TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Direito: Origem, Significados E Funções

Ensaios: Direito: Origem, Significados E Funções. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  7/12/2014  •  1.107 Palavras (5 Páginas)  •  1.230 Visualizações

Página 1 de 5

“O direito, assim, de um lado, protege-nos do poder arbitrário, exercido à margem de toda regulamentação, salva-nos da maioria caótica e do tirano ditatorial, dá a todos oportunidades iguais e, ao mesmo tempo, ampara os desfavorecidos. Por outro lado, é também um instrumento manipulável que frustra as aspirações dos menos privilegiados e permite o uso de técnicas de controle e dominação que, por sua complexidade, é acessível apenas a uns poucos especialistas.” (p.9-10)

“O autor observa que ao direito vincula-se a uma série de símbolos, algunsmais eloquentes, outro menos, e que antecederam a própria palavra.” (p.10)

“A palavra direito, em português, guardou, porém, tanto o sentido do jus como aquilo que é consagrado pela Justiça (em termos de virtude moral), quanto o de derectum como um exame de retidão da balança, por meio do ato da Justiça (em termos do aparelho judicial).” (p.11)

1.2 Busca de uma compreensão universal; concepções de língua e definição do direito

“Os juristas sempre cuidam de compreender o direito como um fenômeno universal.” (p.12)

“Em geral, o que se observa é que grande parte das definições (reais) do direito, isto é, do fenômeno jurídico em sua ‘essência’, ou são demasiado genéricas e abstratas e, embora aparentemente universais, imprestáveis para traçar-lhe os limites, ou são muito circunstanciadas, o que faz que percam sua pretendida universalidade.” (p.13)

“Definições lexicais admitem, pois, os valores verdadeiro/falso. Nem sempre, porém, uma palavra se presta à definição desse tipo. Ou porque o uso comum é muito impreciso, ou porque é imprestável, por exemplo, para uma investigação mais técnica. Nesses casos, podemos definir de forma estipulativa, isto é, propomos um uso novo para o vocábulo, fixando-lhe arbitrariamente o conceito.” (p.14)

“Quando essa estipulação, em vez de inovar totalmente, escolhe um dos usos comuns, aperfeiçoando-o (norma como prescrição de um comportamento dotado desensação), então falamos em redefinição (Lantella, 1979:33). As estipulações e as redefinições não podem ser julgadas pelo critério da verdade, mas por sua funcionalidade, o que depende, obviamente, dos objetivos de quem define. Assim, uma redefinição ou estipulação do que se entenda por ‘justiça’ será funcional ou não, conforme o objetivo do definidor seja atendido.” (p.14)

“Contudo, tendo em vista a carga emotiva da palavra, é preciso saber que, qualquer definição que se dê de direito, sempre estaremos diante de uma definição persuasiva (Stevenson, 1958:9). Isso porque é muito difícil, senão impossível, no plano da prática doutrinária jurídica, uma definição neutra, em que a carga emotiva tivesse sido totalmente eliminada.” (p.16)

“Como a língua é um fenômeno comunicativo, mesmo que tentássemos uma tal definição, a discussão teórica acabaria por restabelecer aquela carga em que pese a intenção de seu proponente. Assim, o máximo que obteremos é redefinir o significado do termo direito, procurando mante intacto seu valor emotivo.” (p.16)

1.3 Problema dos diferentes enfoques teóricos: zetético e dogmático

“Uma comunicação tem sentido informativo quando utiliza a linguagem para descrever certo estado das coisas. Tem sentido diretivo quando a língua é utilizada para dirigir o comportamento de alguém, induzindo-o a adotar uma ação.” (p.17)

“Zetética vem de zetein, que significaperquirir, dogmática vem de dokein, que significa ensinar, doutrinar. O enfoque dogmático revela o ato de opinar e ressalva algumas das opiniões. O zetético, ao contrário, desintegra, dissolve opiniões, pondo as em dúvida. Questões zetéticas têm uma função diretiva explícita e são infinitas. Questões dogmáticas têm uma função diretiva explícita e são finitas. Nas primeiras, o problema tematizado é configurado com um ser (que é algo?). Nas segundas, a situação nelas captada configura-se como um dever-ser (como deve-se algo?). Por isso, o enfoque zetético visa saber o que é uma coisa. Já o enfoque dogmático preocupa-se em possibilitar uma decisão e orientar a ação.” (p.18)

“No plano das investigações zetéticas, podemos dizer, em geral, que elas são constituídas de um conjunto de enunciados que visa transmitir, de modo altamente adequado, informações verdadeiras sobre o que existe, existiu ou existirá. Esses enunciados são, pois, basicamente, constatações.” (p.19)

“Enquanto, porém, a zetética deixa de questionar certos enunciados porque os admite como verificáveis e comprováveis, a dogmática não questiona suas premissas, porque elas foram estabelecidas (por um arbítrio, por um ato de vontade ou de poder) como inquestionáveis.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (7.8 Kb)  
Continuar por mais 4 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com