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CORREDORES AMBIENTAIS, ESTRATÉGIA PARA CONSERVAR E RESTAURAR A AMEAÇA

Trabalho acadêmico: CORREDORES AMBIENTAIS, ESTRATÉGIA PARA CONSERVAR E RESTAURAR A AMEAÇA. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  4/8/2014  •  Trabalho acadêmico  •  9.167 Palavras (37 Páginas)  •  260 Visualizações

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GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTA FLORESTA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL

DISCIPLINA DE PLANEJAMENTO E MANEJO DE ÁREAS SILVESTRES

CORREDORES ECOLÓGICOS, UMA ESTRATÉGIA PARA CONSERVAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS SILVESTRES AMEAÇADAS

ALTA FLORESTA – MT

2013

1. INTRODUÇÃO

As estratégias de desenvolvimento econômico e a negligência na implementação dos regulamentos de proteção florestal são as principais pressões sobre os recursos florestais. As florestas são essenciais para a manutenção da diversidade biológica. Estima-se que as florestas naturais abriguem metade de toda a diversidade biológica do mundo e, assim, elas contam com uma diversidade de espécies e endemismo maior do que qualquer outro tipo de ecossistema. As florestas tropicais são particularmente ricas (CIFOR e outros, 1998).

Em todo o mundo, a sociedade e o poder público vêm se mobilizando para criar mecanismos que garantam a conservação da diversidade biológica (biodiversidade em sua forma contraída). Nesse sentido, foi realizada no Rio de Janeiro em 1992, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, tendo como resultado, a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), que é um compromisso pela conservação da diversidade biológica. Nesse documento, diversidade biológica é definida como “a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas”.

A fragmentação florestal exacerba os impactos do desmatamento e da degradação florestal sobre a biodiversidade, já que impede as rotas migratórias e facilita o acesso de seres humanos para uma maior exploração e a entrada de espécies invasoras (UNDP, UNEP, World Bank e WR, 2000). As florestas primárias remanescentes precisam ser identificadas, mapeadas, conservadas e restauradas. Nos trópicos, onde a maior parte das florestas remanescentes é de origem natural, iniciativas de conservação associadas à restauração florestal e ao desenvolvimento de comunidades locais que vivem nas florestas ou próximas a elas podem ser bem-sucedidas em atingir a meta de conservação da diversidade biológica, apesar da pressão imposta pelo aumento da população.

No Brasil, a conseqüente fragmentação de paisagens por estas atividades constitui uma das mais marcantes interferências ambientais causadas pelo homem. Este processo teve início com a colonização, sendo intensificado neste último século. O uso e a ocupação desordenada tal como tem ocorrido, em todo território brasileiro tanto para exploração agrícola como para expansão de áreas urbanas e industriais tem acarretado preocupações com o uso dos recursos naturais por estas e pelas futuras gerações para a sociedade como um todo (Barbosa & Mantovani, 2000).

O estabelecimento de áreas florestais protegidas é uma das chaves para a proteção da diversidade biológica mundial. Estima-se que 12% das florestas do mundo tenham sido declaradas áreas protegidas. As Américas contam com a maior proporção de florestas na condição de áreas protegidas, correspondendo a cerca de 20%. No entanto, o que realmente conta é a eficácia da gestão florestal. Em muitas partes do mundo, há uma forte tendência à instituição de “parques de papel”, cuja existência é em grande parte teórica e que não se reflete em reservas de conservação reais, que sejam substanciais e duráveis (Vancly e outros, 2001). Além disso, as áreas que efetivamente existem estão sob crescente pressão de outros usos da terra.

2. CONTEXTUALIZAÇÃO

2.1 Recuperação e restauração

As várias ações destinadas à recuperação de áreas degradadas se distinguem menos pelas técnicas do que pelos termos adotados para denominá-las. Na literatura, pode-se encontrar desde o mais comumente usado, recuperação, até o mais recentemente proposto, restauração, passando por reabilitação, revegetação e recomposição. Esses termos são bastante utilizados para referir-se às práticas de recuperação e estão definidos na Tabela, que também resume os objetivos de cada prática.

Termos usados na recomposição de áreas degradadas:

Termo Objetivo

Recuperação: Restabelecimento da estrutura e da produtividade em uma área degradada usando espécies arbóreas nativas e exóticas. Nesse caso, os benefícios seriam mais de caráter socioeconômico ou teriam um aspecto mais funcional (função protetora do ecossistema), como o controle de processos erosivos em uma bacia hidrográfica.

Reabilitação: Restabelecimento da estrutura, da produtividade e de alguma, mas não necessariamente toda, diversidade vegetal e animal originalmente existente. Ressalte-se que por razões econômicas ou mesmo ecológicas podem ser usadas espécies exóticas. Ao longo do tempo, a função protetora e os serviços ecológicos da floresta original podem ser restabelecidos.

Restauração: Restabelecimento da estrutura, produtividade e diversidade de espécies da floresta original. No médio e longo prazo, processos e funções ecológicas devem se assemelhar aos da floresta original. Para tal, é necessária a existência de remanescentes que abriguem um número significativo de espécies animais e vegetais nativas e que funcionem como um sistema de referência para a área a ser restaurada.

Fonte: Modificado de Lamb & Gilmour (2003).

À parte das definições apresentadas, o que parece mais sensato é estabelecer, como meta da restauração, o restabelecimento da estabilidade e da integridade ecológica de um ecossistema degradado, não definindo previamente um ecossistema ‘produto’, até porque os rumos

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