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De Machado De Assis à Sua Empresa

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Por:   •  6/11/2014  •  Artigo  •  455 Palavras (2 Páginas)  •  121 Visualizações

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De Machado de Assis à sua Empresa

O problema do nível.

Dias atrás, li uma matéria¹ a respeito de um projeto, apresentado ao Ministério da Cultura, denominado “Os clássicos e a leitura”, cuja ideia central é facilitar o entendimento de obras literárias de grandes escritores brasileiros. A autora do projeto e escritora Patricia Secco, que atualmente trabalha em uma versão “descomplicada” do conto “O Alienista”, escrito em 1882 por Machado de Assis, fará alterações sintáticas, gramaticais, de vocabulário e linguagem, a partir das obras originais, visando uma a leitura mais simples e compreensível.

Ao ler a notícia, lembrei-me de quando, ainda na infância, lia algum livro ou outra coisa qualquer, desconhecia algumas palavras e de pronto perguntava à minha mãe o significado, ao que ela me respondia:” pegue o dicionário e procure!” Nunca cheguei a agradecê-la por isso, mas hoje digo aqui, para ela e para todos que estão lendo: obrigado mãe, pois hoje posso ler qualquer livro, por mais complexo que seja sua linguagem, e tendo dúvidas, lembro-me de sua orientação; obrigado mãe, por ter me “ensinado a pescar”!

Além da gravidade da questão ética em alterar o peso do palavreado de Machado de Assis em suas obras, me brotou na mente uma correlação entre o modo de pensar da escritora Patrícia e infelizmente também de nosso governo e de grande parte do empresariado brasileiro, que ao invés de contribuir com o desenvolvimento pessoal e profissional, aumentando o conhecimento de pessoas inábeis, tendem apenas a prover tão somente o necessário para que estas continuem suas vidas e atividades, sem qualquer crescimento intelectual e cultural.

Trata-se um despropósito, um pensamento nefasto, pobre e mesquinho de nivelar pessoas por baixo, “dar o peixe ao invés de ensinar a pescar”, fazer com que permaneçam medíocres e portanto controláveis. Penso que companhias podem perder muito por reter informações e não contribuir para a guinada profissional de seus colaboradores, com receio destes mudarem de emprego levando consigo o conhecimento ou até mesmo tornarem-se concorrentes. Há que se refletir, que além de obter rendimentos e dominar o mercado, é preciso contribuir com o papel social, para a coletividade crescer, ter inteligência e autonomia.

Uma vez que não é permitido o desenvolvimento exponencial de colaboradores dentro das empresas, ou seja, sem profissionais arrojados de ponta, cabe lembrar que criar um diferencial competitivo em serviços e produtos no mercado, acaba sendo um processo intricado, o que contrapõe-se diretamente ao aumento de lucros. Numa escala maior, há a possibilidade de que grandes mudanças aguardadas pela sociedade civil, no âmbito político e administrativo em todas as esferas de poder do país, iniciem-se a partir dessa difusão de conhecimentos dentro das corporações, uma vez que o cenário educacional provido pelo governo não contribui fortemente para tais transformações.

Convido todos a esta reflexão.

Referências:

¹http://entretenimento.uol.com.br/noticias/redacao/2014/05/08/projeto-para-descomplicar-machado-gera-racha-ate-entre-escritores.htm

http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/tag/patricia-secco/

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