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Desenvolvimento Economico Do Brasil

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Por:   •  7/5/2014  •  1.525 Palavras (7 Páginas)  •  1.566 Visualizações

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03 - Com relação ao que foi estudado, procure listar os fatores principais que fazem com que o Brasil continue classificado entre os países com os piores níveis de distribuição de renda do mundo.

No Brasil, a rápida evolução industrial e o inchaço dos centros urbanos que se deu entre os anos 1950 e 1980 não acompanhou, como em outros países, de uma preocupação sistemática dos governos com a fixação de uma parcela da população no campo por meio de reforma agrária ou de políticas bem articuladas de seguridade social. Um segmento importante, em torno da metade da população economicamente ativa, seguiu sem emprego formal e, portanto, excluída dos benefícios que os trabalhadores com carteira assinada recebem do sistema de proteção social, como seguro-desemprego, aposentadoria entre outros mecanismos que regulam as relações trabalhistas, reforçados com a Constituição de 1988. Nessa perspectiva, a crise do emprego no Brasil se tornou um problema econômico crônico de sua economia a partir da recessão do início de 1980. A interrupção na década de oitenta, de uma longa história de crescimento que caracterizava o Brasil, é resultado de um amplo conjunto de causas entre as quais, o peso insustentável da dívida externa, o imobilismo gerado por uma excessiva proteção à indústria nacional, o fracasso dos programas de estabilização no combate à inflação e o esgotamento de um modelo de desenvolvimento, baseado fundamentalmente na intervenção generalizada do Estado na economia, esgotamento esse assente na crise do Estado brasileiro que diminuiu sensivelmente a sua capacidade de investimento, retirando-lhe o grande papel de principal promotor do desenvolvimento. Assim é que, em razão da crise nacional que se segue, emerge uma questão política básica, que é a de que nos anos oitenta, o Brasil perdeu o controlo do seu destino. Três fatores contribuíram decisivamente para isso, frustrando os intentos de colocar o país na trajetória do progresso e da modernidade: a dívida externa, as elevadas taxas de inflação e uma profunda crise do Estado. Embora variem os graus de relevância destes três fatores, eles estiveram sempre presentes na conjuntura da crise.

São diversos os fatores que contribuem para a classificação do Brasil entre os países com os piores níveis de distribuição de renda do mundo, como as políticas públicas de combate à pobreza e à desigualdade não são suficientemente efetivas para a reversão das mazelas sociais; menos de 10% da população adulta têm Ensino Superior no Brasil, frente à cerca de 25% nos países avançados (segundo dados do IBGE e OCDE); o seguro-desemprego não contempla a massa de trabalhadores informais e tem duração e remuneração muito limitadas em nosso país; e a falta de investimentos no setor de saúde pública mantém o Brasil distante dos níveis adequados em uma série de indicadores da Organização Mundial de Saúde. Assim, o acesso à saúde ou à educação é extremamente desigual: quanto mais rica a pessoa maior a possibilidade de acesso a serviços de qualidade. A expansão da rede privada de saúde e de educação básica e fundamental se acompanhou de um sucateamento do serviço público nesses setores, ampliando consequentemente as desigualdades. A locomoção nas grandes cidades brasileira é outro exemplo de manifestação das desigualdades em uma esfera não monetária. As pessoas de maior poder aquisitivo se utilizam de transporte individual, enquanto que os mais pobres vão de transporte coletivo, em geral, lento, poluidor e desconfortável. Assim, a desigualdade na utilização de meios de locomoção traz impactos diferenciados sobre o bem-estar dos indivíduos, prejudicando uma vez mais os desfavorecidos.

Um problema importante para entender a persistência de altos níveis de desigualdade no País é o caráter regressivo de nossa estrutura tributária, taxando relativamente mais os mais pobres com impostos indiretos e exigindo pouca contribuição das camadas mais abastadas, quando o contrário se observa nos países mais desenvolvidos. A problemática distributiva do Brasil é resultado de longo processo de exclusão e não de um caráter conjuntural da economia. Isso explica em parte a gravidade da crise social que enfrentamos nos dias atuais.

04 - Que fatores levaram ao descontrole inflacionário no final de 1980, início dos 1990?

A inflação torna-se um problema quando ela assume um patamar tal que tanto as decisões de investimento dos empresários como as decisões de consumo dos trabalhadores são afetadas. Há, contudo, uma grande controvérsia entre economistas brasileiros a respeito do nível a partir do qual a inflação deve ser objeto de preocupação dos governos. Certamente, uma inflação de 30% ao mês é um grave problema para qualquer economia. A hiperinflação registrada no País entre meados dos anos 1980 e princípios dos anos 1990 encontra poucos casos semelhantes tanto por conta de seu longo período de duração como pelas taxas elevadíssimas que se observaram. A aceleração da inflação durante este período está fortemente associada à crise fiscal e à dívida externa, mas é o conflito distributivo, que caracteriza uma economia em que a renda é fortemente concentrada, a causa fundamental dessa inflação e da sua aceleração.

É importante mencionarmos também que a estratégia de crescimento com forte endividamento externo do governo militar foi um dos fatores determinantes da aceleração inflacionária dos anos 1980. O desencadeamento de uma crise internacional, após sucessivos choques nos preços do petróleo e rápidos aumentos das taxas de juros nos EUA, a crise do balanço de pagamentos obrigou o governo brasileiro a realizar maxidesvalorizações no câmbio no início de 1980, aumentando o ritmo da inflação. No início de 1980, quando um novo processo de rápida elevação de preços estava em andamento, a correção monetária surtiu o efeito contrário, alimentando a espiral inflacionária. A leitura que se fazia à época

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