do sistema, mas o excesso deverá ser ainda grande. Esta é uma importante preocupação em termos de tratamento

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