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Concepção De Criança, Infância E Linguagens

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Por:   •  13/9/2014  •  686 Palavras (3 Páginas)  •  585 Visualizações

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Concepção de Criança, Infância e Linguagens

Tanto a concepção de criança quanto a de infância, assim como a construção de qualquer conceito subjetivo, são elaboradas a partir da visão de mundo de uma sociedade, sendo assim um produto histórico e cultural (FRANCO, 2006). Portanto, não há como elaborar um só conceito sobre o que seja criança e infância. Estas concepções se modificam de acordo com o tempo e o espaço.

Até o final da Idade Média, a sociedade não identificava a infância como um período de vida próprio dos homens, pois a criança era classificada como um “adulto em miniatura”. À vista disso, a maneira de se vestir, as conversas, os jogos e o trabalho realizado pelas crianças não a diferenciava do “mundo” dos adultos. A partir da Idade Moderna, iniciaram-se algumas rupturas em relação às formas como as pessoas enxergavam, cuidavam e se relacionavam com as crianças. As concepções sobre a criança modificaram-se profundamente no passar do século XVIII, consequência de um longo processo social. Se anteriormente a criança era reconhecida e titulada como um “adulto em miniatura”, nesse momento histórico ela é percebida com um ser especifico. De acordo com Áries (1981, p. 278),

A família moderna retirou da vida comum não apenas as crianças, mas uma grande parte do tempo e da preocupação dos adultos. Ela correspondeu a uma necessidade de intimidade, e também de identidade: os membros da família se unem pelo sentimento, o costume e o gênero de vida.

A concepção de infância vai sendo transformada assim que a sociedade passa a enxerga-la como um individuo que pertence à mesma, que está incorporada em sua cultura e tem sua própria voz. Isto porque que a compreensão de infância está unida à cultura em que vivemos, a sociedade que os adultos elaboraram para as crianças e como um ser moldado pela cultura vive as influências de cada época. Segundo Paula (2005),

Com o estabelecimento de uma nova ordem política, social e econômica, impulsionada por diversos fatores dentre os quais o capitalismo industrial, o neoliberalismo e suas consequências (migrações, surgimento da família nuclear e burguesa, adstrição da criança à família e ideia de escola), ocorreram transformações que influenciaram a organização da estrutura familiar e, consequentemente a vida das crianças. (p.1)

A partir dessa nova estrutura social, a criança passa a ser vista como um ser despreparado e desta forma surge à necessidade de escolarização e de prepara-la para o futuro. Sobre essas mudanças, é notável na contemporaneidade, que a concepção de criança esta ligada a um ‘‘vir a ser’’, ou seja, apesar da criança já ser considerada um sujeito ativo e produtor de cultura ainda se anseia o preparo destas para o futuro desconsiderando o presente. Na atualidade, a escola tem como objetivo formalizar a inclusão da criança na sociedade e em sua cultura. E uma parte desse processo é a introdução da escrita, então a criança pode ser inserida ao mundo letrado dos adultos.

Porém a supervalorização do mundo letrado ocultam as diversas linguagens que criança aprende, sente e vive o mundo. No decorrer da construção do conhecimento a criança exercita a capacidade de construir possibilidades sobre aquilo que quer aprender, com a linguagem

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