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Construção do Saber Cap I e II Resumo

Por:   •  20/9/2018  •  Resenha  •  5.490 Palavras (22 Páginas)  •  2.572 Visualizações

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LIVRO: CONSTRUÇÃO DO SABER, A - MANUAL DE METODOLOGIA DA PESQUISA EM CIÊNCIAS HUMANAS

LAVILLE, CHRISTIAN; DIONNE, JEAN;

RESUMO DOS CAPÍTULOS I E II

ALUNOS: OZAEL E ADRIANO                              Natal-RN, 04 Set 2018

Capítulo I: O Nascimento do Saber Científico

Neste Capítulo, os autores, Christian Laville e Jean Dionne procuram responder à questão: “Como hoje concebemos as ciências humanas e a pesquisa em ciências humanas?”, tratando inicialmente do modo como a necessidade de conhecer metodicamente impôs-se à humanidade; em seguida, abordando as circunstâncias e as modalidades que impuseram às ciências humanas a surgirem, há um século antes, numa forma científica, e como foi concebido seu método, a exemplo do que se impôs às ciências da natureza.

1. OS SABERES ESPONTÂNEOS

O homem pré-histórico construía seu saber a partir de suas observações e experiências pessoais. O “acender o fogo” foi aprendido e pôde ser reutilizado, facilitando a vida difícil e complexa da época.

Percebe-se que muitos conhecimentos são adquiridos assim a partir da experiência. A criança que se queima ao tocar no fogão aceso, aprende que é quente. E torna-se uma consequência para comportamentos futuros.

a. Intuição

Um saber, construído dessa forma acima citada, é aceito assim que uma primeira compreensão vem à mente. Um exemplo dado pelos autores foi o da observação que o sol nasce todos os dias de um lado da terra e se põe do outro, levando o homem a pensar por muito tempo que o Sol girava em torno da Terra. Essa compreensão durou séculos com esta única prova, a simples observação.

Na linguagem atual, conhecimentos espontâneos como este são chamados de “senso comum” ou “bom-senso”. O alerta dos autores é enfático, “o senso comum é, com frequência, enganador”, porém não deixa de produzir saberes que, como os demais, servem para a compreensão de nosso mundo e de nossa sociedade e para nela viver com o auxílio de explicações simples e cômodas, embora tenhamos de desconfiar delas, para não se tornarem obstáculos à construção do saber adequado.

b. A tradição

Quando se tem como suficientes as explicações, deseja-se divulgá-las. É desse modo que se elabora esse princípio de transmissão do saber.

Este saber “dita o que se deve conhecer, compreender, e indica, por consequência, como se comportar. Diz, por exemplo, qual é o melhor momento para semear o campo, para lançar sua rede; ensina quais são as regras básicas de convivência, como curar tal ou tal doença; pode chegar a desaconselhar a ingestão de leite com manga, como em algumas regiões do Brasil, ou afirmar que um dente de alho acaba com a gripe...”

c. A autoridade

Com frequência, autoridades se encarregam da transmissão da tradição. Assim, a Igreja Católica criou regras para o casamento (uniões proibidas entre primos, proclamas, declarações de impedimentos conhecidos) tendo como objetivo prevenir as uniões incestuosas e inclusive consanguíneas. Impõe sua autoridade aos fieis por meio dos preceitos ensinados pelo clero. Todas as religiões transmitem, portanto, sua autoridade através de saberes que guiam a vida de seus fiéis sem que seu sentido ou origem sejam sempre evidentes.

2. SABER RACIONAL

Muito cedo, o ser humano desenvolveu o desejo de saber mais e de dispor de conhecimentos metodicamente elaborados e, portanto, mais confiáveis. Mas a trajetória foi longa entre esses primeiros desejos e a concepção do saber racional que acabou se estabelecendo, no Ocidente, ha apenas um século, com uma forma dita científica.

a. O Reino dos Filósofos

Num apanhado histórico indo da Grécia Antiga ao “século das luzes”, os autores fazem um resumo de como a humanidade chegou aos fundamentos do método científico em sua forma experimental, surgindo a noção de leis da natureza e a ideia de que ciência tem objetivo definir suas leis.

b. A ciência triunfante

Com múltiplas aplicações, os princípios da ciência experimental se desenvolvem acentuadamente no século XVIII . As descobertas são muitas no campo dos conhecimentos de natureza física, porém no domínio das ciências humanas, o procedimento especulativo dos filósofos predomina. O que não impede que façam grandes reflexões sobre a condição do homem social e gozem de uma considerável influência na sociedade, particularmente junto às classes dominantes.

 c. As ciências humanas e o positivismo

Seguindo o modelo das ciências da natureza, as ciências humanas desenvolvem-se durante a segunda metade do século XIX. Até então, o estudo do homem social havia permanecido entre os filósofos, do qual trataram, muitas vezes, de maneira brilhante. As ideias da concepção das sociedades e de seu governo - universalidade dos direitos, igualdades, liberdades sociais e econômicas, contrato social entre os dirigentes e os povos, livre arbítrio - foram adotadas por numerosos dirigentes e, sob a influência da classe burguesa, conduziram inclusive grandes revoluções, sobretudo na América e na França.

 O método empregado no campo da natureza parece tão eficaz que não se vê razão pela qual também não se aplicaria ao ser humano. E com esse espírito e com essa preocupação que se desenvolveram as ciências humanas na segunda metade do século XIX, portanto, inserida no contexto da concepção do positivismo, cujas principais características são:

- Empirismo: o conhecimento positivo parte da realidade como os sentidos a percebem e ajusta-se a realidade.

- Objetividade: o conhecimento positivo deve respeitar integralmente o objeto do qual trata o estudo; cada um deve reconhecê-lo tal como é. O sujeito conhecedor (o pesquisador) não deve influenciar esse objeto de modo algum; deve intervir o menos possível e dotar-se de procedimentos que eliminem ou reduzam, ao mínimo, os efeitos não controlados dessas intervenções.

- Experimentação: o conhecimento positivo repousa na experimentação. A observação de um fenômeno leva o pesquisador a supor tal ou tal causa ou consequência: é a hipótese. Somente o teste dos fatos pode demonstrar sua precisão.

- Validade: a experimentação é rigorosamente controlada para afastar os elementos que poderiam perturbá-la, e seus resultados, graças às ciências matemáticas, são mensurados com precisão. A ciência positiva é, portanto, quantificativa. Isso permite, se se chega às mesmas medidas reproduzindo-se a experiência nas mesmas condições, concluir a validade dos resultados e generaliza-los.

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