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Covardia

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Por:   •  28/10/2013  •  Seminário  •  524 Palavras (3 Páginas)  •  345 Visualizações

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“Ofereço minha língua, para que passem os selos!” Esta foi a resposta dada, em meio ao contexto da Segunda Guerra Mundial, pelo renomado cientista Albert Einstein quando questionado por um repórter a respeito do que ele teria a oferecer à população americana em troca da paz. Einstein, diante da utilização da energia nuclear por ele desenvolvida para a construção de bombas nucleares pelos americanos, incentivou a população americana a enviar cartas – utilizando sua língua para colar os selos – ao então presidente Truman para que o país abortasse o uso dessa forma energia para tais fins. Cabe questionar, entretanto, a validade da atitude tomada pelo cientista e quais outras possíveis medidas poderiam ter sido tomadas naquele momento histórico.

Ao ser subsidiado pelo Ministério da Defesa americano, Einstein tinha conhecimento da intenção do país de utilizar a energia nuclear para fins militares. O que talvez o cientista não tivesse consciência era da amplitude de destruição desse uso. Assim, diante do desencadeamento da Segunda Guerra Mundial e do intuito norte-americano de utilizar tais conhecimentos para a fabricação de bombas extremamente destruidoras e devastadoras, Albert Einstein sentiu-se responsável e talvez até arrependido por ter contribuído para o projeto nuclear, assumindo ter sido esse o maior erro de sua vida. Dessa forma, passou a estimular a população americana a enviar cartas ao presidente a fim de que o país findasse os ataques nucleares.

Todavia, consciente, então, dos poderes destrutivos da bomba nuclear após a explosão da bomba denominada “Little Boy”, na cidade japonesa de Hiroshima, Einstein poderia, além de ter estimulado a opinião pública a pressionar o governo por meio de cartas, devido à enorme relevância da situação, ter proposto manifestações populares nas ruas, as quais causariam maior repercussão e, possivelmente, por serem uma atitude mais efetiva e de efeitos mais instantâneos, teriam influenciado nas decisões do governo norte-americano. Além disso, caberia ao cientista, com o prestígio que possuía, ter influenciado a comunidade científica, pedindo auxilio para que esta também se posicionasse acerca do uso nuclear, expondo a todos os efeitos imediatos e em longo prazo causados pela bomba, que vão desde a morte pela explosão até a herança cancerígena que perdura ao longo das gerações. Ademais, o prestígio de Albert Einstein poderia ter sido emprestado contra o uso da energia nuclear, adotando um discurso e uma posição mais explícita dele como pessoa diante de tal problemática, dirigindo-se ele próprio aos políticos e aos militares do Ministério da Defesa que subsidiavam a pesquisa nuclear.

Questiona-se, então, como um homem que teve de renunciar à sua cidadania alemã e abandonar seu país de origem devido à ascensão do nazismo ao poder com Adolf Hitler que destruiu parte da nação judaica, pode assumir uma posição pouco incisiva no combate ao uso de armas que causariam um enorme prejuízo a outra nação. O cientista, inclusive, escreveu uma carta para o seu amigo, o físico Max Born, na qual desabafava a respeito do governo nazista: “Eu devo confessar que o grau da brutalidade e covardia deles chegou como uma surpresa”. Após ter vivido tal experiência, admira-se que um gênio como Einstein não tenha dispensado maiores esforços no combate a um novo exemplo de covardia.

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