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LITERATURA BRASILEIRA

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Por:   •  8/7/2014  •  2.061 Palavras (9 Páginas)  •  463 Visualizações

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS

CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE TABATINGA

PRO- REITORIA DE ENSINO E GRADUACAO

LICENCIATURA PLENA EM LETRAS

LITERATURA BRASILEIRA IV: QUESTÕES DA OBRA GRANDE SERTÃO: VEREDAS

Tabatinga

2010

CARLA CRISTINA DA SILVA

RENATO PACHECO

LIETRATURA BRASILEIRA IV: QUESTÕES DA OBRA GRANDE SERTÃO : VEREDAS

Trabalho de graduação apresentado para obtenção parcial de notas da matéria na disciplina de Literatura Brasileira IV, do Curso de Licenciatura Plena em Letras da Universidade do Estado do Amazonas.

Tabatinga

2010

1- Riobaldo, o narrador, conta sua história a um interlocutor que está presente, mas cuja voz não se manifesta explicitamente na narrativa. Indique um trecho da obra em que a fala de Riobaldo leva em conta a presença do interlocutor.

R: “Explico ao senhor: o diabo vige dentro do homem, os crespos do homem – ou é homem arruinado, ou homem dos avessos. Solto, por si, cidadão, é que não tem diabo nenhum. Nenhum – é o que digo. O senhor aprova? Me declare tudo, franco – é alta mercê que me faz: e pedir posso, encarecido. Este caso – por estúrdio que me vejam – é de minha certa importância. Tomara não fosse … Mas, não diga que o senhor assisado e instruído,que acredita na pessoa dele? Não? Lhe agradeço sua alta opinião compõe minha valia. Já sabia,esperava por ela – já o campo! Ah, a gente,na velhice , carece e ter sua aragem de descanso. Lhe agradeço. Tem diabo nenhum. Nem espírito. Nunca vi.”(pág.26)

“Mire veja: o mais importante e bonito do mundo é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas — mas que elas vão sempre mudando, Afinam e desafinam. Verdade maior. É o que a vida me ensinou.”(pág.38)

2-Riobaldo afirma que antes quando era jagunço não tinha tempo para fantasiar, mas agora aposentado dera tempo para especular ideias. Qual é o assunto que mas lhe interessa? Como o mesmo tenta contornar o seu principal problema?

R: Um dos assuntos que mais lhe causa maior interesse em sua vida já aposentado é a existência do diabo se ele existe ou não, e esse assunto vem tomando conta de si, atormentando, lhe causando preocupação, com o medo de o diabo vim busca sua alma. Pois quando pertenciam a jagunçada fez um pacto com o diabo ou a “coisa feia” como costumava chamar para vencer seu inimigo e com isso assumindo a liderança no grupo. Seu pacto com o diabo só foi feito porque ele achava que seu maior inimigo Hermógenes também tinha feito o mesmo. Para tentar contornar seu problema penso que ele tentava negar a existência do diabo com o interlocutor em busca de uma resposta.

“Explico ao senhor: o diabo vige dentro do homem, os crespos do homem — ou é o homem arruinado, ou o homem dos avessos. Solto, por si, cidadão, é que não tem diabo nenhum. Nenhum! — é o que digo. O senhor aprova? Me declare tudo franco — é alta mercê que me faz: e pedir posso, encarecido. Este caso — por estúrdio queme vejam — é de minha certa importância. Tomara não fosse... Mas, não diga que o senhor; assisado e instruído, que acredita na pessoa dele?! Não? Lhe agradeço! Sua alta opinião compõe minha valia. Já sabia, esperava por ela —já o campo! Ah, a gente, na velhice, carece deter sua aragem de descanso. Lhe agradeço. Tem diabo nenhum. Nem espírito. Nunca vi. Alguém devia de ver; então era eu mesmo, este vosso servidor Fosse lhe contar.. Bem, o diabo regula seu estado preto, nas criaturas, nas mulheres, nos homens. Até: nas crianças — eu digo. Pois não é ditado. “menino — trem do diabo”? E nos usos, nas plantas, nas águas, na terra, no vento.”(pag.26)

3-Caracterize a linguagem empregada na narrativa e identifique alguns arcaísmo e neologismos empregados na obra.

R: A linguagem, nesse ambiente criado pelo romancista, ganha um lugar de destaque. A língua portuguesa surge recriada pela inventividade e pela ampla cultura de Guimarães Rosa, que funde neologismos(onde sobressaem composições e derivações novas, além “de novos tipos de construção frasal”), arcaísmos(“vocábulos, formas ou construções frasais que saíram do uso na língua corrente”) e regionalismos numa sintaxe fora do convencional, sempre com muita sensibilidade. A palavra, em seu texto, fica carregada de significações, reforçadas não só no campo semântico na variedade de interpretações que permite, mas também no campo formal, com destaque para o plano sonoro. Mais do que nunca, a literatura brasileira conhece, por suas mãos, a fusão entre prosa e poesia. Suas narrativas trazem um elaborado trabalho com recursos poéticos como ritmo, aliterações, onomatopeias, rimas, metáforas, metonímias, mescla da sintaxe culta e coloquial e outros recursos inusitados apara o campo da prosa.Todo esse trabalho com a linguagem confere mais força ao imaginário mágico criado em suas "estórias". Aproximando-se do que está além da realidade, o contista explora os mistérios do pré-consciente e dos mitos inseridos no ser humano. A linguagem recriada do sertão ajuda a revelar esse espaço como um espelho do mundo. Partindo da fala peculiar do sertanejo, o autor a submete a um processo de reelaboração e invenção que a leva a atingir significados absolutamente inesperados. Sem dúvida, identifica-se como matéria-prima o sertão brasileiro com sua fauna, flora, o sertanejo e sua cultura. Mas a magia que desabrocha desse espaço é o que garante a universalidade. O espaço torna-se uma extensão das personagens, que estão sob minuciosa investigação psicológica do autor. O romance se constrói como uma longa narrativa oral. Vemos deslocamentos de sintaxe, vocabulário insólito, erudito e arcaico, neologismos, a fim de captar e imortalizar os valores espirituais, humanos e culturais de um povo em transição, em transformação acelerada de uma estrutura agrícola para a urbanização industrial.

(“O senhor tolere, isto é o sertão. Uns querem que não seja: que situado sertão é por os campos-gerais a fora a dentro, eles dizem, fim de rumo, terras altas, demais do Urucúia. Toleima. Para os do Corinto e do Curvelo, então, o aqui não é dito sertão? Ah, que tem maior”! Lugar sertão

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