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CALDO DE CANA CONTAMINADO POR TRYPANOSOMA CRUZI CONSUMIDO EM VIAS PUBLICAS

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Por:   •  16/7/2014  •  1.719 Palavras (7 Páginas)  •  399 Visualizações

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CALDO DE CANA CONTAMINADO POR TRYPANOSOMA CRUZI CONSUMIDO EM VIAS PUBLICAS

REVISÃO

BETZEL, Vagner Kiepert1,

Abstract. Brazil and the largest producer of cane sugar, cane juice or syrup is an energy drink and alcohol is not a favorable environment for growth of microorganisms, but the greatest contamination appears to originate from the processes involved in its production. A major problem observed in the marketing of sugar cane juice is no availability of water for washing utensils and hand hygiene. For the prevention of foodborne diseases are recommended education and training of operators who work in food service, as it is considered essential to incorporate practices aimed at quality control and food safety. This study aimed to obtain information through analysis of literature on the conditions of trade in sugar cane juice in public roads and assess the risks of consumption by the population.

Keywords: Food Safety, Sugar Cane Juice, Food Street, Foodborne Diaseases

Resumo. O Brasil e o maior produtor de cana de açúcar, caldo de cana ou garapa é uma bebida energética, não alcoólica e é um meio favorável para o crescimento de microrganismos, mas a maior contaminação parece originar-se dos processos envolvidos em sua produção. Um dos grandes problemas observado na comercialização do caldo-de-cana é não haver disponibilidade de água corrente para a lavagem de utensílios e a higiene das mãos. Para a prevenção das doenças de origem alimentar são preconizadas a educação e a formação dos operadores que trabalham em serviços de alimentação, pois se considera primordial a incorporação de práticas voltadas para o controle de qualidade e a segurança do alimento. O presente trabalho teve como objetivos obter informações através de análises bibliográficas sobre as condições do comércio de caldo de cana em vias públicas e avaliar os riscos de consumo pela população. Em Catolé do Rocha (Estado da Paraiba) várias pessoas foram concomitantemente acometidas de doença de Chagas, em fase aguda. A proposito desse evento, houve cogitação de que o Trypanosoma cruzi foi veiculado pela via digestiva, através de ingestão de caldo de cana contaminado. Alguns estudos mostram que o parasita permaneceu viável, por quatro horas, no liquido mantido em temperatura ambiente.

Palavras chave: Infecção por Trypanosoma cruzi, Segurança Alimentar, Caldo de Cana, Alimento de Rua, Doenças Transmitidas por alimentos.

1. Introdução

O Brasil e o terceiro maior país produtor de frutas do mundo e o maior produtor de cana de açúcar (IBGE). A comercialização informal de sucos á base de vegetais tem crescido e segundo Brito et al., (2003) vem ganhando grande atenção das autoridades e organizações internacionais, que concentram esforços na análise dos impactos econômicos, sociais e sanitários dessa atividade. Muitos estabelecimentos de comércio ambulante não contam com sistema de abastecimento de água tratada, o que dificulta a higienização correta dos utensílios utilizados no preparo das refeições (Rodrigues et al., 2003).

O caldo de cana ou garapa é uma bebida energética, não alcoólica, sendo muito popular no Brasil, consumida por pessoas de todas as idades e classes sociais, especialmente nos períodos quentes do ano. Este produto é comercializado em vias públicas, parques, praças e feiras (Prati, 2005). Segundo Lopes et al, 2006 o caldo de cana é um meio favorável para o crescimento de microrganismos, mas a maior contaminação parece originar-se dos processos envolvidos em sua produção e equipamentos como: moendas, recipientes para coleta, jarras, além de condições errôneas de manipulação, armazenamento, ambiente e pessoal. Os manipuladores de alimentos assumem também importante papel ao atuarem como fonte de disseminação de microrganismos patogênicos (Vanzo & Azevedo, 2003).

Segundo Oliveira et al, 2006 a deficiente capacitação profissional observada entre a maioria dos manipuladores, dedicados em muitas ocasiões a executar múltiplas tarefas, como a extração do produto comercializado, a manipulação do dinheiro e a remoção do lixo, características que aliadas ao desconhecimento sobre condições higiênico-sanitárias adequadas, indisponibilidade de infra-estrutura como rede de abastecimento de água e energia elétrica, foram considerados os principais fatores de risco para a contaminação do caldo de cana.

Na literatura são registrados alguns relatos referentes as toxinfecções alimentares envolvendo o caldo de cana. Na índia em 1981, uma epidemia de cólera foi atribuída ao consumo de caldo de cana com gelo contaminado. Em 1991, em Catolé do Rocha-PB, foram descritos 26 casos agudos de doenças de Chagas provocados pela ingestão do caldo de cana contaminado por dejetos do barbeiro, os quais continham o Tripanosoma cruzi (Shikanai- Yasuda et al, 1991). Em 2005, a ingestão do caldo de cana comercializado em Navegantes-SC foi associado novamente ao surto de doença de Chagas, ocasionando cinco óbitos (Ianni & Mady, 2005).

No dia 29 de julho de 2005 a Anvisa publicou o primeiro regulamento nacional para bebidas e alimentos à base de vegetais, a resolução RDC 218 define procedimentos de boas práticas e estende a legislação sanitária a essas instalações informais, as quais colocam em risco a saúde do consumidor por não respeitarem normas simples de higiene (Anvisa, 2005).

2. Objetivos

Face ao exposto e diante de lacunas de dados sobre o tema, este estudo teve como objetivos obter informações através de análises bibliográficas sobre as condições do comércio de caldo de cana em vias públicas e avaliar os riscos de consumo pela população.

3. Metodologia

A pesquisa desenvolvida a partir de: Revisão bibliográfica das doenças relacionadas ao consumo de caldo de cana e condições higiênico-sanitárias das moendas e comercialização do caldo de cana.

A Resolução RDC no 218, de 29 de julho de 2005 preconiza que os fornecedores de vegetais devem ser previamente cadastrados pelas unidades de comercialização de alimentos, devendo o cadastro conter o nome, o endereço do fornecedor e a identificação do local de origem da matéria-prima para facilitar a rastreabilidade. As matérias-primas devem ser armazenadas em recipientes e / ou sobre paletes, estrados ou prateleiras, conservados limpos e protegidos do acesso de vetores e pragas, não devendo ser armazenados em contato

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