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Elaine Teixeira

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Por:   •  6/5/2013  •  1.966 Palavras (8 Páginas)  •  921 Visualizações

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GASTO E CONSUMO DAS FAMILIAS BRASILEIRAS NOS ÚLTIMOS DEZ ANOS.

O consumo das famílias desacelerou em 2012 no Brasil. A alta de 3,1% no ano passado em relação a 2011 foi o pior resultado desde 2003, quando o indicador teve queda de 0,8%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2011, o consumo das famílias cresceu 4,1%; em 2010, foi de 6,9%; e, em 2009, ano da crise financeira internacional, subiu 4,4%.

Por sua vez, o crescimento da renda dos trabalhadores no País mantém o avanço no setor de serviços, segundo Roberto Olinto Ramos, coordenador de Contas Nacionais do IBGE. O PIB de serviços teve expansão de 2,2% no quarto trimestre de 2012, em relação ao quarto trimestre de 2011.

A alta foi puxada pelos segmentos de outros serviços, com aumento de 3,8% no período, além de serviços de informação (1,3%) e administração, saúde e educações públicas (2,5%). "Os outros serviços são os serviços prestados às famílias e serviços prestados às empresas, como advocacia, cabeleireiro, pedi cure, serviços de segurança, vigilância e empregada domestica", citou Olinto Ramos.

Houve expansão também no transporte, armazenagem e correio (2,0%), serviços imobiliários e aluguel (1,3%), comércio (1,1%) e intermediação, financeiros e seguros (1,0%). "Os serviços estão fortemente ligados à questão de consumo e da renda das famílias. A renda continua crescendo e isso você vê através do indicador de consumo. O consumo das famílias continua crescendo, e as famílias consomem serviços. A gente ainda tem um crescimento da renda real das famílias", afirmou o coordenador do IBGE.

Segundo ele, a expansão dos serviços de informação está claramente associada ao crescimento real da renda, já que as famílias usam cada vez mais telefonia fixa, móvel, internet e transmissão de dados.

São detalhados, ainda, os gastos com Habitação, Alimentação, Transporte, Saúde, Educação, Impostos, Contribuições trabalhistas, Pagamento de dívidas etc., segundo diferentes faixas de rendimento das famílias. Há comparações com a POF 2002/03 e o Estudo Nacional da Despesa Familiar (ENDEF) 1974/75

O peso dos principais grupos de consumo nas despesas familiares mudou bastante desde os anos de 1970.

A Alimentação, por exemplo, teve queda acentuada entre o ENDEF 1974/75 (33,9%) e a POF 2002/03 (20,8%), mantendo a redução até 2008/09 (19,8%). Na área rural, as participações da Alimentação também foram se reduzindo, respectivamente, de 53,2% para 34,1% e, depois, para 27,6%. Nos mesmos períodos, o peso da Habitação cresceu de 30,4% para 35,5% e, depois, para 35,9%. Sua evolução rural foi mais significativa: de 17,8% (ENDEF 1974/75) para 28,7% (POF 2002/03) e 30,6% (POF 2008/09).

Consumo representa 81,3% das despesas das famílias

As despesas de consumo são o mais importante componente das despesas das famílias e representam 81,3% do total (ou R$ 2 134,77) nacional. O valor médio das despesas de consumo na área rural (R$ 1.220,14) correspondeu a 57,2% da média nacional e a 53% da urbana (R$ 2.303,56).

As despesas de alimentação, habitação e transporte corresponderam a 75,3% da despesa de consumo média mensal das famílias brasileiras, ou a 61,3% da despesa total. Na Alimentação (19,8%) a proporção rural (27,6%) superou a urbana (19%). Na Habitação (35,9%) deu-se o inverso: urbana (36,4%) e rural (30,6%).

Incentivo do Governo Federal para aumentar o consumo, faz crescer também as dívidas impagáveis do consumidor. As facilidades de crédito atraem, mas depois as dívidas acabam se tornando uma bola de neve que não de crescer.

A família brasileira vem ao longo dos anos passando por uma serie de modificações nos seus padrões de vida. Basta lembrar que nos últimos trinta e poucos anos dobrou a população brasileira.

A família pode ser entendida como uma Unidade de Consumo. Esta unidade de consumo tem múltiplos componentes de despesa:

- Alimentação - Tendo em conta as três POFs analisadas verificam-se significativas mudanças de consumo que refletem alterações de hábitos nas famílias brasileiras. Alimentos como o arroz polido, feijão e batata-inglesa tiveram seu consumo reduzido em 46%, 37% e 59%, respectivamente, enquanto outros subiram na preferência dos brasileiros, com o iogurte (cujo consumo aumentou 702%), refrigerante (490%), água mineral (5.694%) e alimentos preparados (216%).

- Habitação - Entre 2008 e 2009, as despesas com habitação responderam pela maior parcela das despesas de consumo das famílias brasileiras, representando 35,9% do total. De acordo com a edição 2008/2009 da POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as despesas com o segmento habitacional deixaram para trás os gastos com alimentação (19,8%) e transporte (19,6%).

- Vestuário – Além da queda do peso dos alimentos no orçamento doméstico, o peso do vestuário também caiu muito. “Isto é recorrente em todas as POFs: uma queda constante do comprometimento do orçamento com gastos de alimentação e vestuário. Isto se deve em grande medida ao efeito preço”, diz Gaiger."Com a queda dos preços, há um aumento da oferta alimentar e uma segmentação do mercado de alimentos. Então, a queda no comprometimento da renda com alimentação não é uma redução no total consumido, porque aumenta a gama de produtos. Outra coisa que se vê na alimentação não está ligada ao preço, más ao próprio funcionamento da sociedade como um todo, com as mudanças na organização das famílias, a maior inserção das mulheres no mercado de trabalho, o crescimento das cidades e o aumento dos custos de transportes, com um aumento muito grande do consumo de alimentos fora de casa", diz. Na POF de 1995-1996, de cada R$ 4 gastos com alimentação, na média R$ 1 era gasto fora de casa. Essa relação caiu de R$ 3 para R$ 1 em 2002-2003. Comparando as regiões metropolitanas, que dá para comparar nas três POFs, entre os 50% mais pobres, o comprometimento do orçamento familiar com alimentos caiu de 36% em 1987-1988 para 28% em 2002-2003. "Aí teve uma discussão: em que medida isso significa uma mudança na qualidade no consumo alimentar? O consumo físico é levantado extradomiciliar e, no caso da POF, se levanta o consumo físico, afora a aquisição. Fora de casa, não dá para fazer isso. Para a próxima pesquisa, o IBGE vai tentar estimar parte da composição nutricional que se realiza fora de casa. Mas, hoje em dia, há maior disponibilidade de aquisição alimentar fora." Gaiger explica que,

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