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As Liberdades Publicas

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Por:   •  13/10/2013  •  3.116 Palavras (13 Páginas)  •  343 Visualizações

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Não é novidade que a indústria bra¬sileira de calçados está sofrendo uma desindustrialização. Há dados de entidades sérias, como o IBGE, que com¬provam o fato. Mas neste momento se faz necessária uma reflexão sobre o assunto. Por que uma indústria tão pujante chegou a esta situação? Entre uma série de dificuldades que o setor enfrenta, pode-se resumir o fato à combinação de dois fatores: defasagem cambial x aumento dos salários, em torno de 20%. Só isso já é suficiente para a perda de competitividade, fato que leva as empresas a buscar alternativas para manter seu ritmo.

Outro motivo de forte preocupação é a instabilidade cambial, e a depreciação do dólar causou a queda de 34% do volume de calçados embarcados no primeiro trimestre deste ano.

A indústria brasileira sofreu uma desaceleração, principalmente nos setores voltados para a exportação, pois com a recessão e a desaceleração do crescimento mundial, ocorreu uma queda na demanda externa. A crise refletiu sobre a taxa de inflação da seguinte forma: a depreciação da taxa de câmbio eleva o custo dos produtos importados o que acaba gerando pressões inflacionárias, inclusive por que vários produtos nacionais utilizam insumos importados. Os produtos importados chegam ao Brasil com preços mais elevados permitindo o produtor nacional recompor suas margens de lucro que estavam comprimidas devido a concorrência direta com produtos estrangeiros.

A crise fez com que o setor calçadista continuasse em queda, algo que já vinha ocorrendo antes da crise, pois o calçado gaúcho já vinha perdendo espaço no mercado internacional para o mercado asiático, principalmente para a China. As exportações do setor coureiro-calçadista após o ano de 2008 continuaram em queda. A receita obtida no ano de 2009 foi de US$ 1,21 bilhões e no ano de 2008 havia atingido US$ 1,29 bilhões verificou-se uma queda de 6%.

Os impactos da crise financeira internacional produziram uma diminuição de 16,4 mil empregos nas indústrias de calçados. Em frente à crise o setor procurou investir no mercado interno, tendo em vista a recessão mundial, porém, os chineses, nesse mesmo período, também avançaram na estratégia de escoar a sua produção para o mercado latino-americano, sobretudo para o Brasil. O setor calçadista gaúcho mais uma vez vê o mercado chinês de calçados ganhando mercado por ser mais competitivo.

O setor obrigou o governo a criar sobretaxas aos calçados chineses por prática de dumping pelos produtores daquele país asiático. Essa estratégia deu fôlego ao setor, pois a sobretaxação das importações de calçados chineses foi um sucesso, já que tornou inviável cerca de 90% das importações de calçados chineses o que deu crescimento no âmbito doméstico para o setor, mas o setor calçadista gaúcho volta a crescer somente em 2010.

No Rio Grande do Sul, em 2008 a região do Vale dos Sinos foi bastante afetada pela crise mundial e pela concorrência chinesa, levando ao fechamento das portas da fábrica Azaléia. "O fechamento dessa unidade está ocorrendo porque estamos passando por um momento razoavelmente complexo com a concorrência de calçados chineses, que estão entrando no país com desconto de 40% a 50% em dólar", explicou Milton Cardoso, presidente da Vulcabras/Azaléia.

Já na crise atual, de 2011, os Estados Unidos como a Zona do Euro vem sofrendo com a economia e a política locais. No caso dos Estados Unidos a crise é menor e influenciada diretamente ao governo de Barack Obama que acaba adotando políticas defensivas. Essas políticas são interessantes do ponto de vista dos bancos e acionistas, pois eles são recompensados com a venda de títulos nacionais.

Na zona do euro a crise se deu devido à indisciplina por parte da fiscalização e o descontrole de contas públicas. A Grécia teve uma forte influência para alavancar a crise, pois ela desfalcou seu nível de endividamento e fez com que a crise aumentasse mais e os problemas agravassem e outros surgissem. A moeda comum caiu ao nível mais baixo em quatro anos. Como medida de controle para a Grécia, a União Européia e o FMI utilizam um plano duro e pouco conhecido de severidade.

Em meio a crise atual, o Brasil vem se destacando principalmente pelo fato de suas bases atuais serem sólidas e não sejam suscetíveis a crises.

O Brasil passou a fazer parte dos países emergentes, e melhorou muito seus índices de crescimento depois de 2008, com pretensão de índices do PIB, em 2011 foi feito um corte nas despesas públicas desnecessárias e o investimento do país aumentou. O planejamento do Governo para a melhoria do país tem feito com que o Brasil esteja mais estável as crises mundiais.

O setor calçadista do Vale do Sinos se constitui, ainda, no principal polo exportador de calçados do país. Entretanto, ele tem sido pressionado competitivamente por dois fatores: a taxa de câmbio e a concorrência chinesa. Cada vez que o câmbio se valoriza, as exportações de calçados do Vale se veem prejudicadas no exterior porque se tornam mais caras frente a outros concorrentes. É o caso de perda de participação do setor no mercado norte americano por causa dos calçados chineses. Ainda há penetração no mercado brasileiro de calçados provenientes da China. De 2004 a 2008, a importação total de calçados pelo Brasil saltou de US$ 62,3 milhões para US$ 307,6 milhões (em termos de pares de calçados, passou de 8,9 milhões, em 2004, para 39,3 milhões, em 2008). No ano de 2008, as compras oriundas da China representaram 84% de todos os pares de calçados por nós importados. Essa tendência crescente de importação foi interrompida com as barreiras à compra dos calçados chineses, estabelecidas pelo governo brasileiro como forma de proteger a indústria brasileira de calçados. Foi estabelecida, a partir de setembro de 2009, uma alíquota de US$ 12,47 por par de calçados importados. Em março de 2010, essa alíquota foi elevada para US$ 13,85 e com duração de cinco anos. Essa proteção à indústria brasileira de calçado.

A indústria de calçado do Vale do Sinos desempenhou e ainda desempenha um importante papel não só para a região como também para o Estado e o País.Uma dimensão importante dessa contribuição do setor para o Rio Grande do Sul foi o seu papel na incorporação ao mercado de trabalho e de consumo de milhares de gaúchos. No início da exportação de calçados, por volta de 1970, muitos gaúchos provenientes do interior do Rio Grande do Sul se dirigiram para as cidades de São Leopoldo, Campo Bom, Novo Hamburgo, Sapiranga e outros municípios da região, em busca de ocupação e melhorias de condições de vida. A maioria desses trabalhadores vivia no campo, em minifúndios com baixo rendimento e com um padrão

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