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História de conflitos e problemas no Brasil

Projeto de pesquisa: História de conflitos e problemas no Brasil. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  22/11/2014  •  Projeto de pesquisa  •  2.045 Palavras (9 Páginas)  •  403 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

Nesse trabalho será realizada uma produção estruturada que discutirá de maneira critica como o racismo se estabelece na atualidade em um esporte tão popular quando o futebol. Para tal, serão apresentados os aspectos históricos, culturais e morais para a constituição de um racismo na atualidade.

A produção textual será escrita tomando como base os artigos disponíveis na orientação e outras pesquisas por meio da internet com o objetivo de se discutir a existência do racismo no futebol.

2. DESENVOLVIMENTO

A história dos conflitos e problemas no Brasil envolveu bem mais do que a formação de classes sociais distintas por sua condição material. Nosso país ficou marcado, desde as origens da sociedade colonial, pela questão do racismo e, especificamente, pela exclusão dos negros. Essa problemática racial deixa de ser uma simples herança de nosso passado e passa a tocar o nosso cotidiano de diferentes formas.

Podemos afirmar e mostrar como a distinção racial é algo corrente em nosso cotidiano a partir do momento em que encontramos inúmeras piadas e termos em nossa cultura. É bem verdade que o conceito de raça em si é inconsistente, já que do ponto de vista científico nenhum indivíduo da mesma espécie possui características biológicas singulares. No entanto, o saber racional nem sempre controla nossos valores e práticas culturais. A fenotipia do indivíduo acaba formando uma série dedistinções que surgem no movimento de experiências históricas que se configuraram ao longo dos anos. Seja no Brasil ou em qualquer sociedade, os valores da nossa cultura não reproduzem integralmente as ideias da nossa ciência.

É no passado que podemos levantar as questões como o brasileiro trata a questão racial, pois esse fato vem acontecendo desde a escravidão africada instituída em solo brasileiro, onde mesmo sendo justificada por preceitos de ordem religiosa, perpetuou uma ideia corrente em que as tarefas braçais e subalternas eram de responsabilidade dos negros, enquanto o branco, europeu e civilizado, tinha como papel, no ambiente colonial, liderar e conduzir as ações a serem desenvolvidas, ou seja, os brancos nasceram para o mando e os negros para a obediência.

Porém, devemos levar em consideração que o nosso racismo veio acompanhado de seu contraditório que é a miscigenação, que é colocada por uns como uma estratégia de ocupação, mas que questiona se realmente somos ou não pertencentes a uma cultura racista. Para outros, o mestiço definitivamente comprova que o enlace sexual entre os diferentes atesta que nosso país não é racista. Surge então o mito da chamada democracia racial.

Giberto Freyre descreve em sua obra “Casa Grande e Senzala” o conceito de democracia racial colocando a escravidão para fora da simples ótica da demoninação. A condição do escravo, nessa obra, é historicamentearticulada com relatos e dados onde os escravos vivem situações diferentes do trabalho compulsório nas casas e lavouras. De fato, muitos escravos viveram situações em que desfrutavam de certo conforto material ou ocupavam posições de confiança e prestígio na hierarquia da sociedade colonial. Os próprios documentos utilizados na obra de Freyre apontam essa tendência.

No entanto, a miscigenação não exclui os preconceitos. Nossa última constituição coloca a discriminação racial como um crime inafiançável. Entre nossas discussões proferimos, ao mesmo tempo, horror ao racismo e admitimos publicamente que o Brasil é um país racista. Tal contradição indica que nosso racismo é velado e, nem por isso, pulsante.

Queremos ter um discurso sobre o negro, mas não vemos a urgência de algum tipo de mobilização a favor da resolução desse problema.

Ultimamente, os sistemas de cotas e a criação de um ministério voltado para essa única questão demonstram o tamanho do nosso problema. Ainda aceitamos distinguir o negro do moreno, em uma aquarela de tons onde o último ocupa uma situação melhor que a do primeiro.

O conceito de democracia racial não pode ser usado no Brasil, o que pode ser afirmado na crítica de Florestan Fernandes e Abdias Nascimento.

Abdias Nascimento é defensor da integração social a partir de um princípio de organização racial, na qual a matriz identitária que origina a conformação da nação deve serobservada para que se conceba uma perspectiva de cidadania, Abdias não postula a segregação, mas o reconhecimento do negro enquanto ator relevante para a constituição de uma identidade nacional.

Percebe-se que a temática da qual se ocupa Nascimento refere-se à importância da contribuição cultural negro-africana e à construção da identidade nacional. Mesmo que diversos recursos intelectuais tenham sido usados para desconsiderar essa participação, Nascimento é um defensor de tal fenômeno, ancorado na resistência dos povos africanos vindos à América, bem como, em sua efetiva manutenção do status cultural de matriz africana.

Os temas sempre presentes na obra de Abdias do Nascimento sobre a importância do negro como ator social relevante à sociedade brasileira, especialmente a crítica a um modelo social construído a partir de hierarquias raciais, poderão contribuir à elucidação e compreensão sobre as reais consequências da escravidão aos negros brasileiros. Tais temas, por sua vez, podem demonstrar também a atualidade do debate sobre a condição social do negro no Brasil.

Segundo Florestan Fernandes, prefaciando a obra O genocídio do negro brasileiro (1978), Abdias do Nascimento recoloca a importância e a significação do problema africano na agenda do debate acerca da condição do afrodescendente brasileiro e latino-americano.

Segundo Nascimento (978), o conceito de democracia racial erigiu-se no Brasila partir de especulações, com o apoio das chamadas ciências históricas, e refletia determinada relação concreta na dinâmica da sociedade brasileira: que negros e brancos têm uma convivência harmônica, desfrutando de oportunidades iguais de existência, sem interferência de origens raciais ou étnicas.

Com essa crítica ao pensamento social conservador, que via o negro como componente menor da identidade nacional, Nascimento refuta a ideia de que o africano seria um “co-colonizador” do Brasil a despeito de sua condição de escravo, encetando influências culturais sobre o processo de formação da sociedade brasileira. Essa perspectiva teria, como ônus, a responsabilização dos africanos, juntamente com os portugueses devido à sistemática erradicação das populações indígenas. Tal fato foi criticado por Abdias, por entender que o genocídio indígena

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