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Materiais Didáticos Nas Ciências Naturais No Ensino Do PROEJA Segundo Anísio Teixeira E Paulo Freire

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Por:   •  24/8/2013  •  4.590 Palavras (19 Páginas)  •  1.025 Visualizações

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Materiais Didáticos nas Ciências Naturais no Ensino do PROEJA Segundo Anísio Teixeira e Paulo Freire

Alessandra Ferreira

Orientador: Fábio Costa Batista

Resumo

Uma das características do ensino profissional ministrado à população de jovens e adultos diz respeito à parte prática e vivencial atualizada da profissionalização. No PROEJA [Programa de Integração da Educação Profissional ao Ensino Médio na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos] existem muitos desafios, dos quais destacamos dois. Um dos maiores é manter o aluno na escola, o outro é reincluir os estudantes no contexto escolar, favorecendo atualização, principalmente, em relação ao mundo do trabalho. Contra estas necessidades e outras, vêm pesando enormemente o baixo nível de escolarização e o sistema mais tradicional de trabalhar algumas disciplinas, notadamente as de Ciências Naturais: Química, Física, Biologia e Matemática. Para tanto há a necessidade de desenvolver mecanismos para uma melhor aprendizagem, tendo como objetivo em primeiro plano verificar o nível de aceitação do modelo de material didático e metodologias e seus resultados, sejam positivos ou negativos. Para que posteriormente possa ser elaborado um material interdisciplinar e de orientação para os docentes e discentes do PROEJA.

Palavras-chave: PROEJA, Ensino de Ciências, Material didático.

1. Introdução

Quando se fala em escolarização e profissionalização não é possível ignorar a revolução digital, a era de um mundo novo e revolucionário. Como se sabe, toda revolução sugere mudanças, nessas circunstâncias, sociais, políticas, econômicas e educacionais. Uma nova ordem se estabelece, as profissões se modificam e a escola, independentemente de seus objetivos e públicos, precisa acompanhar as transformações.

No caso da formação técnica aliada ao ensino regular de nível médio é preciso compreender que a necessidade não é só integrar conteúdos e rever programas, mas também reconhecer e incorporar novos valores, como por exemplo, o trabalho cooperativo, a intencionalidade à pesquisa escolar – esta tão próxima das exigências do mundo do trabalho – e a utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação.

O Decreto 5.478, de 24 de junho de 2005 definiu que as instituições da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica deveriam instituir o PROEJA, destinando a este Programa no ano de 2006, pelo menos 10% das vagas de ingresso nas instituições, tomando como referência o quantitativo de matrículas do ano anterior. Não obstante, o que o decreto não previa formas de se fazerem os cursos nem as modalidades a serem oferecidas. Isto caberia a cada instituição.

Por outro lado, projetar pedagogicamente um curso técnico integrado de nível médio na modalidade de Educação de Jovens e Adultos é um desafio que se minimiza na própria existência e história dos CEFETs, que já foram durante mais de meio século lócus de uma formação profissional integrada que levou essas instituições a galgarem o grau de excelência no ensino técnico brasileiro.

Um aspecto novo devia ser considerado, o Parecer CNE/CEB n° 11/2000, que trata das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e de Adultos, já definia em seu capítulo introdutório que de acordo com a Lei 9.394/96, a Educação de Jovens e de adultos usufrui de uma especificidade própria e, como tal deveria receber um tratamento consequente.

Essa legislação se refere às dimensões da exclusão social que assola boa parte dos jovens e adultos trabalhadores brasileiros, com matizes que vão da situação de analfabetismo, do desconhecimento das tecnologias digitais, até a falta de escolaridade fundamental e média. Considera-se, que o cotidiano escolar de uma instituição de formação profissional deva ser estimulante para esse público trabalhador.

O intuito dessa pesquisa é avaliar a proposta metodológica de ensino, verificando se a mesma se fundamenta na identificação das ideias prévias dos estudantes sobre os assuntos estudados, se atua junto aos aprendizes objetivando a evolução destas concepções, considerando-se que a partilha de saberes entre os indivíduos é uma das metas do ensino proposto. Para tanto foi realizado a coleta de informações através de entrevistas, questionários e observações. Nesta fase inicial do trabalho identifica-se a exeqüibilidade de um material didático de acompanhamento, seja um livro, apostila ou atividades pautadas em textos disponibilizados com antecedência para os alunos.

2. Referencial Teórico

2.1 Materiais Didáticos segundo Anísio Teixeira

Anísio Spínola Teixeira, um dos educadores brasileiros de maior importância na consolidação da educação brasileira, nasceu em Caetité no estado da Bahia, em 12 de julho de 1900, tendo sua formação se realizado em escolas confessionais na sua cidade natal e em Salvador, bacharelando-se em Direito pela Universidade do Rio de Janeiro. Iniciou-se na vida pública aos 24 anos como Inspetor-Geral de Ensino da Bahia, oportunidade em que inaugurou a realização de suas propostas de reforma da instrução pública, fundamentadas no pensamento do filósofo americano John Dewey (1859 – 1952), autor que influenciou significativamente todo o seu trabalho intelectual (FÁVERO e BRITTO, 2002). Dentre os vários cargos que ocupou durante a vida pública destacam-se o de secretário-geral da Campanha de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e o de diretor do Instituto Nacional de Estudos Pedagógico. Faleceu em março de 1971.

A escola, para Anísio Teixeira (1930), deveria ser o lugar onde indivíduo tivesse uma educação integral, que correspondesse às transformações por que passava a sociedade à época. (TEIXEIRA, 1930).

Essa nova escola, proposta pelo autor, superaria a antiga, porque além de informações singulares preparava

[...] o indivíduo para ter uma atitude critica de inteligência: para saber julgar e pesar as coisas, com hospitalidade mas sem credulidade excessiva; para saber discernir na formidável complexidade da integração industrial moderna as tendências dominadoras, discernimento que lhe habituará a não perder sua individualidade e a ter consciência do que vai passando sobre ele pelo mundo afora: e ainda, para sentir, com lucida objetividade, a interdependência geral do planeta e a necessidade de conciliar o nacionalismo

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