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Café

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Por:   •  21/9/2013  •  2.832 Palavras (12 Páginas)  •  479 Visualizações

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CAFÉ

1. Histórico e características gerais do Café

O café passou a ter importância a partir de 1927 quando se registra a exportação de 13 sacas de café, apesar de estar presente em nossa economia desde 1821.

A classificação tornou-se necessária a fim de estabelecer condições justas para aferir preço aos produtos disponíveis nos portos brasileiros. A primeira referência que se tem notícia no Brasil para a classificação de café “data de 6 de março de 1836, quando o presidente da Província do Rio assina a regulamentação da Lei nº 33, (...) cujo artigo VII diz: O café será qualificado em três qualidades a saber: primeira sorte, segunda sorte e escolha. A primeira sorte será de grão chumbados, com algumas pintas ou quebras. A segunda, de grãos muito desiguais ou esbranquiçados. A terceira é constituída apenas de escolha ou restolho”.

A regulamentação só surgiu a partir de 1872, com o parecer da Associação Comercial do Rio de Janeiro, exarado em 23 de outubro daquele ano. A partir de 1 de julho de 1873, fixou em 60kg o peso de uma saca de café.

A primeira tabela que estabeleceu uma definição dos tipos possíveis de serem medidos e expressos em algarismos para os cafés brasileiros foi instituída pela Bolsa de Nova York no final do século XIX. Inicialmente dividia o café em 9 tipos. Porém, nas duas primeiras décadas do século XX, o governo americano suprimiu a entrada dos tipos 9 e 10. Em função dessa atitude do mercado americano, que nesse período já era o maior mercado consumidor de café, originou-se possivelmente a motivação do governo brasileiro proibir o transporte, comércio e a exportação de café inferior ao tipo 8, conforme Decreto-Lei nº 19.318, de 27 de março de 1930.

Com a "quebra" da Bolsa de Valores americana em 1929, o Brasil teve a primeira grande crise de superprodução do café, tendo que o governo brasileiro promover a queima de estoques para tentar segurar os preços. Nos finais da década de 1930, o Brasil tinha-se visto a braços com outro excedente de produção que foi resolvido com ajuda da Nestlé, quando esta inventou o café instantâneo.

A economia cafeeira em São Paulo foi o grande motor da economia brasileira desde a segunda metade do século XIX até a década de 1920. Como o Brasil detinha o controle sobre grande parte da oferta mundial desse produto, podia facilmente controlar os preços do café nos mercados internacionais, obtendo assim lucros elevados. O maior problema deste sistema econômico era que, sendo o Brasil um país abundante em terras disponíveis para a agricultura e em mão-de-obra sub empregada, os lucros obtidos incentivavam novas inversões de capitais no setor, elevando gradualmente a oferta de café a ser exportado. Por outro lado, a demanda mundial de café tinha a característica de ser inelástica em relação ao preço e à renda dos consumidores, isto é, o seu crescimento dependia fundamentalmente do crescimento populacional dos países consumidores. Assim, tinha-se uma situação de crescimento da oferta de café muito superior ao crescimento de sua demanda, indicando uma tendência estrutural de baixa de preços no longo prazo.

As tabelas de equivalência dos defeitos e classificação por tipo que atualmente são adotadas foram reconhecidas, primeiramente, pelo Decreto nº 18.796, datada de 11 de maio de 1929 e, a seguir, pelo Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio nº 24.541, de 3 de julho de 1934, revogado pelo Decreto nº 27.173, de 14 de setembro de 1949. Pela Lei nº 1.779 de 1952, foi criado o Instituto Brasileiro do Café - IBC, extinto em 1989 durante o governo Collor.

O IBC foi criado com o objetivo de definir a política para o setor, coordenar e controlar estratégias, desde a produção até a comercialização interna e externa, o IBC também ofereceu assistência técnica e econômica à cafeicultura e promoveu estudos e pesquisas em prol da cultura e da economia cafeeira. O Instituto também foi o gestor do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), instituído em 1986 com recursos provenientes de cotas de contribuição sobre exportações de café, para financiar a produção e novas pesquisas.

Com a extinção do IBC, em 1990, as instituições que trabalhavam com café sentiram a necessidade de se organizarem e terem um direcionamento em suas atividades de pesquisa para otimização dos resultados. Assim foi criado, em 1996, o Conselho Deliberativo de Política do Café (CDPC), vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O CDPC tem a finalidade de formular as políticas públicas concernentes à produção, comercialização, exportação e marketing , bem como de estabelecer um programa de pesquisa agronômica e mercadológica para dar suporte técnico e comercial ao desenvolvimento da cadeia agroindustrial do café.

Em 1997, foi criado o Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (CBP&D/Café), hoje Consórcio Pesquisa Café, com o objetivo de planejar e executar as pesquisas. Para coordenar a implementação e execução do Programa Pesquisa Café e sistematizar e organizar, no âmbito do Governo Federal, as ações de promoção e execução de atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D) com café no Brasil, foi criada em 30 de agosto de 1999, o Serviço de Apoio ao Programa Café (SAPC), Unidade Descentralizada da Embrapa criada com o nome síntese “Embrapa Café”.

O café é, atualmente, a bebida artificial mais consumida no mundo, sendo servidas cerca de 400 bilhões de xícaras por ano.

Inúmeras ferrovias e estradas foram abertas para o escoamento da produção cafeeira até os portos de Santos e do Rio de Janeiro. Nas proximidades dessas estradas, começaram a se desenvolver aglomerados urbanos, embriões de grandes cidades da atualidade.

2. O Café no Estado do Espírito Santo

O cultivo dos cafezais capixabas, iniciou-se sob influencia do Rio de janeiro na metade do século XIX. O café chegou em terras capixabas pelo sul e com o decorrer dos anos a cafeicultura foi se consolidando como atividade econômica para o estado, consequentemente, para o Brasil.

Naquele período o café, mostrava vantagens comparativas conquistando, progressivamente, áreas antes cultivadas com cana-de-açúcar. Toda a estrutura produtiva canavieira foi reproduzida nos cafezais: monocultura e regime escravocrata.

A expansão da cafeicultura foi rápida, pois em 1850 já era notável a importância da cultura no setor econômico capixaba. Graças a ela, foram surgindo estradas de rodagem, navegação interprovincial, construção de ferrovias, crescimento

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