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Kakané Porã

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Por:   •  28/8/2014  •  442 Palavras (2 Páginas)  •  349 Visualizações

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A primeira tribo indígena urbana do Sul do Brasil, Kakané Porã, abriga 35 famílias, no bairro Tatuquara, em Curitiba. Ao todo, são mais de 150 pessoas, de três etnias – Kaingang, Guarani e Xeta –, sendo 60 crianças. O lugar é formado por casas populares e os indígenas têm acesso a internet, salão de cabeleireiro e até churrasco aos domingos.

O terreno da aldeia tem 44 mil metros quadrados e foi cedido pela Companhia da Habitação Popular de Curitiba (Cohab), com casas construídas pela instituição. As construções têm acesso à água encanada e à energia elétrica. “Precisamos trabalhar para comprar cesta básica, pagar água e luz”, diz o cacique Carlos Luiz dos Santos. O nome da tribo significa "fruto bom da terra". Kakané é do idioma caingangue e Porã, guarani.

Os índios da aldeia trabalham para se sustentar, a maioria dos homens na construção civil e das mulheres no comércio. Apenas três famílias criam galinhas e nenhuma cultiva, nem mesmo, uma horta individual, devido à falta de espaço e, também, às formigas, como contou a esposa do cacique, Neuza dos Santos. Ela durante um período manteve uma horta no quintal de casa, mas acabou desistindo por causa dos insetos. “Nossa lavoura é o mercado”, afirma o cacique.

A presidente da ONG (Organização Não Governamental) Aldeia Brasil, Sandra Terena, explica que, apesar da origem indígena, os moradores da Kakané Porã levam uma vida urbanizada. “Por estar na cidade, a tribo acabou perdendo elementos visuais. Eles colocaram estacas de madeira nas casas para remeter à cultura indígena”. No meio das construções populares, uma oca figura no meio da aldeia - espaço destinado às atividades em grupo, como as aulas do idioma caingangue, por exemplo.

Os índios que hoje formam a Kakané Porã começaram a se encontrar nas praças no centro da capital paranaense, onde vendiam artesanato. A partir desses encontros, surgiu a vontade de morarem juntos em uma comunidade, já que todos viviam na cidade. Em 2005, eles ocuparam um terreno no bairro Borda do Campo. Porém, em menos de um ano precisaram sair do local, que pertencia a uma faculdade particular. No mesmo ano, encontraram outro terreno, no limite entre Curitiba e São José dos Pinhais, na Avenida Comendador Franco, onde havia um museu desativado.

Lá, dividiram o espaço em “mini casas” e passaram a morar em condições precárias – sem esgoto e com apenas um chuveiro com água gelada para todas as famílias usarem. Assim, foi criada a Aldeia do Cambuí, na Reserva do Cambuí. Após uma série de reinvindicações, o cacique Carlos conseguiu com a ajuda da Prefeitura de Curitiba e da Fundação Nacional do Índio (Funai) o terreno no Tatuquara para fundar a Kakané Porã.

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